O blog pediu, a PF atendeu.
Ontem o Blog fez este post. Hoje a Folha publica a seguinte matéria:
Em sua busca e a apreensão desta terça-feira (28), a Polícia Federal
procurou documentos para embasar suspeitas de que houve irregularidades
na execução do programa de submarinos da Marinha, que visa colocar no
mar um modelo de propulsão nuclear por volta de 2025. As suspeitas surgiram em etapas anteriores da Lava Jato, segundo a Folha apurou, em que a Odebrecht foi alvo de investigações.
A empreiteira é a maior parceira nacional do projeto, sendo responsável
pelas obras do estaleiro e da base naval em Itaguaí (RJ). Assinado em
2009 como parte do acordo militar Brasil-França, o maior da
história do país, o contrato dos submarinos é um negócio gigantesco: €
6,7 bilhões (algo como R$ 18 bi quando foi assinado; hoje, R$ 25 bi).
O acordo foi uma das estrelas do segundo mandato de Lula. Seus termos
preveem que os franceses fornecerão tecnologia para a construção de
quatro submarinos convencionais, movidos por motores diesel-elétricos, e
um nuclear –a menina dos olhos dos almirantes, já que apenas seis
países operam esse tipo de armamento hoje.
A fabricação já está em curso, com seções do primeiro modelo convencional sendo integradas no Rio.
A Odebrecht foi subcontratada pelo estaleiro DCNS francês para assumir
as obras da nova base por € 1,7 bilhão. Não houve licitação, o que
provocou críticas veladas de suas concorrentes à época. Como se trata de um negócio envolvendo a segurança nacional, tudo é
sigiloso e fora das regras da Lei de Licitações. Isso é praxe em
praticamente todo o mundo e deverá dificultar apurações da PF.
O acordo sofreu críticas por ter feito o Brasil adquirir uma família
diferente de submarinos, a classe Scorpène francesa, vista por
especialistas como inferior aos novos modelos alemães –o Brasil já
utilizava submarinos de desenho germânico, numa parceria que remonta a
1983.
A DCNS tem longo currículo de acusações de pagamentos de propina e
outras suspeitas em negócios com os mesmos submarinos na Índia e na
Malásia. Os franceses sempre negaram irregularidades. A Odebrecht nega as acusações no âmbito da Lava Jato.
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