sexta-feira, 13 de março de 2015

Inversão de valores.Drogados, que vivem às custas do Governo e dos nossos impostos, ainda nos criticam por sermos "pouco solidarios".Que mais esses inuteis querem? Nós, somos as vitimas por termos de sustenta-los, não eles que nada fazem a não ser se drogar!


  13/03/2015 09h26

'É uma matança', diz mulher que vive na rua há 5 anos no Riacho Fundo I

Ela deixou família por causa do crack; projeto dá assistência a mendigos.
Crimes comuns na região são praticados por moradores de rua, diz PM.

Isabella Calzolari Do G1 DF
Rosa Mariana dos Santos tem 33 anos e é mãe de 12 filhos. Desde o início da adolescência ela é usuária de drogas. Há cinco anos, Rosa decidiu sair de casa e virar moradora de rua no Riacho Fundo I, no Distrito Federal, por causa do crack. Há três anos ela mora com um companheiro em um barraco na rua e, durante o dia, trabalha como vigia no estacionamento de um shopping da região administrativa. Rosa afirma que a vida na rua é "muito triste".


"É só sofrimento. É violência demais, toda hora é uma matança, toda hora um fura o outro, toda hora é coisa ruim", disse. Ela contou que já roubou para comprar drogas e que já foi presa pelo crime.

Nenhum dos 12 filhos mora com ela. A mais nova, de oito meses, está aos cuidados da avó.


"Minha mãe me ajuda e me apoia. Ela quase todo dia leva comida para mim no barraco", disse. "Sai de casa para não dar trabalho para minha mãe. Eu ficava dentro de casa e ela tinha que ver aquelas cenas."


Eu quero trabalhar, vou estudar, já fiz a matrícula no colégio, não quero usar mais droga não. Eu vou conseguir sair das ruas, quero conhecer outras pessoas, outros locais e ver o mundo lá fora"
Rosa Mariana dos Santos moradora de rua
Ela disse estar há um mês sem usar drogas e que deseja sair da rua. "Eu quero trabalhar, vou estudar, já fiz a matrícula no colégio, não quero usar mais droga, não. Eu vou conseguir sair das ruas, quero conhecer outras pessoas, outros locais e ver o mundo lá fora", afirmou.

Rosa é uma das cerca de 80 pessoas que moram atualmente nas ruas no Riacho Fundo I. A região administrativa tem baixos índices de criminalidade, mas, segundo o comandante do 28ºBPM, tenente-coronel Arnaldo da Costa, o que preocupa a corporação são os registros de uso e porte de drogas e roubo a transeuntes. De acordo com Costa, pelo menos metade desses crimes são praticados por moradores de rua.

"Temos dois tópicos que combatemos insistentemente que é roubo a transeunte e a questão do uso e porte de drogas. Nós temos muitos moradores de rua que são viciados, eles ficam sem dinheiro e para conseguir manter o vício eles fazem esses pequenos roubos a transeuntes", afirmou. "Isso nos causa um problema. Temos buscado trabalhar diretamente com a administração e com os órgãos de responsabilidade social que estejam atuando nessa frente."


Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança com índices de criminalidade no Riacho Fundo 1 (Foto: GDF/Reprodução)Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança com índices de criminalidade no Riacho Fundo 1 (Foto: GDF/Reprodução)
Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública aponta que em janeiro deste ano foram registrados 11 casos de uso e porte de drogas e 29 de roubo a transeuntes no Riacho Fundo 1. No mesmo período do ano passado, foram 17 e 30 casos, respectivamente, na região. De acordo com o comandante, em fevereiro deste ano foram 17 registros de uso e porte de drogas.


"Hoje a questão da droga está generalizada, são pontos localizados que às vezes tem um tráfico ou algum uso. A gente procura tentar, além de prender o usuário de drogas, também tentar chegar até o traficante", afirmou.
Comandante do 28ºBPM, tenente-coronel Arnaldo da Costa (Foto: Isabella Calzolari/G1)Comandante do 28º BPM, tenente-coronel Arnaldo da Costa(Foto: Isabella Calzolari/G1)
Ele destaca a fragilidade da lei para pessoas que são detidas com drogas. "Falta uma legislação efetiva. Nós temos a reincidência, pessoas com várias passagens, que já são 'clientes antigos'", disse. "Por conta da reincidência, nós temos o retrabalho da polícia, temos que prender por várias vezes. Costa disse que esse "retrabalho" gera sensação de impunidade. "Eles [os criminosos] sabem que vão ser presos e que depois serão liberados, até no mesmo dia."


De acordo com Costa, o trabalho da polícia tem que ser feito em conjunto com os órgãos sociais. "Para tentar combater, fazemos integração com órgãos de assistência social para que estejam buscando e tratando essas pessoas. Não adianta só combater, buscamos também apoio com a administração fazendo poda das árvores, verificando locais mais escuros e alguns locais que são mais ermos para que eles façam um trabalho de revitalização dessas áreas."


Cidade Acolhedora
Há quase um ano, Rosa participa do programa Cidade Acolhedora, uma parceria público-privada entre a associação Casa Santo André e o governo do Distrito Federal. A Cidade Acolhedora realiza abordagens diárias para identificar pessoas em situação de rua ou de risco e violações de direitos, além de tentar assegurar atendimento social. "Eu preciso deles, eles me levam para tomar banho, lavar roupa, me ajudam para receber cesta básica", disse.
Kombi usada pela equipe da Cidade Acolhedora durante as abordagens aos moradores de rua (Foto: Isabella Calzolari/G1)Kombi usada pela equipe da Cidade Acolhedora durante as abordagens aos moradores de rua (Foto: Isabella Calzolari/G1)
A abordagem é feita por 30 equipes que atuam em todo o Distrito Federal. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, em 2014 foram identificadas cerca de 2,5 mil pessoas em situação de rua, o que gerou uma média de 3 mil abordagens por mês.

A equipe é composta por dois orientadores, um motorista, um facilitador, que já foi morador de rua, e um assistente de coordenação. Eles fazem os trajetos em uma kombi.


De acordo com o assistente de coordenação da Cidade Acolhedora no Riacho Fundo 1 e 2, Fabrício Lima, o trabalho da equipe é tentar conseguir a confiança dos moradores de rua e dessa forma ajudar os moradores e saber o que eles querem.
O assistente de coordenação do Riacho Fundo 1 e 2, Fabrício Lima (Foto: Isabella Calzolari/G1)O assistente de coordenação do Riacho Fundo 1 e 2,Fabrício Lima (Foto: Isabella Calzolari/G1)
"A gente cria vínculo com as pessoas. Dessa forma eles vão confiar em mim e a gente consegue ajudar e saber porque estão na rua e começar a criar uma estratégia", disse. "A abordagem social é sistemática e planejada. A gente explica para eles os direitos que eles têm de tirar segunda via de documento, de ir a um posto se vacinar, por exemplo. A gente não chega e tira a pessoa da rua, a gente trabalha para informar e dar a possibilidade de eles saírem da rua se quiserem."


Lima afirmou que o perfil dos moradores de rua de Riacho Fundo 1 é um pouco diferente da maioria das pessoas que moram nas ruas da capital federal. "No caso do Riacho Fundo 1 há uma dinâmica um pouco diferente porque a maioria dos moradores de rua vem de outros estados e chega aqui a trabalho", disse.

"Eles chegam e vão para um abrigo público e de lá a pessoa migra e começa a desenvolver as atividades como vigia de carro, diarista, pedreiro. O maior problema não é o uso da droga, mas o senso comum de que quem mora na rua usa drogas. São situações de extrema pobreza, na rua você tem que ser corajoso e muitas vezes eles usam as drogas para ficar acordado e se sentir mais seguro."
Nem todo mundo que está na rua é bandido, é assaltante, nada disso. São muitas vezes pais de família, pessoas que saíram da família e caíram nessa realidade e que muitas vezes tem uma enorme dificuldade de sair dela."
Fabrício Lima
fundador da Casa Santo André
O fundador da Casa Santo André, Fabrício Lima, afirma que falta políticas públicas para garantir os direitos dos moradores de rua. "É um problema mundial, todas as grandes cidades têm morador de rua. O que muda são as politicas públicas oferecidas. Em Brasília nós carecemos de políticas públicas voltadas para moradores de rua, não só de acolhimento, mas de saúde, de educação, de moradia. Nós temos muitas famílias em situação de rua", disse.

"O trabalho da equipe é despertar o desejo de sair da rua. Nós temos que ajudar essas pessoas a dar o primeiro passo e, em alguns casos, isso requer um local de acolhimento", afirmou.


Ele disse acreditar que o engajamento social contribuiria nesse trabalho. "A sociedade tem que melhorar também e ter mais solidariedade. Nem todo mundo que está na rua é bandido, é assaltante, nada disso", disse. "São muitas vezes pais de família, pessoas que saíram da família e caíram nessa realidade e que muitas vezes têm uma enorme dificuldade de sair dela. Queremos que eles encontrem um caminho de volta."

Comentarios

Ana Lia 

Nos discursos do PT nunca ouvi uma critica aos criminosos, drogados, pedófilos, apenas à classe media, à "zelite" que , apesar de ser criticada, ainda tem de pagar os salários desses "falsos" protetores dos pobres.Nós, os honestos, os trabalhadores, viramos os malvados e os criminosos e drogados e os corruptos milionários viraram os bonzinhos.Estou farta deste país!

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