Mas há outros culpados, a começar pelo empresariado, cuja primeira reação diante de queda no faturamento é mandar embora parte de sua força de trabalho. Em vez de aumentar a produtividade, usar a imaginação para buscar novos negócios, aceitar redução temporária nos lucros e abrir mão de vantagens pessoais, os donos do capital optam pelo caminho mais fácil: demitir. Os demitidos que se arrumem.
Já os detentores do poder político se omitem, deixando de procurar alternativas como a abertura de frentes públicas de trabalho. Aumentam impostos, estendendo-os a todos, sem selecionar os que podem e os que não podem pagar. Pelo contrário, o sacrifício é maior para os menos favorecidos, impossibilitados de financiar mecanismos para reduzir a carga sobre seus ombros.
É para esse nó que deveriam estar voltados governo e empresários, mas deles nada deve ser esperado a frio.
Sendo assim... Sendo assim, sobra o trabalhador, para solucionar seus próprios problemas. Torna-se necessária a união do desempregado de hoje e o de amanhã. Adianta pouco argumentar com eleições para mudar a equação, dada a incapacidade dos eleitos, quaisquer que sejam. Muito menos imaginar que pela educação as coisas venham a ser diferentes. Se a fórmula fosse eficaz, e não é, levaria tempo para produzir efeito, quando na realidade o desemprego precisa ser combatido já. Ontem, se fosse possível.
Então, resta apenas uma saída, por mais amarga que venha a ser: a reação dos que ainda mantém seus empregos com os desem pregados, através da greve geral. A paralisação do trabalho em todas as suas atividades. O alerta, transformado em ameaça, levaria governo e empresários ao raciocínio de que, sem mudanças, também eles serão levados de roldão para as profundezas. Só assim o poder político e o poder econômico adotariam as reformas tanto de ação quanto de mentalidade.
Com o país parado, mesmo a contragosto, os esforços se somariam e as soluções apareceriam.
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