08/03/2014 09h58
- Atualizado em
08/03/2014 13h31
Caso da família achada morta foi homicídio e suicídio, diz boletim
Boletim de ocorrência indica que mãe matou filho e namorada e se matou.
Para investigação crime foi passional: mãe não aceitava namoro.
O caso da família encontrada morta na manhã de sexta-feira (7), dentro de um apartamento de luxo na Zona Oeste de São Paulo, foi registrado como ‘homicídio’ seguido de ‘suicídio’. A informação foi confirmada neste sábado (8) ao G1 pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP). De acordo com o boletim de ocorrência, a mãe é suspeita de ter matado a tiros a namorada do filho, o rapaz e depois se matado.
De acordo com a investigação, a médica pediatra Elaine Moreira Munhoz, de 56 anos, matou a namorada do filho, Mariana Marques Rodella, de 25, e o rapaz, Giuliano Landini, de 25, ambos estudantes de medicina. Em seguida, ela se matou no apartamento da família, na Rua Passo da Pátria, na City Lapa.
Motivação
Para a Polícia Civil, a principal hipótese para explicar o crime é que a motivação tenha sido passional: a mulher não aceitava o namoro do casal. Segundo relatos de parentes, ela estava deprimida, um "pouco triste", fazia terapia e estaria tomando remédios.
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A polícia ainda quer ouvir a terapeuta, para saber se Elaine sofria de alguma doença, os vizinhos da família, anexar o resultado dos exames periciais e saber o que as câmeras de segurança do prédio gravaram para concluir o inquérito. Mas isso não muda a versão com que a polícia trabalha até o momento para saber o que aconteceu dentro do segundo andar do prédio.
Os policiais chegaram a essa tese preliminar de assassinato seguido de suicídio depois de ouvirem testemunhas e examinarem a cena do crime. Após relatarem o inquérito, ele será submetido à Justiça, que deverá arquivá-lo, já que a autora do assassinato se suicidou.
Na sexta, o delegado Daniel Cohen, do 91.º Distrito Policial, Ceasa, declarou à imprensa que investiga a possibilidade de Elaine ter matado Giuliano e Mariana por causa de uma depressão causada por não aceitar o namoro dos dois.
Testemunhas contaram que a mãe do rapaz era contrária ao relacionamento de seis anos do filho, pois achava que o namoro tinha piorado o desempenho acadêmico dele. Ela estaria com medo de o rapaz abandonar o curso de medicina. Giuliano estava no quinto ano da faculdade da Santa Casa.
Prédio onde mãe, filho e nora foram mortos
O crime
Mariana estudava na Faculdade de Medicina Santo Amaro. Ela era filha de médicos de São José do Rio Pardo e sobrinha do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Luiz Campbell Marques. A jovem levou um tiro na cabeça e outro no braço, segundo a polícia.
Giuliano foi baleado no tórax, na cabeça e no braço esquerdo. Segundo a investigação, o rapaz saiu para passear com o cachorro na sexta pela manhã. Depois voltou ao apartamento e foi assistir TV. O pai dele, o cirurgião Alexandre Santos Landini, também médico, saiu para trabalhar.
Quando o primeiro disparo foi dado em Mariana, Giuliano estava na sala de televisão. Ainda de acordo com a polícia, a namorada foi baleada quando se deitava no quarto do jovem. Ao escutar o tiro, ele se levantou e ia em direção à mãe, mas acabou atingido.
A empregada da família, Eliete Silva, saiu correndo do apartamento ao ouvir os disparos. Vizinhos também escutaram os tiros e ouviram gritos de ‘não’, que seriam do filho. Eles telefonaram para a Polícia Militar, que ao chegar ao local, na Rua Passo da Pátria, no bairro City Lapa, subiu até o andar de onde partiram os tiros e entraram no apartamento.
Delegado Daniel Cohen, responsável pelo caso da
morte de três pessoas no Alto da Lapa
(Foto: Roney Domingos/G1)
morte de três pessoas no Alto da Lapa
(Foto: Roney Domingos/G1)
Perícia
O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, e o delegado-geral, Maurício Blazeck, chegaram a ir ao apartamento na sexta para acompanhar o trabalho da perícia da Polícia Técnico-Científica. Grella conhece o ministro Campbell Marques, tio de Mariana.
Alexandre Santos Landini, marido de Elaine, e a empregada Eliete Silva foram submetidos a exames residuográficos para tentar indicar presença de pólvora nas suas mãos. O resultado dos exames não havia sido divulgado até a manhã deste sábado (8). À polícia, Alexandre disse desconhecer a existência da arma e falou ter sido avisado das mortes quando estava no trabalho.
Procurada pela equipe de reportagem para comentar o assunto, Eliete disse não ter "nada a declarar". Alexandre informou por meio de um amigo que também não iria falar. Segundo parentes, ele estaria em estado de choque.
Elaine era médica pediatra na Unidade Básica de Saúde (UBS) da prefeitura no Alto de Pinheiros, Zona Oeste.
Vizinhos da família contaram ao G1 que Elaine, seu marido e os filhos eram conhecidos no bairro.
Os corpos dos três mortos foram liberados na madrugada deste sábado pelo Instituto Médico Legal (IML). Mariana será enterrada neste sábado em São José do Rio Pardo. Giuliano e Eliane serão sepultados no cemitério do Morumbi, Zona Sul da capital paulista, a partir das 16h.
Comentarios
1.Eu não acredito nessa versão da policia.Já não é a primeira vez que eles, os policiais, vem com essa versão de homicidio com suicido.
Quando eles não sabem quem foi e estão com preguiça de procurar dão essa desculpa.A mãe podia estar deprimida e estressada mas não era uma ignorante. Matar um filho? Filho homem? Estudante de medicina? Ela deveria ter um orgulho imenso dele.Deveria ter um ciúme horroroso da nora ..
Acho mais provável a nora ter matado a sogra...
Um comentário:
Mas se, porventura, fosse a nora que tivesse matado, como explicaria a arma estar no quarto da mãe?
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