sexta-feira, 12 de junho de 2015

G7 chega a consenso sobre eliminar combustíveis fósseis gradualmente



Líderes do G7 apoiaram nesta segunda-feira (8) metas ambiciosas para a redução das emissões de CO² e expressaram seu compromisso de abrir mão gradualmente dos combustíveis fósseis —medida considerada um bom presságio para a conferência climática de dezembro em Paris.


Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, os líderes das sete potências defenderam a redução das emissões globais de gases de efeito estufa entre 40% e 70% até 2050, com base nos níveis de 2010.



Michael Kappeler/Reuters
Angela Merkel conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, no castelo de Elmau, durante o G7
Angela Merkel conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, no castelo de Elmau, durante o G7   


Os sete países também se comprometem a assumir sua parcela de responsabilidade "para alcançar uma economia global livre de carbono em longo prazo". 


Para tanto, querem "transformar o setor de energia até 2050" em seus países. Em outras palavras, prescindir ao máximo dos combustíveis fósseis (gás, petróleo e carvão) em benefício das energias renováveis.


"Essa é uma declaração histórica que anuncia o fim da era dos combustíveis fósseis", comemorou o coletivo European Climate.


Jennifer Morgan, responsável por questões climáticas do Instituto de Recursos Mundiais, disse que, "pela primeira vez, os líderes do G7 apoiam o objetivo de descarbonizar a economia".


As declarações sobre o clima da cúpula de dois dias no castelo de Elmau eram muito aguardadas, a seis meses da cúpula da ONU sobre o clima em Paris (COP).


A COP 21 deverá definir globalmente o caminho a seguir para limitar o aquecimento global.


O presidente francês, François Hollande, que fez dessa questão uma das suas prioridades, congratulou-se hoje pelos compromissos "ambiciosos e realistas" expressados.


REAÇÕES
"Elmau cumpriu suas promessas", concordou Martin Kaiser, do Greenpeace.
Em Bonn (oeste da Alemanha), onde ocorrem negociações multilaterais para preparar a conferência do clima de Paris, as reações eram menos entusiasmadas.



"Não está claro em que medida (os anúncios de segunda-feira) vão transformar o debate", comentou em Bonn Alden Meyer, analista da União dos Cientistas Preocupados (Union of Concerned Scientists, UCS).


Meyer destacou que os países do G7 formulam objetivos para todo o mundo, mas, em seguida, fazem poucos compromissos concretos em relação a si mesmos.


E para que a conferência de Paris seja um sucesso, será necessário obter o apoio de países altamente poluidores, como China, Índia, Rússia e Brasil.


Os países do G7 (Estados Unidos, Canadá, Japão, França, Alemanha, Itália, Reino Unido) representam 10% da população mundial, e cerca de um quarto das emissões de dióxido de carbono (CO2).


O G7 aprovou o objetivo de limitar o aumento da temperatura global do planeta a dois graus Celsius em comparação aos tempos pré-industriais.


Ele também reafirmou seu compromisso de "mobilizar" US$ 100 bilhões por ano até 2020 em dinheiro público e privado para financiar iniciativas para o clima.


O compromisso final, em que cada palavra é muito ponderada antes de ser dita, foi o "resultado de negociações difíceis", reconheceu a chanceler alemã, Angela Merkel.


Os quatro países europeus do G7 eram a favor de uma formulação apaixonada e ambiciosa, mas encontraram relutância por parte de Canadá e especialmente do Japão, cuja indústria de energia atribui uma grande importância para o carvão.

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