E não venha
com essa conversa de "terceiro turno", dona "presidenta" dos petistas. E
não, manifestar-se não é uma concessão sua. Se achou pouco, na próxima
haverá milhões de panelas, pode esperar:
A
presidente da República, Dilma Rousseff, minimizou nesta segunda-feira
as manifestações espontâneas que surgiram em 12 capitais durante o seu
pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite deste domingo.
Em entrevista coletiva dada logo após a sanção da Lei do Feminicídio,
Dilma disse que não há terceiro turno e que o país não aceitaria uma
"ruptura democrática" - sem especificar a que se referia.
Dilma
começou sua resposta dizendo que os protestos são legítimos num regime
democrático, uma obviedade incômoda para o PT. "Tem uma característica
que eu reputo muito importante: é o fato de que aqui as pessoas podem se
manifestar e têm espaço para isso", afirmou, fazendo a ressalva de que a
"violência" é inaceitável.
Ao
comentar os gritos de impeachment, a presidente respondeu de forma
confusa, aparentemente argumentando que não há motivos para um processo
de cassação do seu mandato. "Eu acho que é questão de conteúdo. Eu acho
que há que caracterizar razões para impeachment", declarou. Depois, a
chefe do Executivo lançou outra frase nebulosa. Dessa vez, sobre a
manifestação nacional marcada para o próximo dia 15 de março. "Ela em si
não representa a legalidade nem a legitimidade de pedidos que rompem
com a democracia."
Dilma
afirmou ainda que um terceiro turno das eleições presidenciais não pode
ser aceito. "A eleição acabou no primeiro e segundo turnos. Terceiro
turno, para qualquer cidadão brasileiro, não pode ocorrer, a não ser que
se queira uma ruptura democrática. A sociedade brasileira não aceitará
uma ruptura democrática", afirmou.
Em outro
trecho da entrevista, Dilma, que se elegeu com o discurso do "nós"
contra "eles", pediu estabilidade e pregou o fim do conflito. "É muito
prudente o país perceber que ele precisa de estabilidade, que ele
precisa amainar todas as situações de conflito, porque estamos
enfrentando uma fase profunda da crise econômica", disse.
Novamente,
a presidente atribuiu a crise brasileira ao cenário internacional,
embora admita, de forma oblíqua, que o governo errou em suas avaliações
econômicas para o ano passado. "Houve em 2014 uma deterioração muito
maior do que a esperada", disse ela, que também afirmou esperar "um
certo crescimento" até o fim do ano.
Dilma
participou nesta segunda-feira de uma cerimônia para sancionar a lei que
tipifica o crime de feminicídio - e torna crime hediondo o assassinato
de mulheres por razão de gênero ou violência doméstica. A pena prevista
varia de 12 a 30 anos de prisão. (Veja.com).
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