O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA), vai
pedir explicações ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as
providências adotadas pelo órgão após depoimento de 2012 do empresário
Marcos Valério, condenado no processo do mensalão. Na ocasião, Valério
afirmou que dirigentes do PT pediram a ele R$ 6 milhões que seriam
destinados ao empresário Ronan Maria Pinto.
Segundo o depoimento de Valério em 2012, o dinheiro serviria
para encerrar suposta chantagem sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, o então secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o
então ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Por meio de nota, o PSDB informou que pedirá requerimento de
informações amanhã, dia 25, por meio da Lei de Acesso à Informação,
questionando detalhes sobre as medidas adotadas após a denúncia.
"Queremos saber que andamento foi dado às denúncias que agora parecem
se confirmar, após a apreensão no escritório de Yousseff de um contrato de empréstimo entre Marcos Valério e uma empresa de Ronan exatamente no
mesmo valor denunciado à época", afirmou Imbassahy, em nota.
Conforme noticiado pelo Estado neste fim de semana, a polícia
federal apreendeu no escritório da contadora do doleiro Alberto Yousseff
contrato de empréstimo de 2004 no valor de R$ 6 milhões entre Marcos
Valério e uma empresa de Ronan, empresário de Santo André.
O líder do PSDB aponta que a imprensa noticiou que, em 2012,
após as denúncias, a presidente Dilma Rousseff deu ordens a Cardozo e
outros ministros para realizarem ação coordenada na tentativa de
desqualificar o depoimento prestado por Valério. "Mas qual terá sido o
procedimento tomado por aquele que um dia vangloriou-se de não ignorar
nem engavetar as denúncias que recebe?
Ele não pode agora desqualificar a
própria Polícia Federal", completou o líder tucano, em nota. Com as informações recentes, o tucano destaca "parecer claro"
que o Supremo Tribunal Federal julgou apenas "um dos braços do
mensalão". "A operação Lava Jato tem revelado outros desdobramentos de
uma organização criminosa que não estava entranhada no Estado
brasileiro, mas dele fazia parte - e sua última grande vítima foi
justamente a Petrobrás", completou. (Estadão)
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