sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Empregos: queda atrapalha o discurso de Dilma


Josias de Souza


No programa eleitoral de Dilma Rousseff, o Brasil é um país extraordinário. 


Os fatos é que às vezes atrapalham um pouco.

O Ministério do Trabalho divulgou os dados do emprego em julho. Numa comparação com julho do ano passado, a criação de vagas formais, com carteira assinada, caiu 71,5%. É o pior resultado desde 1999. No período de janeiro a julho, a queda foi de 30,3% em relação aos primeiros sete meses de 2014. Coisa pior só havia ocorrido no primeiro semestre de 2009.


Na estreia de Dilma no horário eleitoral, a marquetagem de sua campanha acomodou belas frases sobre o emprego nos lábios de uma narradora bonita. O Brasil “evitou que a crise internacional entrasse porta adentro da casa dos brasileiros”, disse a moça. A gente olha para Europa, para os Estados Unidos, e vê quantos milhões de empregos foram destruídos nos últimos anos. Aqui, ao contrário, o emprego aumentou.”


Considerando-se os índices colecionados pelo próprio governo, o discurso eleitoral da campanha de Dilma é frágil e enganador. É frágil porque busca no retrovisor os dados que escasseiam no parabrisa. É enganador porque celebra o aumento do emprego num instante em que as vagas começam a faltar. A desaceleração vem desde março. Na indústria, julho foi o quarto mês consecutivo de saldo negativo.

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