segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Eita Empiricus relaxada! Achou 10 mentiras na propaganda de Dilma. Mas só 10?

BLOG Ceticismo Político


Eu me lembro uma vez em que escrevi uma série de casos de uso (documentos de requisitos de software) em um período de 2-3 dias.

Foram 14 casos de uso. Para quem conhece o ritmo de produtividade deste artefato (geralmente 6 a 8 horas para escrevê-lo), percebe algo de estranho. Foram muitos documentos produzidos em curto espaço de tempo! E foi mesmo. Eu estava com pressa. (Na verdade, na época estávamos com uma baita pressão e atrasados no projeto)

Quando os casos de uso foram enviados para a equipe de qualidade, eles retornaram com uma lista de 7 defeitos, no que eu disse: “Isso não é possível! Só 7 defeitos?! Não pode! Eu escrevi isso tudo muito rápido. Com certeza devem ter mais defeitos. Olhem direito, por favor!”.

Pois bem. A Empiricus encontrou 10 mentiras na propaganda de Dilma Rousseff. Muito pouco! Eu geralmente acho 2 ou 3 mentiras por parágrafo de discursos dessa gente.

Pessoal, estou apenas brincando, pois sei que eles estão olhando mais para o aspecto econômico das alegações do governo, e não para os frames como um todo.

Aqui vai o texto Dez Mentiras que o governo vem contando, segundo Empirius, do InfoMoney:
SÃO PAULO – Em mais uma carta polêmica aos seus clientes, a casa de research Empiricus volta a atacar o atual governo. Desta vez, o sócio-fundador Felipe Miranda diz que as afirmações que o governo Dilma vêm proferindo sobre questões econômicas e financeiras não estão tão corretas quanto se imagina. No final de julho, a Justiça retirou do ar após pedido do PT todas as peças publicitárias da empresa, que, segundo o partido, faziam “terrorismo econômico”.

Na mais recente carta, Miranda aponta as dez “mentiras” que o governo vem contando à população brasileira. Confira abaixo todos os pontos abordados pela Empiricus:

1) “A crise vem de fora”
Como primeira “mentira”, Miranda cita o discurso oficial do governo de que a crise vem de fora, como justificativa da recessão técnica em curso no Brasil. O que ele diz? “Olhando para dados da América Latina, o crescimento econômico do governo Dilma será, na média, dois pontos percentuais menor àquele apresentado por nossos vizinhos, enquanto nos governos Lula e FHC avançamos na mesma velocidade”.
Em relação aos países latinos que adotaram políticas econômicas ortodoxas e perseguiram uma agenda de reformas, o quadro é ainda pior: Chile, Colômbia e Peru cresceram 4,1%, 4% e 5,6% ao ano, entre 2008 e 2013. Enquanto isso, a evolução média do PIB brasileiro na administração de Dilma deve ser de 1,7% ao ano.

2) “A política neoliberal vai aumentar o desemprego”
O segundo ponto é que com o PIB desacelerando por conta da política heterodoxa do governo, cedo ou tarde isso baterá no emprego. “Podemos não conseguir precisar qual a exata função de produção, ou seja, de como o PIB se relaciona com o nível de emprego, mas não há como contestar a existência de relação entre as variáveis”, disse.
Segundo Miranda, o crescimento econômico da era Dilma é o menor desde Floriano Peixoto, governo terminado em 1894, subsequente à crise do encilhamento. “Há uma transmissão óbvia desse comportamento para o emprego”, disse.

3) “A oposição quer acabar com o reajuste do salário mínimo”
Para ele, essa é mais uma “mentira escabrosa”: primeiro porque os dois candidatos da oposição já se comprometeram em manter a política de reajuste de salário mínimo; segundo, pois quando Dilma se coloca como protetora do salário mínimo está simplesmente “contrariando as estatísticas”. Isto porque o aumento do salário mínimo foi de 4,7% ao ano entre 1994 e 2002; de 5,5% ao ano entre 2003 e 2010; e de 3,5% ao ano entre 2011 e 2013.
Ou seja, ele comenta que o reajuste do salário mínimo na era Dilma é menor àquele implementado por Lula e também ao observado no período FHC.

4) “A política neoliberal proposta pela oposição vai prometer arrocho salarial”
Esse ponto guarda relação com o item anterior, disse. Segundo Miranda, o arrocho salarial já vem sendo promovido pela atual política econômica, por meio da disparidade da inflação.
“O que os ‘neoliberais’ querem é perseguir aumentos de produtividade maiores e duradouros. Isso permitiria dar incrementos de salário substanciais, sem impactar a inflação. Caso contrário, aumentos do salário nominal serão corroídos pela inflação”, comenta.

5) “Programa de Marina reduz a pó a política industrial”
Na carta, Miranda diz que Dilma não precisa dessa preocupação, pois ela mesma já teria feito esse serviço, citando que o Plano Brasil Maior, lançado em 2010 com metas para 2014, não conseguiu entregar sequer um de seus vários objetivos.
Ele ataca dizendo que seria pertinente a candidata à reeleição preocupar-se com a própria política industrial antes de amedrontar-se com o programa alheio. “Quem defende uma política de campeões nacionais, em que se escolhem a priori os vencedores da prática concorrencial desafiando a lógica de mercado, não entende absolutamente nada de empreendedorismo e política industrial”, critica.

6) “A política monetária foi exitosa”
Ele questiona como a política monetária foi exitosa sendo que a inflação brasileira tem sistematicamente namorado o teto da meta, de 6,5% em 12 meses, ignorando o princípio básico de um sistema de metas, em que o centro do intervalo deve ser perseguido.
“Transformamos o teto no nosso objetivo e represamos cerca de dois pontos de inflação através do controle de preços de combustíveis, energia e câmbio. Esse é o tipo de êxito que esperamos da política econômica?”, questiona.

7) “Precisamos de um pouco mais de inflação para não perder empregos”
Ele comenta que a frase em questão não foi dita ipsis verbis por nenhum membro do governo, mas a julgar pelas decisões e diretrizes da política monetária, parece permanecer o racional da administração petista.
8) “As contas públicas estão absolutamente organizadas. O superávit primário, embora menor do que em 2008, é um dos maiores do mundo. Dizer que há uma desorganização fiscal é um absurdo”
A frase foi dita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao Valor. Miranda comenta, no entanto, que o superávit primário do setor público não é somente menor àquele de 2008. No primeiro semestre, foi o menor da história, em R$ 29,4 bilhões.

9) “Nunca foi feito tanto pelo pobre no País”
Miranda aponta que isso já poderia ser desconfiado pela inflação, que é “um fenômeno essencialmente ruim para as classes mais baixas”. “A política econômica heterodoxa não cresce o bolo e também não distribui de forma mais equitativa”, critica.

10) “A oposição faz terrorismo eleitoral”
“Se você compactua com os nove pontos anteriores, você é um terrorista eleitoral, egoísta e interessado apenas em si mesmo. Provavelmente, é financiado por um dos candidatos da oposição”, comentou.
Enquanto isso, aponta, a situação acusa a candidata da oposição de homofóbica e de semelhanças com Fernando Collor, mas, sim, ele é da mesma parte da base de apoio.. da situação, aponta Miranda.
Muito boa a compilação. E, como eu tenho dito, eita partidinho mentiroso, sô!
Abaixo um vídeo no YouTube que combina muito com o estilo PT de fazer campanha:

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