quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Com seca, reservatórios do Distrito Federal acendem sinal de alerta.E o Magela (tinha de ser!!) ainda queria construir nova cidade com um milhão de habitantes em...Santa Maria!!!


As barragens do Descoberto e do Torto/Santa Maria, responsáveis pelo fornecimento de água na capital, mostram-se abaixo do nível esperado para janeiro e preocupam especialistas




postado em 21/01/2015 06:36 / atualizado em 21/01/2015 09:58

Luiz Calcagno





Como na maioria das unidades da Federação, o Distrito Federal está com os reservatórios de água abaixo do esperado para o início do ano. As barragens do Descoberto e do Torto/Santa Maria estão, respectivamente, 2,4m e 1m aquém do normal para janeiro. Para piorar, meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertam: as chuvas previstas para os próximos dias não serão suficientes para suprir a baixa. Embora os técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) considerem que, com os reservatórios acima do nível mínimo, não exista motivo para preocupação, especialistas avaliam que a estiagem fora de época trará problemas de abastecimento. Ontem, foi o dia mais quente do ano no DF: 31,9ºC.

O Correio visitou os reservatórios que abastecem a capital federal. Os funcionários de cada sistema se mostraram preocupados com o nível para o período. A Barragem do Descoberto está rodeada por uma margem de cerca de 60m, na qual, antes, havia água. A terra vermelha e seca expõe troncos e pedras nada familiares para quem vive nas proximidades. Valdeir Jonas da Silva, 35 anos, mora no Incra 9, em Ceilândia, às margens do espelho d’água, e nunca viu o espaço tão recuado. “Cada dia que passa sem chuva, parece piorar. Para quem conhece a região, dá tristeza ver isso acontecer. A nossa maior preocupação é com o abastecimento do DF”, conta.

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A assessoria de Comunicação da Caesb informou que existem projetos para aumentar a captação para o DF. Na prática, porém, os sistemas de Corumbá, do Lago Paranoá e a ampliação do Bananal não saíram do papel. Pesquisador da Embrapa Cerrados e presidente do Comitê de Bacias do Lago Paranoá, Jorge Werneck alerta que existe o risco de o volume de chuvas ser menor até a chegada da seca, e os recursos hídricos locais entrarem na estiagem com as barragens em um nível abaixo do necessário para atravessar o período. “Há quatro décadas, chovia todos os dias em dezembro e janeiro”, recorda.

Os termômetros do Inmet registraram ontem a maior temperatura de 2015 no DF. Os medidores alcançaram 31,9ºC. A umidade chegou a 28% no meio da tarde. Para amanhã, o instituto prevê chuva fraca em áreas isoladas do quadrilátero. Uma massa de ar quente do Oceano Pacífico impede a formação de precipitações na região. “Os ventos trazem ar quente, e os ventos frios são bloqueados. A incidência de raios solares contribui para o aumento das temperaturas”, detalha a meteorologista Maria das Dores de Azevedo.

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Área na DF-140 deve abrigar cerca de 900 mil habitantes, nos próximos 50 anos. A previsão é que no fim de 2014 alguns empreendimentos sejam erguidos na região




Por Rejane Evaristo, do Jornal da Comunidade – O Distrito Federal está prestes a ganhar uma nova cidade. A região, conhecida como Sul/Sudeste, está situada próxima à DF-140, entre Santa Maria e São Sebastião. De acordo com a Secretaria de Habitação Regularização e Desenvolvimento Urbano (Sedhab), a expectativa é que o local abrigue cerca de 900 mil habitantes nas próximas cinco décadas.


Segundo a Sedhab, o plano, que estabelecerá as diretrizes para a ocupação da área, deve ser consolidado em 90 dias. O projeto foi apresentado, no último dia 2 de outubro, em um seminário promovido por empresários da construção civil, que tinha o objetivo de discutir como será a urbanização do local. Segundo a secretaria, o lugar pode ser a última região destinada à ocupação urbana no DF.


Geraldo Magela. Foto: Toninho Tavares



De acordo com o secretário de Habitação Regularização e Desenvolvimento Urbano, Geraldo Magela, a demanda pela criação da nova cidade se deu após vários proprietários de lotes no local pedirem autorização para fazer o parcelamento das áreas. “Nós percebemos que se fôssemos autorizar parcelamento por parcelamento, iriamos cometer o erro de ver uma cidade implantada sem planejamento de médio e longo prazos. Então, paramos de receber as solicitações e decidimos fazer diretrizes urbanísticas para aquela região”, explica.




As diretrizes devem nortear a ocupação da área para as próximas cinco décadas. O planejamento deve ser feito com base no projeto de Brasília, que prevê áreas destinadas a cada tipo de ocupação. “Estamos falando de uma função fundamental do Estado, que é planejar. Nós começamos a discutir a criação do novo bairro porque Brasília começou a ser feita com base no planejamento, mas ao longo do tempo, os governos abandonaram esse planejamento e começou a surgir condomínios em todos os lugares. Começou a ter invasão em tudo quanto é lugar e agora nós estamos retomando a capacidade de planejar essa ocupação”, ressalta Magela.



Conforme o Plano de Ordenamento Territorial e Urbano (PDOT), a população do local não deve ultrapassar o número de 950 mil habitantes. Com isso, o desafio da Sedhab é adequar a ocupação urbana em setores destinados à moradia, desenvolvimento econômico, atividade comercial, preservação ambiental e qualidade de vida para essa quantidade de pessoas. 



“Vamos planejar a ocupação daquela área, que é enorme, mas por cinco décadas. Ninguém vai colocar 900 mil pessoas em um lugar, de um dia para o outro. Até porque, não haveria tantas pessoas interessadas em ir pra lá imediatamente”, afirma o secretário da Sedhab.


Infraestrutura
A intenção de formular as diretrizes urbanísticas para o local é evitar que haja uma ocupação desordenada, como já aconteceu em outros lugares do Distrito Federal. De acordo com o secretário, as normas estão sendo editadas para que todas as áreas sejam ocupadas devidamente. “Essas diretrizes são as regras que todos os parceladores vão ter que seguir. Então, elas vão dizer onde deve ter casa, onde pode ter apartamento, onde pode ter um shopping, onde pode ter uma universidade, onde vai ter o centro financeiro, por exemplo.”


Segundo Magela, as diretrizes devem auxiliar também no planejamento de infraestrutura da nova cidade. “Esse planejamento é feito para que nós tenhamos a responsabilidade de estruturar a região para ter oferta de água, saneamento básico, transporte adequado, mas, sobretudo pensando em uma área que não seja só de moradia. Nós queremos que ali tenha emprego, universidades, lazer etc. Inclusive podendo, amanhã, ser um pêndulo. Porque hoje as pessoas saem da periferia e vêm para o Plano Piloto. Mas a gente pode fazer o contrário.”


Secretário destaca planejamento
Geraldo Magela afirma que o planejamento prévio da cidade é de extrema importância, principalmente no que diz respeito a gastos dos cofres públicos. 


“Vou dar um exemplo: quando você pensa na implantação de um veículo leve sobre trilhos (VLT), um BRT ou um metrô, com uma área ocupada, é muito mais difícil e caro de fazer isso. Temos o exemplo do Gama, onde nós estamos “rasgando” áreas para colocar uma pista do BRT. Então, nós podemos ver que, dessa forma, fica muito mais caro e difícil”, afirma. “Se a gente vê que essa área vai precisar de um VLT, por exemplo, e eu começar a planejar isso hoje, vou ter um investimento com um custo muito mais baixo, em um tempo muito mais curto e em uma condição técnica muito adequada.”



Como a área é basicamente de propriedade particular, o início da ocupação será feito de acordo com a vontade dos proprietários. Segundo a Sedhab, os empresários informaram que aguardam a validação das diretrizes para que possam dar início às etapas fundamentais dos empreendimentos imobiliários, como o estudo de impacto ambiental. A previsão é que no fim de 2014 alguns empreendimentos já devam estar sendo erguidos na região.



Nova Região Administrativa
De acordo com o secretário, ainda não é possível falar na criação de uma nova Região Administrativa no local. “Com relação a esse espaço, nós ainda nem estamos falando em região administrativa. Até porque, pra chegar a ter uma região administrativa vai demorar muito.”


Atualmente, o espaço faz parte de quatro regiões. São elas: Santa Maria, São Sebastião, Paranoá e Jardim Botânico. “Se você for ver poligonais, essa área Sul/Sudeste pertence a diversas regiões administrativas”, explica Magela. 


“Quando vai ter uma ali, a gente ainda não sabe. Isso vai depender da forma de ocupação. Agora, eu posso garantir que não será uma ocupação de forma desordenada, como tem sido nos últimos anos. Será uma ocupação planejada”, informa Magela.



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