Janot diz que ex-diretor e PP receberam R$ 357,9 milhões de propina da Petrobras
23/10/2015 20h00
Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil
Em denúncia enviada ao Supremo Tribunal
Federal (STF) contra o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o ex-diretor
de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o Partido
Progressista (PP) receberam R$ 357,9 milhões de propina da Petrobras. Para Rodrigo Janot, além de receber diretamente a propina, Nelson Meurer agiu para ocultar os valores recebidos
De
acordo com as investigações da Operação Lava Jato, Costa atuava como
operador do partido na Petrobras. Além de Meurer, o procurador também
denunciou os dois filhos dele, por intermediarem o recebimento dos
valores indevidos.
Na denúncia apresentada ao STF, Janot
informou que a legenda recebeu R$ 62 milhões do esquema, que consistia
em repasses por empresas fictícias operadas pelo doleiro Alberto
Youssef. Conforme a acusação, o deputado Nelson Meurer recebeu, entre
2006 e 2014, R$ 29 milhões do total recebido pelo PP. Meurer faz parte
da cúpula do partido.
O
procurador afirmou que os valores foram pagos por meio de entregas
pessoais de dinheiro ao deputado ou a dois filhos dele, Cristiano e
Nelson Meurer Júnior. Também houve recebimento de valores no Posto da
Torre, posto de gasolina localizado em Brasília e que originou a
Operação Lava Jato, e depósitos em dinheiro nas contas bancárias
pessoais do deputado.
Para o procurador-geral, além de receber diretamente a propina, Nelson Meurer agiu para ocultar os valores recebidos.
“Para
a pratica das condutas delitivas aqui delineadas, o deputado federal
Nelson Meurer contou com o contributo livre, consciente e voluntario de
seus filhos, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer, os quais,
plenamente cientes de todo o esquema criminoso integrado por seu
genitor, versado nesta denúncia, o auxiliaram no recebimento de parte
das propinas pagas ao parlamentar, mediante estratégias de ocultação e
dissimulação da natureza”, acrescentou Janot.
Além dos valores
indevidos, o procurador citou a entrega de R$ 4 milhões durante a
campanha eleitoral de 2010, por meio de sete entregas pessoais, que
ocorreram a mando do doleiro Alberto Youssef, e mais R$ 500 mil,
repassados pela empreiteira Queiroz Galvão, por meio de doações oficiais
de campanha.
O procurador pediu ainda que Meurer e seus filhos
devolvam aos cofres públicos R$ 357,9 milhões e a decretação da cassação
do mandato, após o trânsito em julgado da ação.
Em nota, o PP
declarou que não admite práticas de atos ilícitos e que confia na
Justiça, de modo que os fatos sejam esclarecidos.
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