quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Conselhos à moda cubana criariam um exército de dedos duros

Brasil, Brasília - Distrito Federal, 30 de outubro de 2014
  • Não deu certo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, traído por Lula na eleição do Rio Grande do Norte, magoado, botou o decreto da presidente em votação simbólica e o derrubou

    A Dilma nem bem comemorou a vitória e já levou um chega pra lá na Câmara dos Deputados quando teve rejeitado o decreto presidencial que criaria os conselhos populares, núcleos, a exemplo dos que já existem em Cuba e na Venezuela, para vigiar vizinhos e manter o governo informado sobre prováveis conspirações. Além disso, teve que recuar da proposta de tentar fazer a reforma política por plebiscito quando levou outro chega pra lá do Renan Calheiros, presidente do Senado, que sugeriu fazer um referendo à população depois que as reformas forem discutidas e votadas no Congresso Nacional, local adequado para esse embate.

    É assim que o Brasil vai caminhar nesses mais quatro anos sob o comando de uma presidente desinformada, desarticulada e fantoche do Lula que passa a exercer de fato o seu quarto mandato sem precisar ser votado. ...

    A Dilma é uma pessoa confusa, não consegue concluir um raciocínio, e quando sai do script é um Deus nos acuda. Veja o que ela disse no discurso que festejou a vitória: “Meu compromisso, como ficou claro (sic) durante toda a campanha, é deflagrar essa reforma. Que deve ser realizada por meio de consulta popular. Como instrumento dessa consulta, o plesbicito”.

    Dois dias depois, ela jogou a proposta no lixo depois da reação do parlamento de que isso era atribuição do Congresso Nacional. Sem convicção no que diz, incapaz de sustentar uma proposta política mesmo que polêmica, a presidente recua levianamente do que acabara de propor aos brasileiros. Ao contrário do que Lula apregoou durante a campanha de que a palavra leviana remeteria a “prostituta” para acusar o Aécio de ofensa à mulher brasileira, leviana, segundo Aurélio Buarque de Holanda, “é sem seriedade, inconstante”. E é isso o que a presidente do Brasil é: uma pessoa sem certezas políticas, sem determinação e despreparada para a função que exerce.

    Ao propor a criação dos conselhos populares, o que seria mais uma sinecura petista, a exemplo do que já acontece na Venezuela bolivariana e na Cuba dos irmãos Castro com os conselhos da revolução, Dilma, orientada por Lula, pretendia institucionalizar a deduragem no país. Seriam espalhados conselhos petistas no país que trabalhariam como linha auxiliar dos órgãos da administração direta e indireta na criação de estruturas de participação social, um eufemismo para disfarçar a verdadeira função desses núcleos. Como as indicações seriam feitas pelo próprio governo, pressupõem-se que esses cargos seriam ocupados por militantes que formariam um exército de dedos duros no Brasil. Ou seja, além do Bolsa Família, o PT também contaria com essas facções ideológicas para cooptarem votos numa eleição.

    Não deu certo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, traído por Lula na eleição do Rio Grande do Norte, magoado, botou o decreto da presidente em votação simbólica e o derrubou. E por que a Dilma não aceitou a sugestão do próprio Henrique de retirar o decreto e mandar a proposta por meio de projeto de lei? Ora, porque a presidente foi instruída pelos anti-lulistas que povoam o seu gabinete para se ver livre desse fardo “revolucionário” que, no fundo, ela também não aprovaria, mas foi obrigada a atender os desejos do “militante número um”, como ela se refere ao Lula. É assim que a Dilma pretende se livrar desses entulhos autoritários do companheiro Lula, mas com graves consequências à democracia incipiente do Brasil porque se trata de uma presidente sem autonomia e sem a envergadura para o cargo.


    Fonte: Diário do Poder. Por JORGE OLIVEIRA - 30/10/2014 - - 12:17:28
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