Conhecida mundialmente pela incompetência e enfrentando uma crise múltipla (política, econômica e institucional) sem precedentes, Dilma Rousseff continua refém da boa vontade do Congresso Nacional, que nesta quarta-feira (2) adiou pela segunda vez a votação sobre a alteração da meta fiscal do governo.
A sessão bicameral estava marcada inicialmente para as 12 horas, mas ainda há a possibilidade de ocorrer nesta quarta.
O governo espera obter do Congresso a autorização para encerrar o ano com déficit de R$ 120 bilhões, depois de anunciar nos primeiros dias de 2015 um superávit equivalente. Atendendo a sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo cortou mais R$ 11,2 bilhões (R$ 10,7 bilhões + R$ 500 milhões) do Orçamento, o que pode obrigar os palacianos a rever as despesas, inclusive as de custeio. O que significa que a máquina federal pode parar, dependendo da decisão dos parlamentares.
Entre os compromissos do governo que serão afetados está a presença de Dilma Rousseff na posse do presidente eleito da Argentina, Maurício Macri. Por mais que Dilma queira supostamente dar o exemplo ao cortar gastos, antes de qualquer ação dessa natureza é preciso diminuir de forma drástica o número de cargos de confiança, que em toda a máquina federal, incluindo as representações nos estados, chega facilmente à marca de 40 mil.
Representante da centro-direita argentina, Macri não era o candidato preferido do Palácio do Planalto, por isso Dilma estaria arrumando uma desculpa esfarrapada para não comparecer à cerimônia de posse. A alegação de falta de recursos ajudaria a petista a patrocinar um alento à presidente Cristina Fernández de Kirchner, que deixa a Casa Rosada depois de não emplacar seu candidato no cargo.
Dilma pode alegar o que quiser, até porque mentiras oficiais não mais assustam os brasileiros, mas a presidente deveria colocar a mão na consciência e rever fatos recentes, quando usou o avião presidencial para viagens desnecessárias. No final de outubro, Dilma usou a aeronave oficial para ir a São Paulo, onde participou da comemoração do aniversário de Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira que tenta de todas as maneiras desestabilizar o governo da sucessora.
Semanas antes de viajar para cumprimentar Lula, durante festa na sede do instituto que leva o nome do alarife, a presidente da República foi a Porto Alegre para passar o final de semana com a família, em especial com o neto Gabriel. Tudo com o suado dinheiro do contribuinte. É fato que o cargo de presidente propicia uma série de benesses, importantes para o exercício da função, as Dilma poderia ter esolhido uma desculpa menos vexatória para justificar sua eventual ausência na posse de Mauricio Macri.
Há dias, não por questões financeiras, mas por conta da crise que Chacoalha o País, Dilma cancelou viagem ao Japão e ao Vietnã, o que provocou problemas para a diplomacia verde-loura. As duas visitas aconteceriam após a participação de Dilma na abertura oficial da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP21), mas a petista preferiu retornar a Brasília para acompanhar de perto o desenrolar da crise.
O corte orçamentário também pode impedir que Dilma participe da Cúpula do MERCOSUL, o que seria desastroso para o Brasil em termos diplomáticos e de posicionamento no cenário regional. Mesmo assim, a presidente tem uma desculpa de colete para não ir ao encontro. Mauricio Macri, após ser eleito, disse que acionaria a cláusula democrática contra a Venezuela, onde a ditadura de Nicolás Maduro continua mandando para a prisão os adversários políticos.
A depender dão comportamento de Maduro após as eleições parlamentares, marcadas para o próximo domingo (6), Macri poderá pressionar os parceiros do MERCOSUL a deflagrarem processo para suspender a Venezuela do bloco econômico, que na verdade é um amontoado de esquerdistas que tentam escapar da derrocada final.
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