sexta-feira, 4 de julho de 2014

Felipão parte para o ataque, detona críticos e volta a provocar Van Gaal

- Atualizado em


Técnico manda ao inferno quem questiona sua conversa privada com alguns jornalistas e usa tom duro para rebater críticas sobre lado emocional dos jogadores

Por Fortaleza

Após eliminar o Chile no Mineirão, Luiz Felipe Scolari afirmou que o Brasil estava sendo "cordial demais" e prometeu retomar seu estilo "mais agressivo". Pois na véspera das quartas de final, contra o Colômbia, Felipão foi para o ataque em entrevista coletiva na Arena Castelão, em Fortaleza, nesta quinta-feira.

Praticamente todas as perguntas feitas foram interrompidas antes de serem concluídas. O treinador voltou a rebater informações do encontro reservado com seis jornalistas - a quem Felipão chamou de "meus amigos" - na última semana, na Granja Comary. 

Na ocasião, foi revelado o desejo do treinador de trocar um dos 23 convocados. A princípio, Felipão concordou, para, logo em seguida, tentar contextualizar.


- Sim... Não, não trocaria. Não foi isso que eu disse. O que eu disse é que, neste momento da competição, se eu pudesse acrescentar um jogador com características para mudar o time, eu faria. Se você perguntar, todos os técnicos da Copa gostariam de fazer essa mudança. Mas porque seria no quinto jogo. Se fosse no primeiro jogo não haveria esse desejo de mudança. E claro que para acrescentar uma peça eu teria que tirar outra.

As respostas mais duras foram contra os que criticaram o estado de nervos da seleção brasileira.

- Vocês estão errados nas interpretações. Parem de achar que [Regina Brandão, psicóloga], só vai lá em determinada hora. Nós vamos passar, e ela vai lá de novo, no domingo ou na segunda. Está tudo planejado. Eu vejo que escrevem maldades, que alguns colegas psicólogos se aproveitam da situação. 


O técnico ironizou os outros jornalistas que não foram convidados por ele para uma conversa privada na Granja Comary no início da semana.
- Não tenho como descer para conversar com todo mundo. Tem alguns que são mais meus amigos, gosto mais, e vou fazer isso, como fazia em 2002 no Japão, sentava com 7, 8 ou 10 e conversava. Quem não foi convidado é porque quem sabe eu não goste tanto ou porque eu não queria conversar. Não pode existir ciúme de homem, pelo amor de Deus, é brabo!
Em outro momento, Felipão afirmou que "adorou" a conversa e que gostaria de repetir a experiência depois que eliminar a Colômbia nas quartas de final - mas agora com jornalistas mulheres.

- Só mulher agora, chega de homem! No sábado ou no domingo, estão convidadas, vão sentar comigo e dizer a perspectiva das mulheres. Sempre fiz isso. Eu vou fazer as coisas do meu jeito. Não gostou? Vai para o inferno.

O técnico da Seleção Brasileira voltou a cutucar seu colega da Holanda, Louis Van Gaal, que na primeira fase havia afirmado que o Brasil "podia escolher o rival" das oitavas de final. Numa longa resposta sobre os jogos equilibrados da Copa, Felipão disparou:

- Cinco das oitavas de final terminaram na prorrogação ou nos pênaltis. E um deles não foi porque o time dele, do senhor que disse ter um complô para o Brasil, foi ajudado - afirmou.


Era uma clara referência ao pênalti marcado sobre Robben na partida entre México e Holanda, que venceu por 2 a 1 graças a este gol, convertido nos instantes finais da partida.
FRAME - Felipão Scolari Brasil coletiva (Foto: Globoesporte.com)Felipão com a expressão contraída durante a entrevista coletiva: treinador rebate as críticas

Sobrou até uma farpa para Mano Menezes, seu antecessor no cargo de técnico da seleção brasileira.

- O Thiago Silva falou para mim; "O jogo que nós empatamos, lá nos Estados Unidos…". Mas eu não joguei contra esse time! Não era eu o técnico! Lá foi 1 a 1. Eu não era o técnico, o que posso falar por mim é que gosto de ver a Colômbia, qualidade técnica, nada diferente do meu time.
Momentos mais tarde, questionado se o Brasil mantinha a condição de favorito levantada pelo coordenador técnico Carlos Alberto Parreira antes da Copa, foi enfático:

- Continua (com a mão na taça). Os jogadores continuam com o mesmo discurso. O Parreira foi muito feliz naquelas declarações e segue tudo igual. Estamos no quinto passo. São sete. Conversei com o Paulinho, e ele me garantiu que não tem problema nenhum com pressão. Eles estão acostumados.

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