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Tiro ao alvo – O resultado da edição 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não foi uma surpresa para os leitores do UCHO.INFO, pois o site alerta, há anos, para o fato de jovens e adolescentes terem conhecimento raso e desconhecerem até mesmo os assuntos corriqueiros do cotidiano. Sem contar a dificuldade para ler e escrever, o que não é privilégio das camadas sociais menos favorecidas. Tudo isso é fruto da pasteurização da informação, cada vez mais oportunista e vazia em termos de conteúdo. Fora isso, causa espécie o movimento crescente que incensa o “ter” e sepulta o “ser”.No momento em que 529 mil alunos que participaram do Enem tiraram nota zero em redação, fica claro que há na educação, como um todo, algo muito mais grave do que se imaginava. Muitos justificaram o resultado assustador alegando que o tema da redação foi inusitado, mas é preciso estar preparado para os imprevistos que a vida oferece. O caos que surgiu na prova de redação reforça a tese antiga de que aos políticos brasileiros interessa a ignorância do eleitorado, pois só assim os chamados representantes do povo se perpetuam no poder.
O contribuinte brasileiro enfrenta a maior carga tributária do planeta, mas não recebe a devida contrapartida por parte do Estado. A situação torna-se mais grave quando em cena entra a educação privada. As escolas particulares cobram verdadeiras fortunas, sem que os alunos aprendam em proporção correspondente ao valor das mensalidades. Ou seja, paga-se muito e tem-se pouco.
Quadro que antecipa a mediocridade intelectual dos próximos anos.
O maior problema nesse cenário de perplexidade e indignação é de responsabilidade do Estado, que na rede pública de ensino oferece algo pífio àqueles que não têm motivação para aprender. Vale salientar que o então presidente Luiz Inácio da Silva, agora um bem sucedido lobista de empreiteira, disse certa vez que o “companheiro” Fernando Haddad foi o maior ministro da Educação da história nacional.
É verdade que Lula queria emplacar na prefeitura de São Paulo o seu ex-colaborador, mas colocar Haddad no Olimpo da Educação foi uma temeridade. O resultado da passagem de Fernando Haddad pelo Ministério da Educação começa a aparecer.
Escolhido pela reeleita Dilma Rousseff para comandar a pasta em seu novo governo, Cid Gomes mal foi empossado e já encontrou um enorme problema para destrinchar. Ex-governador do Ceará e sem experiência para cuidar de tão importante ministério, até porque o futuro depende da educação púbica ou privada, Cid Gomes empurrou o problema para os antecessores. Aos jornalistas, o ministro disse que a educação pública brasileira está devendo. “O diagnóstico que se faz do ensino público brasileiro é de que deixa muito a desejar”, disse Cid Gomes.
A declaração do ministro atropela a afirmação do apedeuta Lula, que para fincar um dos seus postes políticos na maior cidade brasileira se valeu de mais uma mentira. A de que Haddad fora o maior ministro da Educação de todos os tempos. O prefeito paulista foi tão bom quanto ministro quanto a excelência da saúde pública do País, que um dia o ex-metalúrgico disse estar a um passo da perfeição.
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