Investidores da Eletrobras planejam ir à Justiça nos Estados Unidos por perdas sofridas após o envolvimento da estatal em investigações da Operação Lava Jato.
A ação será movida "em breve", segundo Phillip Kim, representante da The Rosen Law Firm, escritório americano de advocacia que defende os direitos de investidores.
A Eletrobras tem papéis na Bolsa de Nova York, onde é obrigada a prestar informações detalhadas de suas contas. Em abril, a estatal anunciou que não publicaria seu balanço nos EUA devido ao envolvimento na Lava Jato.
Depois da notícia, os recibos de ações (BDRs) caíram 8,24% até o final do mês, para US$ 2,45 por ação.
O escritório diz que pretende reaver essas perdas para os investidores interessados em tomar parte do processo.
O atraso na divulgação dos números se deve à necessidade de uma auditoria interna após o depoimento à Justiça do ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini.
Ele afirmou ter ouvido que as empresas do consórcio de construção da usina Angra 3 pagaram propina ao almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, subsidiária da estatal; o almirante nega ter recebido pagamentos indevidos.
A Eletrobras percorre agora o mesmo caminho da Petrobras, pivô do esquema investigado pela Lava Jato.
A Petrobras demorou cinco meses para publicar seu balanço nos EUA, até que uma auditoria interna chegasse ao valor de perdas sofridas com a corrupção (R$ 6,3 bilhões).
Desde o final do ano passado, a Petrobras foi alvo de cinco ações coletivas de indenização nos Estados Unidos (mais tarde unificadas), além de ações individuais de fundos de investimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário