10/11/2015
Governo informou que vai aplicar multa de 1.915 reais para quem obstruir as estradas; grevistas, agora, pedem frete mínimo e redução do preço do óleo diesel e a saída de Dilma.
Os caminhoneiros
voltaram nesta terça-feira a bloquear rodovias e fazer manifestações em
pelo menos oito Estados – Ceará, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Goiás.
Este é o segundo dia
de protesto organizado pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), grupo
desvinculado dos sindicatos da categoria. Nesta segunda-feira, os
caminhoneiros haviam fechado 43 pontos de estradas em catorze Estados,
segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Um dos líderes do movimento Ivar Luiz Schmidt disse hoje ao site
de VEJA que o objetivo inicial era pressionar a presidente Dilma
Rousseff a renunciar. Mas como, segundo ele, a greve não ganhou adesão
popular, os caminhoneiros agora vão focar nas reivindicações da
categoria, como a criação do frete mínimo, redução do preço do óleo
diesel e liberação de crédito com juros subsidiados.
“Nós tínhamos como principal pauta a
renúncia da presidente Dilma Rousseff para que o povo se juntasse a nós.
Mas o povo não atendeu. Então, nós vamos direcionar a pauta para a
categoria”, disse Ivar. “Não adianta só ficar na rede social. Apoio
virtual é insignificante”, acrescentou, criticando a falta de
mobilização popular.
Nesta segunda-feira, o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o movimento tem “viés
político” e determinou a aplicação de multa de 1.915 reais a quem obstruir as estradas.
Com o tom áspero, o ministro disse que a Polícia Federal está
autorizada a atuar “com rigor” e o “efetivo necessário” para impedir os
bloqueios.
“Nós não podemos admitir que um movimento político, sem
nenhum viés de reivindicação corporativa, sem nenhum viés de
reivindicação para a categoria dos caminhoneiros possa trazer prejuízo
para a sociedade brasileira. Portanto, atuaremos com vigor para evitar
que estradas possam ter obstado o seu livre trânsito”, afirmou por meio
de áudio divulgado pela assessoria da pasta.
O líder da CNT mantém contato constante
com os movimentos que organizaram os grandes protestos que pediam o
impeachment da presidente Dilma Rousseff – mais especificamente, com o
Revoltados Online e o Movimento Brasil
Livre, que usaram ontem as suas páginas nas redes sociais para apoiar a
greve. O Vem pra Rua, por sua vez, tentou se distanciar do movimento,
enviando uma nota dizendo que “não apoia pautas específicas”, mas
“movimentos pacíficos e ordeiros”.
Ivar também voltou a dizer que não há
previsão de término da greve. “Vai depender do limite de cada ser
humano, pode ser um dia, dois dias, ou uma semana. Não dá para dizer
quanto vai durar”, disse. Ele também afirmou que hoje está se dirigindo a
Brasília para se encontrar com integrantes do Revoltados Online.
Confira a seguir onde são os bloqueios nos Estados do país, segundo o último boletim da PRF:
Minas Gerais – Estão
parcialmente interditados dois pontos na BR 381, do quilômetro 359 ao
513, passando pelas cidades de João Monlevade e Igarapé. Também estão
bloqueados o quilômetro 627 da BR 040, em Conselheiro Lafaiete, e o
quilômetro 369 da BR 262.
Paraná – A BR 376 está
parcialmente interditada em dois pontos, nas cidades de Nova Esperança e
Paranavaí. Também há manifestantes bloqueando a passagem de caminhões
na BR 476, em União da Vitória; na BR 376, no quilômetro 245; e na BR
280 no quilômetro 258. Estão parcialmente bloqueadas a BR 153, em
Ibaiti, e a BR 369, no quilômetro 80, em Cornélio Procópio.
Santa Catarina – Há
dois pontos de bloqueio, todos parciais, na BR 116, no quilômetro 54, em
Papanduva, e na BR 280 no quilômetro 122, em São Bento do Sul.
Tocantins –
Manifestantes interditam o quilômetro 240 da BR 153, na altura da cidade
de Colinas do Tocantins, e o quilômetro 5 da BR 242, em Taguatinga.
Mato Grosso do Sul – A BR 267 no quilômetro 364, na cidade de Maracaju, está interditada.
Mato Grosso – Há interdição parcial na BR 158, no quilômetro 170, na cidade de Confresa.
Na Bahia e no Rio Grande do Sul não há interdições, mas ainda são registradas manifestações.
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