Primeiro, assistam ao vídeo acima, que mostra Sininho, foragida da
Justiça, incitando a violência nas manifestações de rua em 2013. A
seguir, há um longo discurso de Ivana Bentes, que está sendo nomeada
para o MinC. Atentem para a linguagem. Para o incentivo à violência que,
segundo ela,
não pode ser "monopólio" da polícia. Entende-se porque as manifestações
acabavam em quebra-quebra e pancadaria. Observem o incentivo à
"politização" da violência. E, especialmente, os ataques à liberdade de
imprensa. Vimos no que deu. Deu no martírio de Santiago Andrade.
Agora assistam a este vídeo, que mostra a morte do cinegrafista da Band,
Santiago Andrade. Esta morte, sem duvida alguma, é fruto de discursos
de ódio como o de Ivana Bentes, que passa a ser, a partir de agora, uma
autoridade de governo deste governo cúmplice da violência e corrupção de
Dilma Rousseff.
A MATÉRIA ABAIXO É DE O GLOBO.
O novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, que chegou à pasta na
última segunda-feira, enviou à Casa Civil o nome de seus dois primeiros
secretários: a amazonense Ivana Bentes, que assumirá a Secretaria de
Cidadania e Diversidade Cultural, e o carioca Vinícius Wu, que ficará na
Secretaria de Articulação Institucional. Em comum, os dois têm um
histórico de defesa do ativismo cultural e de ataques à grande imprensa.
Até o ano passado, Ivana dirigia a Escola de Comunicação da UFRJ, e
fazia uma defesa contundente do jornalismo independente, com críticas às
maiores empresas de comunicação do país. Em junho de 2013, ela também
somou vozes aos que se manifestavam abertamente contra os rumos do
governo da presidente Dilma Rousseff. Em sua página no Facebook, Ivana
escreveu que o projeto de governo era “limitado e
nacional-desenvolvimentista” e que havia “um fosso entre o discurso e as
políticas” adotadas. Dessa forma, Ivana defendeu que os manifestantes
continuassem tomando as ruas, uma vez que “governo é que nem feijão: só
funciona na pressão”.
Nesta terça-feira, ao ser confrontada com as críticas que fez à Dilma
no passado, a professora negou que haja uma contradição entre o que
disse e o posto que ocupará no Ministério da Cultura. Para ela, essas
diferenças são, na verdade, um sinal de “amadurecimento político”. — Sou
filiada ao PT. Votei e fiz campanha pela eleição da presidente
Dilma. Estamos na ponta esquerda do time que joga com ela, o que não me
exime de ter um pensamento crítico e construtivo de dentro do próprio PT
e do governo e apontar retrocessos. — disse Ivana. — É nossa
contribuição para uma renovação e reconfiguração do campo político no
Brasil e de uma esquerda global.
Ivana não esconde, no entanto, sua preferência pelas políticas
adotadas no governo Lula. Promete lutar pela implementação da Lei
Cultura Viva, que busca desburocratizar a prestação de contas dos Pontos
de Cultura e dos agentes culturais — causa alinhada com as bandeiras de
movimentos sociais como os coletivos Fora do Eixo e Mídia Ninja, que se
tornaram conhecidos durante as manifestações de 2013.
Na época, a nova secretária chegou a dividir o microfone com Elisa
Quadros, black-bloc popularmente conhecida como Sininho e que está
foragida da Justiça. Num encontro que reuniu as duas, Ivana defendeu uma
nova narrativa midiática e enalteceu o “momento extraordinário” que o
Rio de Janeiro vivia, em que “a gente tem junto professores, estudantes,
black blocs, sindicalistas.”
Em entrevista à revista “Cult”, em março do ano passado, Ivana
disparou contra a mídia. Disse que ela “negocia denúncias, pessimismo e
otimismo, reputações” e “mal disfarça a editorialização dos fatos”. O
ponto mais grave, no entanto, era “interferir e direcionar fatos e
investigações”.
Admiradora de Juca, Ivana também nunca poupou críticas às
ex-ministras da Cultura. Para ela, Marta Suplicy e Ana de Holla se
equivocaram na pasta: — (Houve) Falta de uma política de participação e cogestão das
políticas públicas. (Houve) Redução dos investimentos no Programa
Cultura Viva e falta de sensibilidade em relação às dificuldades
burocráticas enfrentadas pelos agentes culturais diante de uma máquina
estatal burocratizada e que criou um clima de insegurança jurídica.
Orçamento modesto
Ivana ocupará, no entanto,
uma secretaria criada em maio de 2012, por Ana de Hollanda. Com um
orçamento modesto, de R$ 60,8 milhões para 2014, a Secretaria de
Cidadania e Diversidade tem como principal programa o Cultura Viva, que
foi criado em 2004 pelo então ministro, Gilberto Gil. Desde aquele ano,
de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, R$ 563 milhões foram
investidos na criação de 4.376 Pontos de Cultura e em 172 Pontões.
— A secretaria é estratégica nesse novo entendimento expandido da
cultura pensado pelo ministro Juca Ferreira. (Ele) Pensa a cultura como
um direito, e na sua dimensão simbólica e econômica. Elabora políticas,
programas e ações que incluem desde os povos de terreiro até a cultura
digital — defende.
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