segunda-feira, janeiro 05, 2015
Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Nada acontece de repente. Tudo é processo. Por isto recordo um fato mal avaliado por analistas políticos e até mesmo desprezado e criticado: as manifestações ocorridas em junho de 2013 em todo Brasil.
Foi
algo impressionante e o estopim foi um movimento de poucos jovens
inebriados por um esquerdismo mais folclórico do que fundamentado
teoricamente. Eles pediam passe livre apesar de andarem de carro. O que
daí decorreu nada teve a ver com ônibus de graça, não era liderado por
partidos políticos e não possuía característica ideológica.
As multidões
foram às ruas para manifestar insatisfação com o governo em múltiplos
aspectos.
Em
seguida, em meio às manifestações pacíficas apareceram os Black Block,
horda composta por bandidos, arruaceiros e a garotada que destrói tudo
em nome da esquerda, que ataca símbolos do capitalismo como agências de
bancos.
Aposto que a moçada, como o ditador da Coreia do Norte, adoram ir à Disneylândia ou fazer compras e estudar nos Estados Unidos.
Aposto que a moçada, como o ditador da Coreia do Norte, adoram ir à Disneylândia ou fazer compras e estudar nos Estados Unidos.
Em todo
caso, diante da violência plantada estrategicamente as manifestações
recuaram. Seria, porém, ingenuidade supor que a insatisfação popular
diminuiu.
Outro
fato significativo foi a estrondosa vaia e o xingamento que a
presidente Rousseff recebeu na abertura da Copa. Um vexame pior do que a
vaia sofrida por Lula nos jogos Pan-americanos. Esporadicamente ela
continuou sendo vaiada em lugares aonde ia levar suas “bondades” de
campanha.
E
veio a campanha. A situação econômica péssima com o Brasil quebrado pela
senhora presidente, enquanto eclodia o escândalo da Petrobras, mãe de
todos os escândalos já havidos no Brasil depois do mensalão. Mesmo
assim, João Santana, o Goebbels do PT, avisou que Rousseff ganharia de
lavada no primeiro turno, pois os anões tenderiam ao canibalismo.
Tal
não aconteceu e veio o segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves,
depois da destruição moral da candidata Marina Silva. Os canhões
petistas, então, se voltaram contra Aécio e foi um festival de
acusações, de infâmias, de mentiras.
Segundo o PT, Aécio acabaria com a bolsa esmola, os direitos trabalhistas, poria no ministério da Fazenda um monstro chamado Armínio Fraga, jogaria o povo na miséria. Nunca antes nesse país houve uma campanha tão sórdida, tão suja, tão abjeta. Desesperado o PT fez o diabo para não perder o bonde do poder.
Segundo o PT, Aécio acabaria com a bolsa esmola, os direitos trabalhistas, poria no ministério da Fazenda um monstro chamado Armínio Fraga, jogaria o povo na miséria. Nunca antes nesse país houve uma campanha tão sórdida, tão suja, tão abjeta. Desesperado o PT fez o diabo para não perder o bonde do poder.
Rousseff
ganhou por pouco. Por pouco Aécio perdeu em Minas. Lula perdeu feio em
São Paulo, seu berço político, assim com Rousseff em Porto Alegre e em
Brasília. O PT diminui a bancada na Câmara, perdeu governos em Estados
importantes.
Há,
porém, um fato importante ainda não comentado. De modo inédito em
campanhas as pessoas tomaram posição de forma clara e se instalou com
firmeza o petismo e o antipetismo.
Há uma probabilidade do sentimento antipetista se acentuar diante da inflação crescente, da queda da renda, do desemprego que começa a mostrar suas garras, das contradições do governo Rousseff que já cortou benefícios previdenciários e trabalhistas fazendo o que acusava levianamente seus adversários de fazer caso ganhassem.
Há uma probabilidade do sentimento antipetista se acentuar diante da inflação crescente, da queda da renda, do desemprego que começa a mostrar suas garras, das contradições do governo Rousseff que já cortou benefícios previdenciários e trabalhistas fazendo o que acusava levianamente seus adversários de fazer caso ganhassem.
Finalmente,
depois de muitos adiamentos o ministério foi composto. Não passa de um
balcão de negociação de votos no Congresso. Longe do mérito e da
competência muitos dos nomeados têm folha corrida e não curriculum.
O grosso dos agraciados ignora o que fazer no cargo e terá apenas por missão executar o que sua mestra mandar. No meio da chusma aliada uma exceção com base no mérito: Joaquim Levy, originário do governo Fernando Henrique Cardoso, que será o Armínio Fraga da Dilma. Levy tentará tirar a economia do buraco e, assim, preparar a volta de Lula em 2018 numa situação econômica menos caótica.
Este, como sempre empoleirado no palanque já se compõe com uma “frente de esquerda” que lhe dará total apoio.
O grosso dos agraciados ignora o que fazer no cargo e terá apenas por missão executar o que sua mestra mandar. No meio da chusma aliada uma exceção com base no mérito: Joaquim Levy, originário do governo Fernando Henrique Cardoso, que será o Armínio Fraga da Dilma. Levy tentará tirar a economia do buraco e, assim, preparar a volta de Lula em 2018 numa situação econômica menos caótica.
Este, como sempre empoleirado no palanque já se compõe com uma “frente de esquerda” que lhe dará total apoio.
No seu próximo governo, provavelmente, o baderneiro Guilherme
Boulos, líder do MTST, será um ministro importante ou comandará os
conselhos populares.
E veio a posse. Havia militares e militantes.
Estes buscados em vários Estados e trazidos em muitos ônibus. Um sanduíche, um refrigerante e as bandeiras vermelhas se agitaram à passagem da reeleita. O povo praticamente esteve ausente da patuscada.
Menção
especial deve ser feita ao discurso de posse que impressionou pelo
cinismo e pela empulhação. Uma ficção de mau gosto sobre o paraíso
Brasil, obra do PT onde a pobreza acabou e o pleno emprego deixa a todos
imersos em felicidade.
Uma dádiva que devemos agradecer de joelhos ao criador e a criatura. Falou-se em misteriosos inimigos externos, em combate à corrupção, etc., até que o delírio oratório culminou no slogan: “Brasil, pátria educadora”. Educadora com Cid Gome? Parece piada de salão, como diria o mensaleiro Delúbio Soares. Infelizmente, nunca fomos tão parecidos com uma republiqueta das bananas.
Uma dádiva que devemos agradecer de joelhos ao criador e a criatura. Falou-se em misteriosos inimigos externos, em combate à corrupção, etc., até que o delírio oratório culminou no slogan: “Brasil, pátria educadora”. Educadora com Cid Gome? Parece piada de salão, como diria o mensaleiro Delúbio Soares. Infelizmente, nunca fomos tão parecidos com uma republiqueta das bananas.
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga www.maluvibar.blogspot.com.br
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