Por iG São Paulo | 16/10/2014 19:45
No segundo confronto entre petista e tucano, realizado no
SBT, sobram acusações e faltam propostas concretas ao País
Dilma Rousseff (PT), presidente e candidata à reeleição, e o
tucano Aécio Neves (PSDB), participaram na noite desta quinta-feira (16) do
segundo debate presidencial, realizado pelo SBT.
Os temas corrupção, aeroporto
de Claúdio, nepotismo e mensalão dominaram o embate entre os presidenciáveis,
que mais uma vez foi agressivo e acalorado, pontuado por uma série de
acusações.
Com a agressiva troca de acusações entre os dois, as
propostas para o País nos próximos quatro anos ficaram mais uma vez de lado. Em
nenhum momento do debate, Aécio e Dilma apontaram algum projeto que pensam
desenvolver. Mesmo quando deixaram de falar de corrupção e desvios éticos e
focaram em educação, saúde e segurança, o tucano e a petista apenas falaram mal
um do outro, assim como das passagens de seus partidos pela Presidência.
Da mesma forma, Dilma e Aécio não se constrangeram em chamar
um ao outro de mentiroso, tornando o debate ainda mais pobre de propostas. A
impressão é que ambos os candidatos apostaram na ideia de que o eleitor iria
escolher o presidenciável que tivesse menos acusações sobre si.
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) participam do
segundo debate presidencial do segundo turno, realizado pelo SBT na noite desta
quinta-feira (16). Foto: AP Photo/Andre Penner
Logo no início do debate, os dois candidatos trouxeram a
corrupção para confronto apontado casos de desvios nos governos do PT e do PSDB
na Presidência da República. "De quem é a responsabilidade por tantos
desvios de dinheiro público da Petrobras?", questionou Aécio para a
adversária, abrindo as perguntas do debate.
Dilma respondeu dizendo que, ao contrário dos governos do
PSDB, os do PT investiguem e punem os culpados. "O Brasil vai ter pela
primeira vez o combate sistemático à corrupção. No debate passado, eu perguntei
onde estão os corruptos do Metrô de São Paulo, da Pasta Rosa ou da Privataria
Tucana? Todos soltos. Eu tenho um compromisso diferente, investigar e
punir", retrucou a petista.
Ibope: Em empate técnico, Aécio Neves marca 45% e Dilma Rousseff,
43 %
Datafolha: Aécio tem 45 % e Dilma, 43%, e estão em empate técnico
Datafolha: Aécio tem 45 % e Dilma, 43%, e estão em empate técnico
"Ou a senhora foi conivente ou incompetente ao
administrar a estatal Petrobras", acusou Aécio em sua tréplica. Na sua vez
de perguntar, Dilma devolveu acusando o tucano de ter empregado a irmã Andrea
Neves, tios e primos em suas duas administrações do governo de Minas Gerais.
“Candidato, eu nunca nomeei parentes para o meu governo, eu gostaria de saber
se o senhor nunca fez a mesma coisa?”, perguntou a petista.
Em sua resposta, Aécio disse que o irmão da petista, Igor
Rousseff, foi empregado no governo de Belo Horizonte, na administração de
Fernando Pimentel, mas não trabalhava. Ele disse ainda que a sua irmã trabalhou
de forma voluntária no Estado de Minas.
“Candidata, a senhora conhece Igor Rousseff, seu irmão foi
nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003, e nunca
apareceu para trabalhar, candidata. Essa é a grande verdade, lamento ter que
trazer esse tema aqui”, acusou Aécio.
Dilma negou que o caso de seu irmão se tratasse de
nepotismo. “A sua irmã e o meu irmão têm que ser regidos pela mesma, eles não
podem estar no governo que nós estamos. O nepotismo, candidato, eu não criei. O
nepotismo é uma decisão do Supremo Tribunal Federal.”
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