(VEJA) A presidente da República, Dilma Rousseff, minimizou nesta
segunda-feira as manifestações espontâneas que surgiram em 12 capitais
durante o seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite
deste domingo. Em entrevista coletiva dada logo após a sanção da Lei do
Feminicídio, Dilma disse que não há terceiro turno e que o país não
aceitaria uma "ruptura democrática" - sem especificar a que se referia.
Dilma começou sua resposta dizendo que os protestos são legítimos num
regime democrático, uma obviedade incômoda para o PT. "Tem uma
característica que eu reputo muito importante: é o fato de que aqui as
pessoas podem se manifestar e têm espaço para isso", afirmou, fazendo a
ressalva de que a "violência" é inaceitável.
Dilma afirmou ainda que um terceiro turno das eleições presidenciais
não pode ser aceito. "A eleição acabou no primeiro e segundo turnos.
Terceiro turno, para qualquer cidadão brasileiro, não pode ocorrer, a
não ser que se queira uma ruptura democrática. A sociedade brasileira
não aceitará uma ruptura democrática", afirmou.
Em outro trecho da entrevista, Dilma, que se elegeu com o discurso do
"nós" contra "eles", pediu estabilidade e pregou o fim do conflito. "É
muito prudente o país perceber que ele precisa de estabilidade, que ele
precisa amainar todas as situações de conflito, porque estamos
enfrentando uma fase profunda da crise econômica", disse.
Novamente, a presidente atribuiu a crise brasileira ao cenário
internacional, embora admita, de forma oblíqua, que o governo errou em
suas avaliações econômicas para o ano passado. "Houve em 2014 uma
deterioração muito maior do que a esperada", disse ela, que também
afirmou esperar "um certo crescimento" até o fim do ano.
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