Candidata disse que projetos de usinas devem ter “viabilidade ambiental”
Ex-ministra do Meio Ambiente recebeu apoio de povos indígenas.
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou neste domingo (14) que não tem “posicionamento ideológico contra as hidrelétricas”. Defensora de causas relacionadas à proteção do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, a presidenciável recebeu apoio de representantes das populações indígenas e povos tradicionais durante reunião em Brasília.
Ex-ministra do Meio Ambiente por cinco anos durante o governo do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, Marina ponderou que as usinas hidrelétricas devem ter “viabilidade ambiental”.
“Não tenho posicionamento ideológico contra as hidrelétricas”, afirmou aos indígenas e povos tradicionais. “O que nós dizemos é que um projeto, para ser viável, não basta que ele tenha viabilidade econômica, ele precisa ter também viabilidade ambiental, social e cultural para poder dialogar com as populações indígenas. Estou falando isso para que não paire nenhuma dúvida sobre o meu posicionamento”, concluiu.
A candidata recebeu da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) uma carta com 11 compromissos reivindicados pelas comunidades a fim de “reverter o atual quadro de ameaças aos direitos dos indígenas”, segundo o documento.
Marina disse que seria “mentirosa e leviana” se prometesse atender, caso eleita, a todas as demandas, mas se posicionou em relação a uma delas, a demarcação de terras indígenas. A candidata do PSB se declarou contrária à proposta em tramitação no Congresso que transfere para o Legislativo a decisão de homologar terras indígenas e esvazia o poder da Fundação Nacional dos Índios (Funai), atual responsável por elaborar estudos de demarcação.
“Em todos os lugares onde somos perguntados se vamos concordar com o projeto de lei que transfere para o Congresso Nacional as competências da demarcação das terras dos índios, nós respondemos que não”, afirmou Marina, que neste momento foi aplaudida.
No atual governo, segundo a candidata, falta diálogo para resolver questões relacionadas aos povos tradicionais. “Muitos conflitos que existem é por falta de diálogo. Acordos são feitos e quando eles estão quase prontos para serem institucionalizados, o governo se ausenta”, afirmou Marina, que também defendeu o fortalecimento da Funai.
Mais cedo, durante um comício em Ceilândia – região administrativa de Brasília -, Marina falou sobre os as críticas que diz estar sofrendo da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.
"Fique tranquila, presidente [Dilma]. A senhora não vai receber de mim o que a senhora está fazendo comigo. Eu não vou agredir uma mulher, não vou mentir a seu respeito. Eu vou lhe tratar com todo o respeito, mas isso não significa que vou deixar de dizer as verdades", afirmou a ex-senadora.
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