Em 22 de maio passado, menos dois meses, portanto, Dilma Rousseff vetou o
aumento do limite de crédito consignado (aquele descontado diretamente
em folha) de 30% para 40% para pensionistas e aposentados com a seguinte
justificativa:
"sem a introdução de contrapartidas que ampliassem a proteção ao
tomador do empréstimo, a medida proposta poderia acarretar um
comprometimento da renda das famílias para além do desejável e de
maneira incompatível com os princípios da atividade econômica... A
proposta levaria, ainda, à elevação do endividamento e poderia
resultar na ampliação da inadimplência, prejudicando as próprias
famílias e dificultando o esforço atual de controle da inflação"
Assim foi publicado no "Diário Oficial" da União.E valia para aquele Brasil de dois meses atrás.
Pois pasmem, senhores e senhores que, hoje, a mesma Dilma Rousseff
publica uma medida provisória ampliando de 30% para 35% o limite de
desconto em folha, o chamado crédito
consignado. Só que estes 5% deverão ser usados para pagamentos de
empréstimos,
financiamentos, cartão de crédito e operações de arredamento mercantil
autorizados por empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), por aposentados e pensionistas do INSS e por servidores
públicos.Ou seja: Dilma permite o aposentado e o pensionista aumentarem a
dívida, mas o dinheiro só pode ser usado para pagar os credores. É, na
verdade, um empréstimo aos bancos, financeiras e operadoras de cartão de
crédito, para reduzir o débito dos aposentados e pensionistas com o
mesmos, aumentando-o com o governo.
Hoje, no Brasil, estima-se que existam cerca de 15 milhões de aposentados e pensionistas em débito com empréstimos consignados, que se constituem numa corrente de financiamentos e refinanciamentos que tornam os mesmos escravos dos bancos e financeiras. As dívidas, mesmo que possam tomar apenas 35% da renda, tornam-se impagáveis.
O que Dilma publicou no Diário Oficial em maio passado não vale mais. Não existe planejamento econômico, não existe a mínima avaliação do mercado e isto resume o governo do PT. Agora o aumento do empréstimo consignado não vai trazer endividamento e inflação, tampouco inadimplência. Já o reajuste das pensões pela variação do salário mínimo, que aumenta a renda, gera consumo e repõe perdas salariais, isto a Dilma vai vetar. O negócio do PT é que o aposentado seja devedor, jamais consumidor. A prova está aí, no aumento do consignado para que possa pagar os especuladores e os juros estratosféricos do mercado financeiro.
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