11/06/15 - Sem Nexo com a realidade
Editorial Zero Hora - 11/06/15
É
inaceitável a proposta da chapa majoritária do PT para que retorne a
famigerada CPMF, o imposto sobre movimentação financeira que já
atormentou a vida dos brasileiros sob o pretexto de financiar a saúde
pública.
A ideia vem sendo propagada dentro do próprio governo e ganhou o
aval de lideranças petistas empenhadas em manter posições hegemônicas
no congresso nacional do partido.
É
uma proposta sem nexo com a realidade, quando a transferência de renda
para os governos passou do razoável e mesmo assim deve ser ampliada, com
as taxações resultantes, por exemplo, das novas concessões de serviços
para a iniciativa privada, especialmente nas rodovias.
É também um deboche com a sociedade, num momento em que a elite
administrativa não para de criar penduricalhos para elevar seus
vencimentos, em contraste com a crise financeira e o aumento do
desemprego.
Sugerir
a volta da CPMF é conspirar contra a racionalidade buscada pelo
Executivo no ajuste fiscal. O imposto caiu em 2007 por não cumprir com o
que prometia, e a saúde ficou pior do que estava. Os mesmos que tentam
ressuscitá-lo contribuíram para que fosse desmoralizado. O que a saúde
precisa é de qualificação de gestão, para que elimine desperdícios,
ineficiência e corrupção.
Em meio ao esforço para acertar suas contas, está na hora de o poder
público abandonar improvisações e adotar modelos como o do Orçamento
Base Zero (OBZ), pelo qual a previsão orçamentária para o ano seguinte
não se baseia preguiçosamente no gasto do ano anterior, acrescentado da
inflação ou de algum outro tipo de reajuste, mas sim na previsão do que
realmente o órgão público ou a instituição precisam para operar com
eficiência.
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