segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Caradura à enésima potência: PT entra com representação contra Marina por “ferir abertamente a honra do partido”


BLOG Ceticismo Politico


Como diriam nossos irmãos lusitanos, “é de loucos”. Depois que Marina Silva apontou os fatos a respeito do Petrolão, o partido resolveu acusá-la de difamação. Leia matéria do Infomoney:
SÃO PAULO – O PT (Partido dos Trabalhadores) enviou nota comunicando que, por meio do seu Diretório Nacional, apresentou Representação Criminal contra a candidata Marina Silva pela prática do crime de difamação eleitoral, com base no Artigo 325 – Código Eleitoral. De acordo com o artigo, se comprovada a difamação, a candidata pode receber como pena detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias de multa.
Segundo avaliação do Diretório Nacional do PT, durante sabatina do jornal O Globo, realizada no dia 11 de setembro, no Rio de Janeiro, Marina Silva “extrapolou – e em muito – o mero direito de crítica, ferindo abertamente a honra da agremiação, bem jurídico tutelado pelo tipo penal em questão”, conforme registrado a representação.
Marina, durante a sabatina, afirmou: “não consigo imaginar que as pessoas possam confiar em um partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres das Petrobras. É isso que estão reivindicando? Que os partidos continuem fazendo do mesmo jeito? Eu espero que as pessoas virtuosas possam renovar seu (sic) partidos, para que ele volte a se interessar pelo que são as demandas das pessoas”. Marina fez referência ao ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato e que teria feito delação premiada envolvendo vários aliados do governo Dilma em um esquema de propina na Petrobras, além de Eduardo Campos, morto em agosto de 2014 e que era cabeça de chapa com Marina.
Para Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, “está demonstrada a intenção de macular imagem do PT com finalidade eleitoral, configurando o crime de difamação eleitoral previsto no art. 325 do Código Eleitoral”.
Na representação junto ao MP, o PT afirma ainda que Marina incita o eleitor quando: (i) questiona “É isso que estão reivindicando?”, remetendo à questão de “assalto à Petrobrás”, e continua perguntando se querem “Que os partidos continuem fazendo do mesmo jeito?” e (ii) afirma que espera “que as pessoas virtuosas possam renovar seu (sic) partidos”. O Ministério Público fará sua análise e oferecerá a denúncia dentro do prazo de dez dias.
Definitivamente surreal. Qual foi o governo que colocou Paulo Roberto Costa? Qual o nome do partido que depende de uma base aliada fisiológica para se sustentar no poder? Quais os grupos beneficiados pela corrupção denunciada por Costa? Qual o nome do presidente que sabia de tudo, nas palavras do próprio delator? Qual o nome da presidente atual que recebeu todos os ativos do presidente anterior? Quem quer que responda as questões com o menor traço de honestidade intelectual irá dizer exatamente o que Marina afirmou.

Como sempre ocorre quando os fatos são apontados, o partido agora acusa Marina de “macular a imagem do PT”. A pergunta que deveria ser feita: Marina mencionou os fatos ou não. Quer dizer, o PT se especializa em mentir sobre seus oponentes e, para disfarçar, agora processa um adversário por apontar os fatos.

Se a moda pega, o “serial rapist” Roger Abdelmassih já pode pensar em processar suas vítimas por assédio sexual. Mais uma vez o “acuse-os do que fazemos” dá o tom do comportamento petista.

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