Por Bruno Rizzato
O governo da Austrália declarou abertamente que pretende exterminar cerca de 2 milhões de gatos, até 2020.
Isso porque, apesar do companheirismo doméstico, gatos são exímios
caçadores de pequenas presas. O mesmo acontece com os gatos selvagens.
Porém, como não podem distinguir o que podem e o que não podem caçar,
acabam, de forma indireta, exterminando algumas espécies em risco de
extinção. Este é, justamente, o motivo pelo qual as autoridades
pretendem tomar a medida extrema, com o intuito de proteger a fauna do
país.
De acordo com uma pesquisa financiada pelo governo, das 29 espécies de
mamíferos extintas nos últimos 200 anos, 28 delas foram de
responsabilidade felina. Outra estimativa mostra que cerca de 4 milhões
de pássaros são mortos, anualmente, pelos gatos. Greg Hunt, Ministro do
Meio Ambiente da Austrália, disse que as medidas extremas serão
necessárias e de forma ‘humana’. “Precisamos reverter as ameaças às espécies endêmicas do país”, disse ele em entrevista.
Porém, a medida é controversa e precipitada. Segundo alguns outros
estudos, apesar dos gatos, de fato, contribuírem para a extinção de
algumas espécies, é preciso levar em conta inúmeros outros fatores de
maior incidência, como a mudança de habitat, queimadas florestais,
desenvolvimento industrial e agricultura.
A comunidade internacional tentou fazer um apelo para os grupos
ambientalistas da Austrália, mas eles apoiam a medida do Governo. Porém,
eles alegam que existem falhas cruciais na defesa de habitats naturais,
e isto poderia ajudar muito mais na preservação das espécies do que a
caça aos gatos.
Kelly O’Shanassy, executiva principal da Fundação de Conservação
Australiana, acredita que quatro ações podem ser realizadas para conter o
crescimento da extinção de espécies. “Precisa ocorrer o extermínio
de gatos selvagens, fornecimento de lugares seguros para as espécies em
perigo, melhorias no habitat e intervenção contra ações que ameacem os
animais”, disse ela.
Por conta do forte apelo repulsivo da ação, o governo pretende fazer
campanhas para ter o apoio da comunidade local. Assim, foi criado o
aplicativo para smartphone ‘FeralCatScan’. Nele, os moradores podem
entrar em contato com as autoridades para denunciar locais com grandes
concentrações de gatos selvagens.
Segundo o governo australiano, o extermínio acontecerá por
envenenamento, através de utilização de iscas contaminadas.
Gatos
selvagens são os alvos principais da caça, e, normalmente, não se
relacionam bem com os humanos. “Não odiamos os gatos. No entanto, não
podemos mais tolerar o mal que eles estão fazendo para a vida selvagem
do país. Mais de 120 espécies nativas estão em risco de extinção por
conta deles”, disse Gregory Andrews, da Secretaria de Meio Ambiente da Austrália.
Apesar da medida extrema tomada pela Austrália, outros países cogitam
ações ostensivas para conter a extinção por responsabilidade de gatos
selvagens, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
Muitos grupos de
ativistas estão indo contra a ação, afirmando que uma simples castração
resolveria o problema de forma humana, diminuindo a quantidade de seus
bandos nas ruas.
"Matar dois milhões de gatos em uma população estimada de 20 milhões é uma vergonha", escreveu Bardot. A atriz propõe que, em vez de matar os felinos, os recursos sejam utilizados para uma campanha de esterilização em grande escala.
Conforme números do ministério, os gatos selvagens são responsáveis pelo desaparecimento de 10% das espécies de animais, ocorrido na Austrália desde a chegada dos colonos europeus, há dois séculos. Estes felinos "representam um verdadeiro tsunami de violência e de morte para as espécies endêmicas da Austrália", declarou recentemente o ministro do Meio Ambiente.
Além da morte programada de dois milhões de gatos até 2020, as autoridades cogitam criar santuários que possibilitem a renovação de determinadas populações de pássaros e mamíferos. "A única alternativa é a esterilização. Os gatos operados defendem seu território, mas não podem se reproduzir", escreveu a atriz francesa.
Organizações divergem
Diversas organizações de defesa dos animais protestaram contra o abate. A Peta declarou que o método é ineficiente e concordou com a proposta de Bardot. “Não apenas o abate e o envenenamento dos gatos é cruel, como é ineficiente a longo prazo. O uso de veneno em áreas suburbanas também coloca em perigo gatos domésticos, cães e outros animais carnívoros”, advertiu a associação.
Outra organização, Animal Austrália, argumentou que “a maior ameaça para a existência de espécies endêmicas da Austrália é a destruição do habitat delas e o acesso à comida”.
Já a Australian Wildlife Conservancy (AWC), que luta pela preservação das espécies selvagens, observou que a presença de um grande número de gatos é danosa para o restante dos animais, e “é preciso regular a população”. “É difícil criticar o projeto do governo porque é a primeira vez que essa questão dos gatos é levada a sério. Estava na hora de agirem”, destacou o diretor da entidade, Atticus Fleming.
Brigitte Bardot denuncia massacre de 2 milhões de gatos na Austrália
Brigitte Bardot enviou uma carta para o ministro do meio ambiente australiano, Greg Hunt, sobre o massacre de gatos selvagens.
FONDATION B. BARDOT @FBB_World
A atriz Brigitte Bardot
condenou o massacre de dois milhões de gatos selvagens que o governo da
Austrália planeja realizar com o objetivo de proteger outras espécies em
perigo. As mortes já começaram. A ex-musa do cinema francês enviou uma
carta para o ministro australiano do Meio Ambiente, Greg Hunt, dizendo
que o plano é um "escândalo".
"Matar dois milhões de gatos em uma população estimada de 20 milhões é uma vergonha", escreveu Bardot. A atriz propõe que, em vez de matar os felinos, os recursos sejam utilizados para uma campanha de esterilização em grande escala.
Conforme números do ministério, os gatos selvagens são responsáveis pelo desaparecimento de 10% das espécies de animais, ocorrido na Austrália desde a chegada dos colonos europeus, há dois séculos. Estes felinos "representam um verdadeiro tsunami de violência e de morte para as espécies endêmicas da Austrália", declarou recentemente o ministro do Meio Ambiente.
Além da morte programada de dois milhões de gatos até 2020, as autoridades cogitam criar santuários que possibilitem a renovação de determinadas populações de pássaros e mamíferos. "A única alternativa é a esterilização. Os gatos operados defendem seu território, mas não podem se reproduzir", escreveu a atriz francesa.
Organizações divergem
Diversas organizações de defesa dos animais protestaram contra o abate. A Peta declarou que o método é ineficiente e concordou com a proposta de Bardot. “Não apenas o abate e o envenenamento dos gatos é cruel, como é ineficiente a longo prazo. O uso de veneno em áreas suburbanas também coloca em perigo gatos domésticos, cães e outros animais carnívoros”, advertiu a associação.
Outra organização, Animal Austrália, argumentou que “a maior ameaça para a existência de espécies endêmicas da Austrália é a destruição do habitat delas e o acesso à comida”.
Já a Australian Wildlife Conservancy (AWC), que luta pela preservação das espécies selvagens, observou que a presença de um grande número de gatos é danosa para o restante dos animais, e “é preciso regular a população”. “É difícil criticar o projeto do governo porque é a primeira vez que essa questão dos gatos é levada a sério. Estava na hora de agirem”, destacou o diretor da entidade, Atticus Fleming.
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