13/03/2015 09h36
- Atualizado em
13/03/2015 09h39
Região do DF teve 12 casos registrados na 11ª DP somente em fevereiro.
Para moradores, cães de guarda fazem a segurança e falta policiamento.
"Há a falta de certos cuidados simples que muitas vezes tanto previne como ajuda a polícia a identificar quem é o autor [do crime]", disse. "Hoje nós estamos focando nossas investigações no combate ao furto, mas quando a perícia vai fazer o laudo ela consegue fragmentos, mas não tem confronto a se fazer porque os moradores não têm informações."
Casa no Park Way próxima a estrada e com matagal em volta (Foto: Luciana Amaral/G1)
"Em 2010 percebemos que havia muitos roubos a residências e prendemos uma quadrilha. Melhorou muito e conseguimos colocar o Park Way como a região administrativa mais tranquila do DF durante dois anos porque o pessoal que fazia os assaltos estava todo preso", disse. "No fim de 2014 voltaram a ter alguns roubos. Nós iniciamos as investigações e prendemos uma nova quadrilha."
O delegado afirmou que os furtos em residências do Park Way são casos pontuais e que não há quadrilhas especializadas neste tipo de crime atuantes na região. Em fevereiro, a 11ª DP registrou 12 casos de furtos em residências no Park Way.
Balanço da Secretaria de Segurança aponta que, em janeiro deste ano, foram registrados quatro casos de furtos em residências na região administrativa. No mesmo período do ano passado, foram nove casos. Apesar de ter havido uma diminuição significativa de um ano para o outro, o número de furtos em residências foi três vezes maior em fevereiro deste ano em relação a janeiro.
Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança com índices de criminalidade no Park Way (Foto: GDF/Reprodução)
A advogada Taísa Fernandes, de 23 anos, teve a casa furtada em agosto de 2013. Ela contou que quando chegou em casa a porta dos fundos estava arrombada. "Levaram muita coisa. Levaram dinheiro, iPod, celular, computador, relógio, óculos, dois videogames, joias, tudo que eles acharam de eletrônico eles levaram. Até na geladeira eles mexeram", disse. "Na frente da casa tinha um posto da Polícia Rodoviária. Chamei os policiais, eles entraram na casa e não tinha ninguém. Acionaram a Polícia Civil para perícia, recolheram digital, mas não conseguiram achar ninguém."
Região do Park Way localizada próximo a BR-040(Foto: Taísa Fernandes/Arquivo Pessoal)
"Sempre tomamos cuidado, até porque um pouco antes da minha casa ser assaltada uma casa no condomínio vizinho tinha sido assaltada, então a gente sempre esteve alerta. A gente mudou para cá e trouxemos o cachorro, mas no mês seguinte da mudança ele morreu. Compramos mais dois cachorros e mandamos para o adestramento. E no dia do assalto os cachorros não estavam lá. A minha casa era a única que não tinha cachorro."
A advogada disse que os condomínios do Park Way são muito vulneráveis e afirmou ver pouco policiamento na região. "É difícil achar uma culpa, não vejo polícia na rua, mas ao mesmo tempo no meu condomínio o portão não funciona, o condomínio fica aberto e isso facilita muito, qualquer um entra e também não tem vigia. É muito vulnerável", afirmou.
"Cada um faz o que dá para se proteger. É meio que cada um por si", disse. "Ainda mais no meu condomínio que são cinco pessoas morando e é muito difícil porque a gente quer fazer uma coisa para aumentar a segurança, mas aqui a pessoa não quer pagar. Tem que fechar um muro, mas não fecha."
Em nota, a Polícia Militar informou que o policiamento na área é feito por meio de viaturas por se tratar "de uma área extensa basicamente residencial". Segundo a corporação, uma parte do Park Way é policiado pelo 25º BPM e a outra pelo 17º BPM.
De acordo com a PM, em fevereiro deste ano foi implantado o policiamento com motos "para dar mais segurança aos praticantes de atividade física em áreas próximas às vias". "É uma área bem policiada. Nos dois primeiros meses do ano houve apenas um registro de furto em residência em que a Polícia Militar foi acionada", diz a nota. A corporação disponibiliza o telefone 3910-1879 para contato direto da comunidade com a PM.
Cão de guarda
Para o servidor público Luis Fernando Resende, de 55 anos, a sensação de segurança no Park Way aumenta para moradores que têm cachorros nas residências. Segundo ele, casas que têm cão de guarda raramente são assaltadas. "A minha confiança em termos de policiamento é zero", disse. "A segurança sempre foi baseada em cachorro cão de guarda. Todo mundo tem cão de guarda para evitar roubo. Se você não tem cachorro, o local fica mais perigoso. O ladrão primeiro olha se tem ou não cachorro."
Cães de guarda em residência no Park Way
(Foto: Luis Fernando/Arquivo Pessoal)
(Foto: Luis Fernando/Arquivo Pessoal)
Resende afirmou ter tido a casa furtada em dezembro de 2013. Na época, o servidor público estava viajando e a residência estava sem cachorros. Hoje ele tem dois cães da raça Dog de Bordeaux.
"Eu tinha viajado um dia antes, não sei se houve encomenda ou não porque arrombaram uma única janela e cortaram os cabos dos telefones. O alarme disparou, eles chegaram a roubar uma televisão grande e uma menor e alguns sapatos, mas quando o alarme disparou eles fugiram", disse.
Ele disse acreditar que o grande problema na região está no pouco investimento do governo na região. "Não tem policiamento, não tem iluminação, você não tem nenhuma contrapartida do governo para isso. Praticamente não tem linha de ônibus", disse. "Eles autorizaram o loteamento dos condomínios e hoje praticamente todo o Park Way está com sete ou oito projeções por condomínio, mas não chega serviço público. Polícia raramente se vê, o posto foi desativado, a iluminação deixa a desejar, bancar um vigia nem todo mundo tem condições porque é caro. A melhor é opção são os cães de guarda."
13/03/2015 09h24
Park Way tem 2ª maior escolaridade, prédios históricos e reduto japonês
Com 22 mil habitantes, região completa 54 anos nesta sexta-feira.
Riacho Fundo I também faz aniversário e celebra 25 anos.
saiba mais
A região abriga 22 mil moradores e até o início do ano tinha uma gestão
independente – atualmente compõe o Núcleo Pioneiro, junto à
Candangolândia e ao Bandeirante. Dados da Codeplan apontam que a renda
domiciliar per capita na área é de R$ 5.195 e que mais da metade dos
moradores concluíram o ensino médio, fazendo o Park Way ficar atrás
apenas do Lago Norte em escolaridade.O local é dividido em quadras enumeradas, que vão de 1 a 29, e abriga ainda reservas ecológicas e importantes recursos hídricos, como a Fazenda Água Limpa, o Córrego da Onça e Ipê Coqueiros.
Quando foi fundado, tinha os terrenos trocados por apartamentos no Plano Piloto, já que os lotes eram distantes do centro da cidade e não havia expectativas de valorização da região.
Outra característica importante do Park Way é sediar edificações tombadas que se enquadram no patrimônio histórico, como o Catetinho e a Casa Niemeyer. Além disso, abriga um dos maiores redutos nipônicos do DF, o Núcleo Hortícola Suburbano de Vargem Bonita. Ele é responsável por boa parte do sustento de 260 famílias. Os produtores de hortaliça ajudam a abastecer a Ceasa, feiras de produtores, verdurões e supermercados da capital federal. A produção anual de hortifruti é de 12 mil toneladas.
Riacho Fundo I
O Riacho Fundo I também faz aniversário nesta sexta-feira (13), quando completa 25 anos. A comemoração ocorre no sábado, com o tradicional corte do bolo às 10h. A partir das 18h, um show de talentos premiará os três primeiros colocados com R$ 300, R$ 200 e R$ 150, respectivamente — valores conseguidos por meio de doação.
O nome da região administrativa é inspirado no córrego que passa pelas proximidades. O Riacho Fundo I abriga a antiga Residência Oficial dos Governos Militares e também a Fundação Cidade da Paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário