sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Não interessa a Dilma esticar processo de impeachment, diz Jaques Wagner


  • 03/12/2015 20h13
  • Brasília
Mariana Tokarnia e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse hoje (3), ao falar sobre os desdobramentos do pedido de abertura de impeachment acatado ontem (2) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que a presidenta Dilma Rousseff  “está com pressa” e tem “preocupação não exclusivamente” com seu governo, mas “com o país”.
Brasília - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante coletiva após reunião de coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto (Wilson Dias/Agência Brasil)
Brasília - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante coletiva após reunião de coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do PlanaltoWilson Dias/Agência Brasil
“Ela realmente quer apressar, não interessa ficar esticando isso. Ela prefere que eles [parlamentares] próprios tomem essa decisão. Não me parece razoável que o Parlamento [Congresso] se desligue. Já que se abriu um processo de tentar votar um impedimento, e esse impedimento é votado na Câmara, é meio estranho que as pessoas achem: 'Ah, tudo bem, vamos sair de férias e quando voltar a gente decide'”, afirmou o ministro em referência à possibilidade de o recesso parlamentar ser cancelado.


Após participar esta tarde da reunião convocada por Dilma, no Palácio do Planalto,  que contou com a presença de 23 ministros do governo, Wagner afirmou ainda que a presidenta vai buscar apoio de governadores e das organizações sociais, independentemente do partido e alinhamento político. 


"Não se trata só dos torcedores da presidenta Dilma. Queremos juntar os torcedores da institucionalidade e da democracia. (!!!N.B) Entendemos que a tentativa de utilização do processo de impedimento sem lastro previsto na Constituição afronta a institucionalidade e a democracia", disse o ministro.


Segundo Wagner, a partir da semana que vem, a presidenta deverá começar a se reunir com os governadores. "O guarda-chuva é maior do que a presidenta Dilma e o governo", disse. "Se a moda pega, vai começar a se banalizar um instrumento tão nobre como o impedimento. Se eventual ou passageira impopularidade é motivo para sacar alguém com mandato com prazo marcado, vamos entrar em uma democracia muito fragilizada", acrescentou.


Edição: Aécio Amado

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