sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dilma defende Foster e ação do governo para evitar bloqueio de bens


21/08/2014 23h47 - Atualizado em 21/08/2014 23h50


Presidente diz ver tentativa de tirar executiva do comando da estatal.
Em PE, ela também reclamou da falta de investigação no governo FHC.



Do G1 Caruaru e do G1 em Brasília



A presidente Dilma Rousseff, em entrevista à imprensa em Floresta (PE) (Foto: Reprodução/TV Globo) 
A presidente Dilma Rousseff, em entrevista à imprensa em Floresta (PE)
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender enfaticamente nesta quinta-feira (21) a presidente da Petrobras, Graça Foster, que enfrenta uma crise à frente da estatal ante a possibilidade de ter os bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União. Em visita de campanha a uma obra da transposição do Rio São Francisco, em Floresta (PE), a petista elogiou a gestão da executiva e disse ver tentativa de tirá-la do comando da empresa.
 

Repudio completamente a tentativa de fazer com que a Graça Foster se torne uma pessoa que não pode exercer a presidência da Petrobras"
Dilma Rousseff
Uma reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta semana revelou que dois imóveis no Rio de Janeiro, em nome de Graça, foram transferidos a familiares em 20 de março, dias após as primeiras denúncias sobre a compra da refinaria de Pasadena. Em 23 de julho, o TCU determinou o bloqueio de bens de dez gestores da estatal e, nesta quarta, adiou novamente a análise do bloqueio de bens de Graça Foster.

"A presidente Graça Foster respondeu perfeitamente sobre a questão dos seus bens numa nota oficial. Eu repudio completamente a tentativa de fazer com que a Graça Foster se torne uma pessoa que não pode exercer a presidência da Petrobras. Sabe por quê? Porque, se fizerem isso, é pelos méritos dela", afirmou Dilma.

A presidente destacou que a Petrobras, sob Graça Foster, atingiu produção de 2,3 milhões de barris por dia e deve chegar à marca de 4,2 milhões em 2020 em contratos já fechados. A petista também disse que o Brasil deixou de importar plataformas de petróleo para produzi-las dentro do país, fortalecendo a indústria naval brasileira.



"A Maria das Graças Foster esteve presente em todas essas esferas. Eu lamento profundamente a tentativa, a cada eleição, de primeiro se fazer uma CPI da Petrobras; de segundo, criar esse tipo de problema", disse a presidente, que questionou o motivo de problemas na gestão anterior da Petrobras, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, não terem sido alvo de investigação.
Ela citou o afundamento da plataforma de petróleo P-36 em 2001, na Bacia de Campos (RJ) e que segundo Dilma, custava R$ 1,5 bilhão no valor atual. Ela também citou uma troca de ativos entre a Petrobras e a Repsol na Argentina naquele mesmo ano que teria dado prejuízos à estatal brasileira. Por último, falou da tentativa do governo FHC de privatizar a estatal, sob o nome "Petrobrax".


"Eu acho extremamente equivocado colocar a maior empresa de petrólio – sem dúvida nenhuma – da América Latina e a maior empresa do Brasil, sempre durante a eleição, como arma política ou como objeto de discussão política", afirmou.

Ao final de uma entrevista com jornalistas, a presidente também defendeu a atuação dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, junto ao TCU para evitar o bloqueio de bens de Graça Foster.

É dever do ministro da Justiça e de qualquer ministro do governo defender a Petrobras, posto que ela é não só controlada pela União"
Dilma Rousseff
"A Petrobras é controlada pela União. A Diretoria da Petrobras representa a União. É de todo interesse da União defender a Petrobras, a Diretoria da Petrobras. Nada tem de estranho esse fato", afirmou a presidente.

"Pelo contrário, é dever do ministro da Justiça e de qualquer ministro do governo defender a Petrobras, posto que ela é não só controlada pela União, mas uma das empresas mais importantes do país. Estranho seria se eles não fossem lá defender a Petrobras", completou.

"Agora, Petrobras será, no meu governo, eu te asseguro, não precisa do ministro da Justiça nem do Adams, a presidente também defenderá", finalizou.
 

Isso que é amizade! Dilma defende burla da presidente da Petrobras para fugir do TCU.

Dilma disse que acha normal a Advocacia Geral da União defender a Petrobras. Só que não é a Petrobras. Está defendendo, assim como Dilma, a pessoa física da presidente da Petrobras, que está sob suspeita de corrupção. A AGU nunca defendeu a Petrobras, tanto é que os escândalos e a roubalheira explodem dia após dia na estatal. Onde estava a AGU quando houve a compra de Pasadena? E quando foi comprovado superfaturamento em Abreu e Lima e no Comperj?
 
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, subiu o tom nesta quinta-feira (21) em defesa da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Em visita de campanha a Pernambuco, Dilma afirmou que Graça "respondeu perfeitamente" sobre a doação de três imóveis que fez para os filhos após a compra da refinaria de Pasadena começar a ser investigada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). 

A transferência das propriedades, realizada entre março e abril deste ano, foi revelada nesta quarta (20) pelo jornal "O Globo" e levantou dúvidas se Graça teria agido para evitar que os bens fossem bloqueados pela corte numa eventual condenação. O TCU estimou em US$ 792 milhões o prejuízo ao erário na compra da refinaria, em 2006. 

"A presidente Graça Foster respondeu perfeitamente sobre a questão dos seus bens, numa nota oficial. Eu repudio completamente a tentativa de fazer com que a Graça Foster se torne uma pessoa que não pode exercer a presidência da Petrobras", disse Dilma após visitar obras da transposição do rio São Francisco em Floresta (PE). 

Segundo a nota divulgada pela Petrobras, Graça iniciou o processo de doação em junho de 2013, três meses depois de o TCU ter iniciado as investigações sobre a compra de Pasadena. A empresa disse refutar "veementemente" a informação de que sua presidente tenha feito "qualquer movimentação patrimonial com o intuito de burlar a decisão do TCU" que tornou indisponíveis bens de 11 executivos supostamente responsáveis por perdas decorrentes da aquisição da refinaria. Graça não estava incluída entre os diretores penalizados na decisão proferida no último dia 23 de julho.

"Eu acho extremamente equivocado colocar a maior empresa de petróleo da América Latina e a maior do Brasil, sempre durante a eleição, como arma política ou objeto de discussão política", disse Dilma. A presidente afirmou também que não vê problemas na Advocacia-Geral da União defender Graça Foster e a direção da Petrobras no processo no TCU. "A Petrobras é controlada pela União. A diretoria da Petrobras representa a União. É de todo o interesse da União defender a Petrobras. Nada tem de estranho esse fato. Estranho seria se eles não fossem lá defender a Petrobras." (Folha Poder)
 
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