VEJA
Desta vez não teve choro – mas houve, de novo, muito sofrimento na
suada classificação do Brasil à semifinal da Copa do Mundo, nesta
sexta-feira, no Castelão, em Fortaleza, contra a Colômbia: 2 a 1, com
gols dos zagueiros Thiago Silva e David Luiz (o artilheiro James
Rodríguez descontou, de pênalti, marcando pela sexta vez na competição).
Depois de fazer um bom primeiro tempo, controlando o jogo e criando bem mais que o adversário, a seleção abriu 2 a 0 na segunda etapa, mas levou sufoco depois que um pênalti convertido por James recolocou a Colômbia no jogo. Os dez minutos finais foram de desespero para o torcedor, que assistiu à equipe da casa se defender com todas as forças para manter o placar.
Na próxima terça-feira, às 17 horas (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte, Brasil e Alemanha fazem seu segundo confronto em Copas para definir o primeiro finalista deste Mundial. Quem vencer será também o recordista de participações em finais de Copa – desde 2002, quando brasileiros e alemães decidiram o título em Yokohama, no Japão, as seleções somam oito decisões cada, com cinco títulos dos sul-americanos e três dos europeus.
O Brasil está entre os quatro melhores da Copa, mas chega para o clássico na capital mineira desfalcado de seu capitão – Thiago Silva levou seu segundo cartão amarelo na competição e está suspenso.
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O Brasil começou a partida mostrando mais segurança e convicção, sem deixar transparecer tantos sinais de nervosismo e a ansiedade como no duelo das oitavas, contra o Chile. Depois do hino, cantado a plenos pulmões mas sem lágrimas nos olhos, a equipe do técnico Luiz Felipe Scolari tentou mostrar logo de cara que seria a dona da partida.
O Brasil era combativo e aguerrido, mas sem o descontrole exibido em outros momentos da campanha nesta Copa. Essa postura deu resultado: logo aos 6 minutos, o time da casa, empurrado pela torcida, saiu na frente, com Thiago Silva. Ele apareceu no segundo pau e empurrou para as redes, de joelho, um escanteio muito bem batido por Neymar.
O capitão correu na direção dos torcedores, bateu no peito e extravasou - sem choro –, mostrando que tinha reagido depois das críticas e cobranças pelas emoções exacerbadas na partida contra os chilenos. A Colômbia, que se limitava a tentar entrar no ritmo da partida, esboçou uma reação aos 10 minutos, quando o ótimo Juan Guillermo Cuadrado bateu com perigo. Thiago Silva desviou no meio do caminho.
Foi uma chance isolada: os brasileiros eram melhores, mas apressavam demais as jogadas, mesmo em vantagem no placar. Aos 16, numa sobra de escanteio, Hulk deixou o volante Guarín no chão e cruzou, mas David Luiz não conseguiu alcançar.
Domínio - O Brasil apertava e ficava perto de ampliar: aos 18, Hulk tabelou com Neymar e soltou a bomba; Ospina defendeu e, no rebote, Oscar bateu com efeito, exigindo mais uma boa participação do goleiro colombiano. Enquanto Neymar buscava o jogo e articulava várias boas jogadas no ataque, o camisa 10 colombiano, James Rodríguez, artilheiro da Copa, aparecia pouco.
Ele começou a participar mais da partida a partir dos 21 minutos, quando se livrou dos marcadores, puxou o contragolpe e deixou Cuadrado em ótimas condições, na entrada da área. Thiago Silva cortou com perfeição. O Brasil, porém, seguia superior, e sempre conseguia levar perigo à defesa comandada pelo veterano Yepes.
Além dos lances preparados por Neymar, Oscar e Hulk, mais eficazes que na batalha contra os chilenos, o Brasil contava também com bons tiros de média e longa distância – quando enxergava uma brecha, a seleção sempre buscava testar os reflexos de Ospina.
O time de Felipão espremia a Colômbia na defesa, apertava a saída de bola dos adversários e martelava em busca do segundo gol, mas não traduzia seu domínio em uma vantagem mais confortável no marcador.
Aos 38, depois de uma trama ofensiva que envolveu Maicon, Fred e Neymar, Hulk recebeu, cortou Zuñiga e bateu forte, mas sobre o gol. O Brasil teve mais uma grande chance de aumentar a contagem aos 43, em cobrança de falta a dois passos da área, mas Neymar colocou pelo alto, sem grande perigo.
A seleção encerrava a primeira etapa dominando a posse de bola (59% a 41%) e com mais finalizações (dez tentativas contra quatro dos colombianos). Faltava conseguir uma folga maior no placar.
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A Colômbia voltou para o segundo tempo com uma mudança, o atacante Ramos no lugar de Ibarbo.
O time treinado pelo argentino José Pekerman aparentava ter colocado os nervos no lugar nos vestiários. Logo nos primeiros minutos, os colombianos avançaram suas linhas e passaram a buscar a iniciativa da partida. Mas Felipão também orientou bem seus atletas: o Brasil passou a valorizar mais a posse da bola, trabalhando melhor as jogadas ao invés de acelerar todos os lances.
Faltava, além do gol que daria mais tranquilidade à equipe, uma atuação mais inspirada de Neymar, que não se escondia, pedia a bola e partia para os lances individuais, mas sem o mesmo brilho de suas três primeiras partidas na competição.
James, enquanto isso, tinha lampejos do futebol exuberante mostrado no resto do Mundial, mas não conseguia transformar suas jogadas em oportunidades concretas. Agora pressionado, o Brasil se limitava aos contra-ataques.
Num deles, aos 17 minutos, Neymar sofreu falta dura de Cuadrado na ponta esquerda. Neymar bateu sem perigo e Ospina agarrou. Quando se preparava para fazer a reposição de bola, o goleiro colombiano foi desarmado por Thiago Silva.
O árbitro espanhol Carlos Velasco deu a falta e advertiu o capitão brasileiro, que estaria suspenso em caso de classificação para a final. Aos 21 minutos, porém, Velasco poupou o time da casa de um sofrimento maior e anulou um gol dos colombianos, por impedimento, num lance confuso no miolo da área.
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O alívio da torcida no Castelão veio aos 23, quando David Luiz se apresentou para bater uma falta da intermediária e bateu de chapa, tirando o peso da bola e enganando Ospina.
Foi o segundo gol do aguerrido defensor brasileiro no Mundial. A torcida, que parecia preocupada com o crescimento dos colombianos na partida, deu início a uma incendiária comemoração no Castelão – David e os jogadores foram para o público e abraçaram os torcedores sentados nas primeiras cadeiras.
Partindo para o tudo ou nada, Pekerman colocou Carlos Bacca no lugar de Téo Gutiérrez. Aos 27, Neymar bateu de curva, raspando a trave direita de Ospina. Mas os colombianos ameaçavam muito mais, e Neymar, o alvo mais frequente dos contragolpes depois de cada desarme brasileiro, não conseguia construir boas jogadas.
O momento mais delicado da seleção no jogo veio aos 32 minutos, quando James Rodríguez aproveitou uma bobeada do sistema defensivo, dominou de frente para o gol e acionou Bacca, que foi derrubado por Júlio César.
O árbitro marcou o pênalti e deu cartão amarelo ao goleiro. O artilheiro James bateu aos 34, somando seu sexto gol na competição e diminuindo a vantagem brasileira.
Os colombianos se mandaram de vez para o ataque, transformando o jogo em mais um sofrimento para o torcedor brasileiro neste Mundial. Felipão colocou Ramires na vaga de Hulk. Faltando apenas cinco minutos, Hernanes entrou no lugar de Paulinho. Neymar, atingido por uma joelhada nas costas numa dividida com Zuñiga, deixou o campo chorando.
O zagueiro Henrique ocupou sua vaga. O fim do jogo foi um martírio, com os brasileiros cortando os cruzamentos colombianos de qualquer forma. No apito final, alívio e mais uma explosão de emoção, com a equipe abraçada no centro do campo.
Em mais uma partida sofrida e tensa, seleção derrotou a Colômbia com gols de Thiago Silva e David Luiz. Agora, decide vaga na final com a Alemanha, na terça
David Luiz comemora gol contra a Colômbia no Castelão, em Fortaleza -
Depois de fazer um bom primeiro tempo, controlando o jogo e criando bem mais que o adversário, a seleção abriu 2 a 0 na segunda etapa, mas levou sufoco depois que um pênalti convertido por James recolocou a Colômbia no jogo. Os dez minutos finais foram de desespero para o torcedor, que assistiu à equipe da casa se defender com todas as forças para manter o placar.
Na próxima terça-feira, às 17 horas (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte, Brasil e Alemanha fazem seu segundo confronto em Copas para definir o primeiro finalista deste Mundial. Quem vencer será também o recordista de participações em finais de Copa – desde 2002, quando brasileiros e alemães decidiram o título em Yokohama, no Japão, as seleções somam oito decisões cada, com cinco títulos dos sul-americanos e três dos europeus.
O Brasil está entre os quatro melhores da Copa, mas chega para o clássico na capital mineira desfalcado de seu capitão – Thiago Silva levou seu segundo cartão amarelo na competição e está suspenso.
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Tensão, só no campo: torcida chega confiante ao Castelão
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O Brasil começou a partida mostrando mais segurança e convicção, sem deixar transparecer tantos sinais de nervosismo e a ansiedade como no duelo das oitavas, contra o Chile. Depois do hino, cantado a plenos pulmões mas sem lágrimas nos olhos, a equipe do técnico Luiz Felipe Scolari tentou mostrar logo de cara que seria a dona da partida.
O Brasil era combativo e aguerrido, mas sem o descontrole exibido em outros momentos da campanha nesta Copa. Essa postura deu resultado: logo aos 6 minutos, o time da casa, empurrado pela torcida, saiu na frente, com Thiago Silva. Ele apareceu no segundo pau e empurrou para as redes, de joelho, um escanteio muito bem batido por Neymar.
O capitão correu na direção dos torcedores, bateu no peito e extravasou - sem choro –, mostrando que tinha reagido depois das críticas e cobranças pelas emoções exacerbadas na partida contra os chilenos. A Colômbia, que se limitava a tentar entrar no ritmo da partida, esboçou uma reação aos 10 minutos, quando o ótimo Juan Guillermo Cuadrado bateu com perigo. Thiago Silva desviou no meio do caminho.
Foi uma chance isolada: os brasileiros eram melhores, mas apressavam demais as jogadas, mesmo em vantagem no placar. Aos 16, numa sobra de escanteio, Hulk deixou o volante Guarín no chão e cruzou, mas David Luiz não conseguiu alcançar.
Domínio - O Brasil apertava e ficava perto de ampliar: aos 18, Hulk tabelou com Neymar e soltou a bomba; Ospina defendeu e, no rebote, Oscar bateu com efeito, exigindo mais uma boa participação do goleiro colombiano. Enquanto Neymar buscava o jogo e articulava várias boas jogadas no ataque, o camisa 10 colombiano, James Rodríguez, artilheiro da Copa, aparecia pouco.
Ele começou a participar mais da partida a partir dos 21 minutos, quando se livrou dos marcadores, puxou o contragolpe e deixou Cuadrado em ótimas condições, na entrada da área. Thiago Silva cortou com perfeição. O Brasil, porém, seguia superior, e sempre conseguia levar perigo à defesa comandada pelo veterano Yepes.
Além dos lances preparados por Neymar, Oscar e Hulk, mais eficazes que na batalha contra os chilenos, o Brasil contava também com bons tiros de média e longa distância – quando enxergava uma brecha, a seleção sempre buscava testar os reflexos de Ospina.
O time de Felipão espremia a Colômbia na defesa, apertava a saída de bola dos adversários e martelava em busca do segundo gol, mas não traduzia seu domínio em uma vantagem mais confortável no marcador.
Aos 38, depois de uma trama ofensiva que envolveu Maicon, Fred e Neymar, Hulk recebeu, cortou Zuñiga e bateu forte, mas sobre o gol. O Brasil teve mais uma grande chance de aumentar a contagem aos 43, em cobrança de falta a dois passos da área, mas Neymar colocou pelo alto, sem grande perigo.
A seleção encerrava a primeira etapa dominando a posse de bola (59% a 41%) e com mais finalizações (dez tentativas contra quatro dos colombianos). Faltava conseguir uma folga maior no placar.
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A Colômbia voltou para o segundo tempo com uma mudança, o atacante Ramos no lugar de Ibarbo.
O time treinado pelo argentino José Pekerman aparentava ter colocado os nervos no lugar nos vestiários. Logo nos primeiros minutos, os colombianos avançaram suas linhas e passaram a buscar a iniciativa da partida. Mas Felipão também orientou bem seus atletas: o Brasil passou a valorizar mais a posse da bola, trabalhando melhor as jogadas ao invés de acelerar todos os lances.
Faltava, além do gol que daria mais tranquilidade à equipe, uma atuação mais inspirada de Neymar, que não se escondia, pedia a bola e partia para os lances individuais, mas sem o mesmo brilho de suas três primeiras partidas na competição.
James, enquanto isso, tinha lampejos do futebol exuberante mostrado no resto do Mundial, mas não conseguia transformar suas jogadas em oportunidades concretas. Agora pressionado, o Brasil se limitava aos contra-ataques.
Num deles, aos 17 minutos, Neymar sofreu falta dura de Cuadrado na ponta esquerda. Neymar bateu sem perigo e Ospina agarrou. Quando se preparava para fazer a reposição de bola, o goleiro colombiano foi desarmado por Thiago Silva.
O árbitro espanhol Carlos Velasco deu a falta e advertiu o capitão brasileiro, que estaria suspenso em caso de classificação para a final. Aos 21 minutos, porém, Velasco poupou o time da casa de um sofrimento maior e anulou um gol dos colombianos, por impedimento, num lance confuso no miolo da área.
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O alívio da torcida no Castelão veio aos 23, quando David Luiz se apresentou para bater uma falta da intermediária e bateu de chapa, tirando o peso da bola e enganando Ospina.
Foi o segundo gol do aguerrido defensor brasileiro no Mundial. A torcida, que parecia preocupada com o crescimento dos colombianos na partida, deu início a uma incendiária comemoração no Castelão – David e os jogadores foram para o público e abraçaram os torcedores sentados nas primeiras cadeiras.
Partindo para o tudo ou nada, Pekerman colocou Carlos Bacca no lugar de Téo Gutiérrez. Aos 27, Neymar bateu de curva, raspando a trave direita de Ospina. Mas os colombianos ameaçavam muito mais, e Neymar, o alvo mais frequente dos contragolpes depois de cada desarme brasileiro, não conseguia construir boas jogadas.
O momento mais delicado da seleção no jogo veio aos 32 minutos, quando James Rodríguez aproveitou uma bobeada do sistema defensivo, dominou de frente para o gol e acionou Bacca, que foi derrubado por Júlio César.
O árbitro marcou o pênalti e deu cartão amarelo ao goleiro. O artilheiro James bateu aos 34, somando seu sexto gol na competição e diminuindo a vantagem brasileira.
Os colombianos se mandaram de vez para o ataque, transformando o jogo em mais um sofrimento para o torcedor brasileiro neste Mundial. Felipão colocou Ramires na vaga de Hulk. Faltando apenas cinco minutos, Hernanes entrou no lugar de Paulinho. Neymar, atingido por uma joelhada nas costas numa dividida com Zuñiga, deixou o campo chorando.
O zagueiro Henrique ocupou sua vaga. O fim do jogo foi um martírio, com os brasileiros cortando os cruzamentos colombianos de qualquer forma. No apito final, alívio e mais uma explosão de emoção, com a equipe abraçada no centro do campo.
Torcedoras do Brasil posam para foto em frente ao Castelão, em Fortaleza -
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