Sei o que dirão. “Diário do Centro do Mundo? É como procurar algo que preste na Carta Capital. Por que você ainda lê isso?
"Por que escreve sobre isso? Por que dá ibope a esses loucos? ”. Sim, eu sei exatamente o que vou encontrar quando frequento as linhas de algum desses veículos da esquerda esclerosada. Anyway, é isso que eles estão lendo! Nosso trabalho é justamente observar o que está sendo produzido e difundido, na mídia, nos livros, na produção cultural e intelectual, e contrapor um pensamento alternativo. Ossos do ofício, portanto, pus-me a ler artigo do jornalista capixaba Marcos Sacramento para o portal Diario do Centro do Mundo, com o título O que Holiday, o negro do MBL, pode aprender com a surra que levou da polícia.
O título em si já é uma excrescência. Fernando Holiday, para quem não sabe, é um dos jovens integrantes do Movimento Brasil Livre. Faz vários discursos contra as cotas raciais, contra a vitimização dos negros, contra a esquerda, o socialismo e o populismo, com intensidade e vigor. É uma das figuras de maior notoriedade no movimento, principalmente porque incomoda os padrões interessantes às esquerdas; contraria seus discursos emocionais e piegas, embora faça parte de uma das “minorias vítimas” a quem eles desejam proteger, e de quem, mais ainda, se consideram protetores AUTORIZADOS.
Inimigo da opressão, do preconceito racial, da exclusão de indivíduos pela cor de pele, o avançadíssimo Marcos Sacramento já destaca de início que Holiday é “o negro” do MBL. Subjetividades, talentos, defeitos, opiniões, ideias – detalhes. O importante é que se trata “daquele negro lá”… E o pior: aparentemente, o representante dos avançadinhos politicamente corretos que não gostam de repressão policial acha que uma suposta surra pode ensinar uma lição ao tal “negro”. É isso mesmo? Vamos ver o que ele diz.
Em seu primeiro parágrafo, Sacramento pontua que Holiday é um “negro que odeia negros” – provas, nenhuma -, sendo uma das lideranças do “golpista MBL” – que defende o impeachment, uma medida legal, contemplada pela Constituição, embasando-se em obviedades e raciocínios de juristas de renome que atestam crime por parte da presidente da República. Em foto, Holiday, quando da remoção do acampamento pelo impeachment organizado em frente ao Congresso – medida altamente questionável e autoritária dos senhores Cunha e Renan Calheiros -, aparece “dominado por um grupo de policiais”. Ah, sim, nas palavras de Sacramento, Holiday e seus “asseclas” – isso mesmo, “asseclas” – foram removidos.
De acordo com o texto, a imagem da remoção transmite um recado “contrário à agenda fascista do movimento”, lembrando que Holiday, “na condição de jovem e negro, está vulnerável e não há simpatia por ideias ‘liberais’ e meritocráticas capazes de protegê-lo da crueldade das estatísticas contra negros”. Por “ignorância, desonestidade intelectual, maldade, raiva de si mesmo ou quem sabe tudo junto, Holiday adere a esses princípios “fascistas liberais” (sic) do MBL e faz pouco caso de ações afirmativas que coloquem seus pares, os negros, em situação de dependência para com assistencialismos imorais do governo populista.
Apesar da ousadia de ter uma opinião diferente, apesar de “trair” a sua “raça”, apesar de expressar uma identidade particular e desvinculada de coitadismos e vitimizações infantis, Holiday não deixa de ser atingido pelos “efeitos nefastos do passado escravocrata”. Sacramento garante, com sua autoridade moral sublime, que, “se ele até hoje não passou por nenhuma situação constrangedora, foi graças à sorte”.
Diariamente, diz ele, jovens negros “sofrem duras (?) da polícia sem motivo algum, muitos desaparecem ou morrem em simulações de trocas de tiros”. Ou seja, eles são mortos estupidamente, assassinados pelos trogloditas que nós chamamos de policiais, pelo simples fato de serem, naturalmente, NEGROS. Existe, na miscigenada sociedade brasileira, um racismo onipresente, crônico, que leva pessoas a saírem violentado e matando as outras tão somente por rejeitarem a sua cor de pele, por desprezarem a sua “raça” – esse conceito ultrapassado e espezinhador, mas que, na hora de se beneficiar da cota, é muito válido.
No caso de Holiday, porém, “não há indícios de que a abordagem da polícia (…) tenha alguma motivação racista”. Ah, não, claro. No caso dele, já que ele é um negro de retórica “esbranquiçada”; já que abdicou da fraternidade de sua “raça” para defender uma perspectiva mais civilizada e humana, uma que confira dignidade ao indivíduo e relegue diferenciações de estatura moral e potencialidades baseadas em superficialidades fenotípicas à lata de lixo da história, uma que não forneça desculpas para a sanha por privilégios irracionais e discursos segregacionistas que se constroem sob o pretexto da conscientização anti-preconceito – ah, então, se ele é agredido, não é por racismo. Na verdade, conclui Sacramento, no caso dele, pode ser até bom ter passado por isso. Talvez assim “as mãos pesadas dos agentes da Polícia Legislativa” o façam “pensar nos riscos que enfrenta pelo simples fato de ser negro”.
Não, Sacramento. Holiday correu, junto a todos os seus companheiros de MBL ali acampados, os riscos que as pessoas assumem quando desafiam a truculência e o autoritarismo, infelizmente ainda praticados e sedimentados na cultura política do país, e tão próprios do bolivarianismo do qual petistas e socialistas brasileiros são cúmplices (ao exaltar, por exemplo, o regime de Maduro na Venezuela). Holiday corre os riscos que todos os brasileiros correm quando põem os pés fora de casa, vítimas da violência generalizada que nos mata a todos. Não existe escolha pela cor de quem vai morrer.
A bala perdida não escolhe a cor da vítima que vai atingir. A miséria não escolhe a cor de quem vai nela mergulhar. E, como diria George Bernard Shaw, a burrice em geral se distribui de forma bastante democrática. A canalhice, acrescentaríamos, também. Das duas, uma (ou duas); diante de um texto tão vexatório, não creio restem muitas outras alternativas para compreender as motivações do senhor Sacramento.
Comentário
O que os esquerdopatas não divulgam e aqueles que adoram vitimizar os afro descendentes escondem é o fato de que a maioria dos criminosos no Brasil é negra.E isso acontece também nos EUA.Então se a maioria das vitimas de assassinatos no Brasil é negra, a imensa maioria dos assassinos também o é o que indica que a comunidade negra sofre dos dois lados.Conforme materia publicada abaixo, nos EUA cerca de 50% dos crimes são cometidos por negros, embora
os afro descendentes representem apenas 12% da população.
Anônimo.
FactCheck: do black Americans commit more crime?
The claim
“It’s important to note that black men commit nearly half of all murders in this country, which is astounding when you take into consideration the fact that they only make up 12-13 per cent of the population.”
“James”, 26 November 2014
The analysis
There were angry protests across America this week after a grand jury decided a white police officer should not stand trial for the killing of black teenager Michael Brown in Ferguson, Missouri.
FactCheck has already looked at the statistics on killings by law enforcement officials. Though imperfect, the official figures suggest blacks are disproportionately likely to die at the hands of police.
Several people have left comments pointing out that this is not necessarily surprising or unfair, since blacks are also disproportionately likely to be involved in violent crime in the US, thereby putting themselves in the firing line.
One reader, “James”, wrote: “It’s important to note that black men commit nearly half of all murders in this country, which is astounding when you take into consideration the fact that they only make up 12-13 per cent of the population.
“So, given this fact, does it make sense that black men are disproportionately involved in shootings with the police? Your graph is appropriately proportionate, when you take into consideration the role that the black population plays in, not just murder, but crime in general.”
“Sean” said: “If one group is more likely to be involved in that then they are more likely to be killed by the police – so they have nothing to complain about if that is the case.”
We thought we’d check these claims out.
The analysis
It’s true that around 13 per cent of Americans are black, according to the latest estimates from the US Census Bureau.
And yes, according to the Bureau of Justice Statistics, black offenders committed 52 per cent of homicides recorded in the data between 1980 and 2008. Only 45 per cent of the offenders were white.
Homicide is a broader category than “murder” but let’s not split hairs.
Blacks were disproportionately likely to commit homicide and to be the victims. In 2008 the offending rate for blacks was seven times higher than for whites and the victimisation rate was six times higher.
As we found yesterday, 93 per cent of black victims were killed by blacks and 84 per cent of white victims were killed by whites.
Alternative statistics from the FBI are more up to date but include many crimes where the killer’s race is not recorded. These numbers tell a similar story.
In 2013, the FBI has black criminals carrying out 38 per cent of murders, compared to 31.1 per cent for whites. The offender’s race was “unknown” in 29.1 per cent of cases.
What about violent crime more generally? FBI arrest rates are one way into this. Over the last three years of data – 2011 to 2013 – 38.5 per cent of people arrested for murder, manslaughter, rape, robbery, and aggravated assault were black.
Clearly, these figures are problematic. We’re talking about arrests not convictions, and high black arrest rates could be taken as evidence that the police are racist.
But academics have noted that the proportion of black suspects arrested by the police tends to match closely the proportion of offenders identified as black by victims in the National Crime Victimization Survey.
This doesn’t support the idea that the police are unfairly discriminating against the black population when they make arrests.
So why are black offenders – and young black men in particular – over-represented in America’s crime statistics?
Judging from online comments, there is a wide spectrum of views on this, from unapologetic racism to militant refusal to blame the problem on anything but historic white racism.
Some criminologists think we could be simply confusing race for poverty or inequality: black people tend to offend more because they tend to be more disadvantaged, living in poorer urban areas with less access to public services, and so on.
If you control for deprivation, people of different races ought to be similarly predisposed to commit crime. Or that’s the theory, at least.
There is a lot of research in this area, but a lot of it is contradictory.
This study of violent crime in deprived neighbourhoods in Cleveland, Ohio, found that reductions in poverty led to reductions in the crime rate in exactly the same way in predominantly black and white areas, suggesting poverty, not race, is the biggest factor.
Other studies get different results.
All sociologists have suffered from the same basic problem: finding urban white communities that are as disadvantaged as the poorest black neighbourhoods, so that you can get a fair comparison.
Some thinkers play down the importance of poverty in favour of the “violent subculture theory”.
This is the idea that some black communities, for some reason, have developed cultural values that are more tolerant of crime and violence.
Some commentators on the unrest in Ferguson – mostly right-wing, though not all white – seem to favour this idea, but naturally it remains highly controversial.
The verdict
There is evidence in the official police-recorded figures that black Americans are more likely to commit certain types of crime than people of other races.
While it would be naïve to suggest that there is no racism in the US criminal justice system, victim reports don’t support the idea that this is because of mass discrimination.
Higher poverty rates among various urban black communities might explain the difference in crime rates, although the evidence is mixed.
There are few simple answers and links between crime and race are likely to remain the subject of bitter argument.
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