quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Já passa de 700 o número de bebês nascidos com microcefalia no Brasil; número surpreende

O número de casos de bebês nascidos com microcefalia alcançou a marca de 739, impressionando até mesmo os técnicos do próprio Ministério da Saúde. A microcefalia, que é uma má-formação no cérebro, ganhou níveis epidêmicos nos últimos três meses. Há duas semanas, diante do aumento de casos, foi decretado estado de emergência sanitária nacional.


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A maior suspeita é a de que os números, até então nunca vistos em nenhum país do mundo, são resultado da infecção da mãe durante a gestação pelo Zika vírus.



Rivaldo Cunha, pesquisador da Fiocruz, acredita que até o fim de 2015 chegaremos com cerca de 2 mil casos da doença. “Estamos diante de uma tríplice epidemia”, declarou, em referência à Chikungunya e à dengue, doenças que têm em comum com a Zika o transmissor: o mosquito Aedes aegypti e que também avançam no País.



Os indicadores de dengue bateram recorde neste ano, tanto em notificações de infecções quanto de mortes. Números indicam que a Chikungunya, que chegou em 2014 no Brasil e permaneceu nos primeiros meses concentrada em um pequeno número de cidades também avança pelo Brasil.



No ano passado, a infecção foi identificada em 3.657 pessoas, residentes em oito cidades. Agora, o número de casos suspeitos ultrapassada 8 mil e estão espalhados em pelo menos 44 municípios nos Estados do Amazonas, Amapá, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Somente em Pernambuco, foram notificados 785 casos suspeitos de Chikungunya.



Apesar de o risco de morte seja menor, a doença pode atingir as articulações, tornar-se crônica e deixar o paciente por meses impossibilitado de executar tarefas simples, como vestir-se ou se alimentar.



Além da forte suspeita de provocar microcefalia nos bebês (má-formação que de acordo com níveis pode levar a ter deficiência mental, motora, problemas de audição e visão), há investigações sobre o risco de a Zika provocar em parte de pacientes uma doença autoimune, que provoca paralisia, a Guillaim-Barré. Há registros de casos no Brasil, nos estados da Bahia e de Pernambuco.



Os pacientes geralmente desenvolvem o problema semanas depois da fase aguda da infecção por zika. O tratamento exige internação e necessita um longo período, até a completa reabilitação.



Diante dessa situação, o governo reativou um Grupo Especial, que entrou pela primeira vez em ação durante a Pandemia da Gripe A. São 17 ministérios, que devem atuar para de forma coordenada para tentar combater o mosquito Aedes aegypti.


Na semana passada, secretários estaduais de saúde propuseram a criação de um Fundo Nacional, para que recursos sejam aplicados de forma exclusiva para o combate às arboviroses. Somente na Bahia, até meados deste mês foram notificados 62.635 casos suspeitos de Zika, 19.231 casos suspeitos de Chikungunya e 49.592 casos prováveis de dengue.


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