Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
Do UOL, em Maceió
De acordo com a revista "Veja", em depoimento feito por meio de delação premiada, o ex-diretor citou a empreiteira como uma das que fechou contrato com a Petrobras pagando 3% de propina a políticos. A empresa nega.
O maior beneficiado da empreiteira foi o Diretório Nacional do PT, que recebeu seis transferências bancárias entre os dias 14 de julho e 29 de agosto. Os valores variaram entre R$ 200 mil e R$ 2,45 milhões, totalizando transferências no montante de R$ 6,4 milhões.
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PAULO
ROBERTO COSTA, O DELATOR - Investigado pela Operação Lava Jato da
Polícia Federal, que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro,
Paulo Roberto Costa é ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras,
cargo que ocupou entre 2004 e 2012. Foi preso em março deste ano por
tentar ocultar provas que o incriminavam.
Solto em maio, foi preso
novamente em junho, e fez acordo de delação premiada com a PF em agosto,
o que possibilitaria uma redução de sua pena em caso de condenação. Em
depoimentos gravados feitos à polícia, ele cita, segundo a revista
"Veja", ao menos 25 deputados federias, 6 senadores, 3 governadores, um
ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos (PT, PMDB e PP),
que teriam recebido propina de 3% do valor dos contratos da estatal Leia mais Renato Costa/Frame/Folhapress
Já a candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, também recebeu duas doações de R$ 2,5 milhões cada uma, nos dias 5 e 27 de agosto. Entre os doadores à petista, a UTC aparece na terceira posição de maior doadora à campanha de Dilma, que recebeu, até o momento, R$ 123,6 milhões em doações.
O candidato Aécio Neves também foi agraciado pela empreiteira com duas transferências bancárias, porém em valores mais baixos: R$ 500 mil cada uma. As doações foram feitas nos dias 28 de julho e 15 de agosto e tiveram como destino o comitê financeiro nacional para a presidência do PSDB. No ranking, a UTC aparece como a quinta maior doadora do tucano, com um total de R$ 44,5 milhões repassados.
Outro beneficiado foi o deputado federal Renan Calheiros Filho (PMDB), candidato ao governo de Alagoas, que recebeu um cheque de R$ 500 mil, em 25 de agosto, para sua campanha. Renan Calheiros (PMDB-AL), o pai que é presidente do Senado, é um dos nomes citados por Costa como suposto beneficiário do esquema na Petrobras, mas negou qualquer relação com o caso e soltou nota com "repúdio às especulações".
Políticos e UTC dizem que doações são legais
Em resposta ao UOL, a UTC informou apenas que "as contribuições eleitorais da UTC são feitas dentro dos limites estabelecidos e na forma da lei".Sobre as acusações feitas pelo ex-diretor da Petrobras, a UTC disse que atua há 40 anos na área de engenharia industrial e há mais de 50 anos no setor de infraestrutura e que "repudia qualquer insinuação que relacione seu nome a práticas ilegais", informou.
O comitê da campanha de Aécio Neves informou ao UOL que todas as doações são "transparentes e seguem rigorosamente as regras previstas pelo TSE".
Já a assessoria do candidato Renan Filho assegurou que as doações "são absolutamente éticas, legais e devidamente contabilizadas". "Não existem acordos nem compromissos escusos nessas operações, e nada vincula o nome de Renan Filho a qualquer irregularidade em nenhum momento", afirmou.
O Diretório Nacional do PT, que também coordena a campanha de Dilma, não respondeu até o momento ao e-mail enviado pela reportagem segunda-feira (8).
Campanha de Marina recebe R$ 19,5 milhões
Segundo os dados da prestação de contas, o comitê único da candidata Marina Silva (PSB) recebeu R$ 19,5 milhões --entre valores arrecadados ainda na campanha de Eduardo Campos, morto em 13 de agosto.A JBS foi a maior doadora ao comitê financeiro do PSB, com R$ 5 milhões repassados. A candidata Marina não teve doações em seu nome porque o TSE ainda não deferiu sua candidatura.
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