MANSÃO DO PETISTA ANDRÉ VARGAS AVALIADA EM R$ 2 MILHÕES ENVOLVERIA LAVAGEM DE DINHEIRO, SEGUNDO JUSTIÇA FEDERAL.
A
Justiça Federal, no Paraná, avaliou em R$ 2 milhões a casa do
ex-deputado do PT André Vargas (sem partido-PR), preso preventivamente
no início de abril. O sequestro do imóvel, ordenado pelo juiz Sérgio
Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, na prisão do
ex-parlamentar, foi formalizado na segunda-feira, 20.
André
Vargas está sob suspeita de lavagem de dinheiro na compra da casa em
Londrina, no interior do Paraná. Ele declarou a compra do imóvel por R$
500 mil, segundo consta da escritura. Mas o vendedor, em sua declaração
de rendimentos, declarou o negócio por R$ 980 mil, “preço integralmente
recebido em 2011″.
Segundo
o oficial de Justiça que avaliou a casa, somente o terreno, sem
benfeitorias, tem o valor de R$ 600 mil. O imóvel tem 2 andares e 282,31
m², piscina e área de lazer.
A
investigação da força-tarefa da Lava Jato revelou no início do mês,
quando André Vargas foi preso, que “parte significativa” do preço da
casa foi depositada em dinheiro na conta do vendedor: R$ 225 mil em 13
de maio de 2011, R$ 43,2 mil em 17 de maio de 2011, e R$ 95 mil em 25 de
novembro de 2011.
“A
realização de transações vultosas em espécie não é ilícita, mas trata-se
de expediente usualmente utilizado para evitar rastreamento de dinheiro
sem origem lícita”, afirma Sérgio Moro.
A
Receita concluiu que o imóvel foi vendido por R$ 980 mil e este foi o
preço pago. Segundo o Fisco, não há correspondência dos valores de
débito nas contas de André Vargas com os pagamentos feitos pelo imóvel,
“o que é indicativo de que eles não transitaram em suas contas
correntes”.
“A
apresentação de declaração à Receita Federal de aquisição de patrimônio
por valor muito inferior ao real configura indício veemente de crime de
sonegação fiscal. Tratando-se, porém, de agente público, no caso
deputado federal na época dos fatos, não se trata apenas de indício de
crime de sonegação fiscal, mas sim de lavagem de dinheiro, tendo por
antecedentes crimes contra a administração pública”, atesta Moro.
“Os
indícios são agravados pela constatação de que os recursos utilizados
para pagamento do preço não circularam nas contas de André Vargas e de
sua esposa (Eidilaira Soares), e igualmente pelas provas acima citadas
no envolvimento de André Vargas em crimes de corrupção.” Do site Diário do Poder
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