segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Na 16ª queda seguida, mercado reduz previsão de alta do PIB para 0,33%


15/09/2014 08h31 - Atualizado em 15/09/2014 08h55


Expectativa para o crescimento de 2014 foi revisada na semana passada.
Para a inflação deste ano e de 2015, previsão dos analistas ficou em 6,29%.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
O mercado financeiro revisou para baixo sua previsão de crescimento da economia brasileira neste ano e em 2015, informou nesta segunda-feira (15) o Banco Central, que realizou pesquisa com os economistas dos bancos na semana passada. O levantamento deu origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus.

A expectativa do mercado para o IPCA, considerado a inflação oficial do pais, permaneceu estável em 6,29% para este ano
A previsão dos analistas para o crescimento da economia brasileira neste ano recuou de 0,48% para 0,33%. Foi a 16ª queda seguida deste indicador. Para 2015, a previsão do mercado para a expansão do PIB caiu de 1,10% para 1,04%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.

No fim do mês passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira teve retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano e que estaria em "recessão técnica", que se caracteriza por dois trimestres seguidos de PIB negativo.

Inflação e juros
A expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do pais, permaneceu estável em 6,29% para este ano. Para 2015, a previsão ficou inalterada também em 6,29%.
Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%, mas com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

No início deste mês, o IBGE informou que o IPCA acelerou para 0,25% em agosto. Em julho, ela havia ficado em 0,01%, a menor taxa desde 2010. No acumulado de 12 meses até agosto, houve alta de 6,51%. O resultado é pouco acima do teto da meta da inflação, que é de 6,5%. Mas, para o Banco Central, ela só é descumprida com base no acumulado em 12 meses até dezembro de cada ano.

Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que foi mantida estável pelo Banco Central em 11% ao ano no começo deste mês, a expectativa dos analistas dos bancos é de que ela permaneça neste patamar até o fechamento de 2014. Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico recuou de 11,63% para 11,50% ao ano.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,33 para R$ 2,30 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio caiu de R$ 2,49 para R$ 2,45 por dólar.

A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 caiu de US$ 2,41 bilhões para US$ 2,40 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial avançou de US$ 8,5 bilhões para US$ 9 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte subiu de US$ 56 bilhões para US$ 57,7 bilhões.

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