BLOG do SOMBRA
Em entrevista no Palácio da Alvorada convocada por sua campanha, presidente afirmou que a empresa é maior do que funcionários que cometeram crimes.
A presidente Dilma Roussef candidata a reeleição durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada
A presidente Dilma Rousseff mudou o tom diante das irregularidades na
gestão da Petrobras no governo do PT. Neste domingo, em entrevista
coletiva convocada por sua campanha à reeleição, a presidente-candidata foi questionada sobre as consequências da delação premiada
aceita por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal preso na operação
Lava-Jato, da Polícia Federal. Dilma não comentou diretamente a
delação, mas adotou um discurso diferente do que vinha repetindo nas
últimas semanas: "Se pessoas cometeram erros, malfeitos, crimes, atos de
corrupção, isso não significa que as instituições tenham feito isso.
Não se pode confundir as pessoas com as instituições", disse ela, que
até agora costumava apenas criticar o "uso eleitoral" das denúncias
envolvendo a Petrobras...
Dilma também afirmou que não há instituição imune a irregularidades.
"Nas empresas, inclusive nas que vocês trabalham, pode ocorrer isso. Não
existe nenhuma instituição acima de qualquer suspeita quando se trata
de seus integrantes", afirmou.
A presidente comentou ainda uma afirmação dada por Marina Silva,
candidata do PSB. Em um comício no Recife neste sábado, a sucessora de
Eduardo Campos afirmou que o presidente da República não precisa ser um
gerente. Dilma respondeu: "Essa história de que o governo não precisa de
ter cuidado com
a execução de suas obras ou obrigação de entregá-las é uma temeridade".
A presidente disse que isso é algo de quem "nunca teve experiência
administrativa" e fez uma ironia: "Acho que o pessoal está confundindo o
presidente da República com algum rei ou rainha de algum país constitucional".
As declarações de Dilma foram dadas em uma rápida entrevista coletiva
convocada por sua equipe da campanha e realizada no Palácio da Alvorada,
a residência oficial da
presidente. Os pronunciamentos diários da petista se tornaram rotina
nessa época de eleição, mesmo quando não há anúncios a fazer. Neste
domingo, por exemplo, Dilma abriu a coletiva anunciando que almoçaria em
seguida com Lira Neto, autor da biografia do ex-presidente Getúlio
Vargas.
A presidente afirmou que "algumas medidas" de Vargas foram importantes,
como a criação da Petrobras e da Vale. Ela também disse que o líder
gaúcho terminou a vida como "um grande democrata".
Fonte: Por GABRIEL CASTRO, de Brasília - revista Veja - 24/08/2014 - - 15:27:34
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