Josias de Souza
Debate UOL/SBT/Jovem Pan com Aécio e Dilma -
O desempenho da economia é medíocre, a inflação é alta, os juros são elevados, o déficit externo bate recorde, a deterioração fiscal é alarmante, a dívida pública cresce e os investimentos definham. Sobre isso não se falou com a profundidade desejável. Mas ficou-se sabendo que Dilma, embriagada pelo marketing, acha que Aécio fugiu do bafômetro em 2011 porque estava bêbado. E Aécio revelou à nação que Dilma terceirizou o nepotismo, empregando o irmão na prefeitura companheira de Fernando Pimentel, em Belo Horizonte.
O presidencialismo de cooptação produziu na Petrobras uma roubalheira sem precedentes. Quando os depoimentos prestados em regime de delação puderem soar em público, o mensalão parecerá um desses casos que transitam pelos juizados de pequenas causas. Cutucada por Aécio, Dilma respondeu que sabe o que o PSDB fez no verão passado. E o tucano: por que, em 12 anos, não mandaram
investigar?
Nesse lero-lero, nenhum dos dois abordou o essencial: o modelo político adotado por PT e PSDB faliu. O fisiologismo deixou de ser parte do sistema. Passou a ser o próprio sistema. Está tão integrado ao cenário brasiliense quanto as curvas da arquitetura de Niemeyer. O empate nas pesquisas e o nanismo dos debates impedem a antecipação do nome do próximo inquilino do Planalto. Mas já se pode assegurar, sem margem de erro: o PMDB e seus vícios serão os esteios da governabilidade.
Já está claro que o atual modelo de debates precisa ser reformulado. O caso é de menos marketing e mais sobriedade. Se havia alguma dúvida sobre a decadência da fórmula, foi eliminada na noite desta quinta-feira, nos estúdios do SBT. Mas não há o que fazer nos dez dias que faltam para a eleição. Estão programados mais dois debates. De duas, uma: ou Dilma e Aécio levam meio quilo de ideias à bancada ou os telespectadores mais antigos terão saudades das baixarias encenadas por Fernando Collor em 1989.
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