quinta-feira, 7 de maio de 2015

HIPOCRISIA!!!! Enquanto a Olimpíada destrói parte da Mata Atlântica, com autorização das entidades de proteção ambiental, o BNDES e MMA lançam programa para recuperação da Mata Atlântica e outros biomas.Será que depois dos Jogos Olímpicos ainda haverá alguma Mata Atlântica para ser "salva"??

Publicado em maio 6, 2015 por


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o Ministério do Meio Ambiente lançaram ontem (5) o programa BNDES Restauração Ecológica, que vai financiar com recursos não reembolsáveis, projetos de recuperação da vegetação nativa em biomas como a Mata Atlântica, os Pampas e o Cerrado.


A Mata Atlântica é considerada prioritária por estar próxima da população urbana, por ser a que possui menor vegetação nativa e também por seu papel na manutenção do abastecimento de água na Região Sudeste. Foto de Tânia Rêgo/Agência Brasil

A primeira fase do programa contará com recursos de R$ 20 milhões e começará com foco na Mata Atlântica, bioma que era atendido pelo programa BNDES Mata Atlântica, já encerrado e que contribuiu para a formulação do atual programa. A Mata Atlântica é considerada prioritária por estar próxima da população urbana, por ser a que possui menor vegetação nativa remanescente e também por seu papel na manutenção do abastecimento de água na região Sudeste.


O presidente do banco, Luciano Coutinho, considerou o programa um passo inicial para aumentar a escala da restauração ecológica no Brasil: “Temos um imenso desafio pela frente, e esse desafio é de 12 milhões de hectares nos próximos 20 anos, de recuperação no Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa. É um superdesafio, e esse é um pequeno passo inicial. Um passo que temos muito orgulho de fazer e ao qual se sucederão outros”.


A ministra Izabella Teixeira considerou 12 milhões de hectares um prognóstico conservador. “Mas, para quem tinha zero, 12 milhões passa a ser um sonho de consumo”, disse. Segundo a ministra, o Cadastro Ambiental Rural mostrou que há, pelo menos, 22 milhões de hectares a serem restaurados: ” temos que ser competitivos, temos que ter inovação tecnológica e temos que usar isso a favor do nosso desenvolvimento e não como restrição”.


As regras para se candidatar ao financiamento serão divulgadas na tarde de hoje, no site do banco, e o prazo para submeter um projeto vai até o próximo dia 3 de julho. As iniciativas deverão propor a recuperação de áreas com entre 200 e 400 hectares, sem a necessidade de serem contínuas.


As áreas a serem recuperadas poderão ser em unidades de conservação, de posse ou domínio público, em Reserva Particular do Patrimônio Natural constituídas voluntariamente, em Reserva Legal e em Assentamentos da Reforma Agrária ou em Territórios Quilombolas, em terras indígenas reconhecidas pela Fundação Nacional do Índio e em áreas de preservação permanente (APP). Poderão ser financiadas aquisição de sementes, mudas, insumos, máquinas e equipamentos, cercas, viveiros de espécies nativas, mão de obra, pesquisas e outros investimentos.

O diretor do BNDES José Henrique Paim, que está à frente do projeto, afirmou que a iniciativa vai atender a um aumento da demanda por restauração que virá como resultado do Código Florestal e um dos objetivos será fortalecer a cadeia técnica do setor de restauração ecológica no Brasil.

Todos os biomas brasileiros poderão ser contemplados, com atual exceção da Amazônia, que já conta com o Fundo Amazônia.

Na iniciativa Mata Atlântica, encerrada com o lançamento do Programa BNDES Restauração Ecológica, 15 projetos foram financiados com R$ 43 milhões para a recuperação de 3 mil hectares. Os trabalhos já foram iniciados em 1,8 mil hectares.

Por Vinícius Lisboa, da Agência Brasil.

** Veja as regras e orientações completas aqui: http://bit.ly/1F28xdc


Publicado no Portal EcoDebate, 06/05/2015

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Leiam sobre este assunto: 





Obra da Rio-2016 derruba mata, e devastação olímpica atinge 34 'Maracanãs'

Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro


  • Júlio César Guimarães/UOL
    Obra em Elevado do Joá (foto) vai derrubar 69 mil m² de mata à beira do Oceano Atlântico Obra em Elevado do Joá (foto) vai derrubar 69 mil m² de mata à beira do Oceano Atlântico

A Prefeitura do Rio de Janeiro deu início no final do mês de junho a mais um projeto viário necessário para a Olimpíada de 2016: a duplicação do Elevado do Joá. Com isso, ampliou a derrubada da vegetação da cidade causada pela preparação da capital fluminense para os próximos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.

A duplicação do Elevado do Joá, pista que liga à Zona Sul do Rio à região da Barra da Tijuca, vai derrubar cerca de 6,9 hectares (69 mil m²) de vegetação à beira do Oceano Atlântico. Já considerando essa área, a devastação vegetal causada pela Rio-2016 atingiu 270 mil², área equivalente a 34 campos de futebol do Maracanã.

Além do Elevado do Joá, a construção da Transolímpica também demandará a derrubada de vegetação. A obra da avenida ligando o Parque de Deodoro à região do Parque Olímpico vai suprimir 20 hectares, ou seja, 200 mil m² de Mata Atlântica na Zona Oeste.

Já no caso do elevado do Joá, dos 6,9 hectares de mata que serão derrubados, só uma parte é de espécies de mata nativa. A maior área é constituída por espécies já replantadas, como amendoeiras e bananeiras, segundo a Fundação Geo-Rio (Fundação Instituto de Geotécnica do Rio de Janeiro).
Mesmo assim, tudo o que será desmatado será compensado. De acordo com a SMO (Secretaria Municipal de Obras do Rio), 12,5 hectares de vegetação serão plantados na cidade. O local onde isso será feito não está definido.

A derrubada das árvores, tanto no caso do Elevado do Joá quanto no da Transolímpica, foi autorizada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), órgão do governo do Estado do Rio de Janeiro. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, aliás, foi questionada pelo UOL Esporte sobre como avaliava a devastação causada pela preparação para a Rio-2016. Não respondeu.

Vale ressaltar que realizar uma Olimpíada sustentável é uma das missões dos organizadores do evento. O próprio Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 já informou que só compra madeira ou papel com certificado de manejo florestal, vai servir pescado produzido de forma sustentável nas refeições durante os Jogos e trabalha para a ampliação da acessibilidade em hotéis do Rio visando à sustentabilidade.

Esse objetivo é visto com desconfiança por ambientalistas e movimentos sociais. Pessoas que acompanham a organização da Olímpiada questionam a construção de um campo de golfe para os Jogos numa área de preservação ambiental, e apontam falta de vontade de governos para despoluir a Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas –dois locais de competição da Rio-2016.

Detalhes das obras
A obra de duplicação do Elevado do Joá deve ser concluída em março de 2016. A prefeitura vai gastar R$ 458 milhões para ampliar a via de acesso à Barra, bairro que é considerado o "coração da Olimpíada". É lá que vai ficar o Parque Olímpico da Rio-2016.

A Transolímpica vai custar R$ 1,6 bilhão. Desse valor, R$ 1,1 bilhão será pago com recursos públicos. O restante será pago por um grupo de empresas, que depois vai lucrar com a cobrança de um pedágio na nova avenida.

A Transolímpica terá três pistas em cada sentido. Uma delas será uma faixa para tráfego exclusivo de ônibus expressos BRT (Bus Rapid Transit). A obra deve ser concluída no primeiro semestre de 2016.

Comentário

1.Será que depois dos Jogos Olímpicos vai sobrar alguma Mata Atlântica para ser "salva"? Ou a verba destinada ao suposto salvamento da Mata, a ser assassinada em nome dos Jogos Olímpicos vai ser utilizada para alguma nova "lavagem"?Bem mais provável!

Anônimo

 2.Essa hipocrisia aconteceu também no DF.Um distrital fez publicar um enorme artigo em defesa da APA GAMA de VEADO, para conseguir votos dos moradores do Park Way,  dando uma de protetor do Meio Ambiente e, ao mesmo tempo, concordou com a inclusão no PDOT de um artigo que entregava a área à SEDHAB. Safadeza em todos os níveis!!!

Ana Lia 

3.Se o MMA quisesse proteger a Mata Atlântica, como alega, não teria dado permissão para seu desmatamento.Não nas proporções em que está sendo feito! 69 mil metros quadrados é muita coisa para uma Mata que, atualmente, tem apenas uns 5% de vegetação remanescente!

O MMA morde e assopra como diz a minha avó!

José Gilberto Fortes. 

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