Carlos Newton
As perspectivas da economia brasileira são tenebrosas. A escalada da dívida pública indica uma irresponsabilidade administrativa sem precedentes. A crise é tão grave que vai implicar num retrocesso jamais visto neste país. Um ano já se passou, e nada – mas nada mesmo – foi feito para enfrentar a recessão. Ficou claro que o governo não se importa com o país. A única prioridade do PT é se manter indefinidamente no poder, como se isso fosse possível e aceitável.
Muitos oposicionistas perdem tempo em denunciar uma suposta comunização ou bolivarização do país, com base em teorias conspiratórias que beiram o ridículo, envolvendo o Foro de São Paulo e outras fantasias. A realidade, porém, é muito diferente.
Os dirigentes petistas são basicamente sindicalistas que nunca se submeteram a influências ideológicas. Quando chegaram ao poder, fizeram questão de marginalizar e expurgar os quadros de maior capacidade intelectual. O resultado, como se vê, foi catastrófico. Como diria Oswaldo Aranha, hoje o PT é um deserto de homens e ideias. A única obsessão de seus dirigentes é o sonho ensandecido de permanecerem no poder, sustentados por duas bases principais – de um lado, o aparelhamento da máquina estatal; de outro, os programas sociais que distribuem recursos públicos sem a menor fiscalização e produzem votos em profusão. Simples assim.
ESQUEMA ANTI-IMPEACHMENT
Contra a crise econômica e social, não há projeto algum, o governo do PT pouco se importa com o retrocesso que o país está vivendo, mas contra o impeachment houve a preocupação de montar um esquema praticamente infalível, dividido em diversos flancos:
1) através do aparelhamento do Supremo, tumultuar juridicamente o processo da Câmara, meta que está em curso vitoriosamente, levando o impeachment para as calendas, como se dizia antigamente;
2) usar Eduardo Cunha como fator diversionista, atribuindo-lhe a culpa por existir o processo de impeachment, para tirar do foco das discussões as pedaladas fiscais e os decretos ilegais;
3) contar com o apoio irrestrito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que mantenha o fogo cerrado sobre Cunha e trate com total leniência aliados corruptos como o senador Renan Calheiros;
4) através da repartição dos cargos do governo pelos partidos da base aliada, evitar que haja quorum na Câmara para condenação de Dilma, caso falhe o esquema montado no Supremo;
5) transformar Ciro Gomes num agente perturbador da política, para estabelecer o máximo de confusão e desviar as atenções que deveriam estar voltadas ao processo de impeachment.
6) comprar o apoio da grande imprensa, o que até está saindo barato, porque a mídia atravessa uma de suas piores crises e enfrenta graves problemas de solvência.
Tudo o que está escrito aqui é rigorosamente verdadeiro e do conhecimento de todos, só faltava a consolidação das partes para que se vislumbrasse a estratégia como um todo. E a conclusão é de que o esquema contra o impeachment realmente é de grande engenhosidade e parece ser a única iniciativa do governo que está funcionando à perfeição.
A IMPORTÂNCIA DO STF
Neste esquema anti-impeachment, é claro, o Supremo desempenha um papel primordial. Para manter o foco em Eduardo Cunha, o Planalto recentemente vazou a informação de que o ministro Ricardo Lewandowski, como presidente do STF, teria sinalizado que não há elementos para afastar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara.
Ligado diretamente ao Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem cumprido a missão com forte desempenho. Em 16 de dezembro, pediu ao STF o afastamento cautelar de Cunha, sob argumento de que o presidente da Câmara faz uso do cargo para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e as apurações do Conselho de Ética, que analisa o pedido de cassação de seu mandato.
Era uma jogada para as arquibancadas, porque Janot limitou-se a alinhavar acusações, sem apresentar provas consistentes. Com essas lacunas na denúncia, é óbvio que o Supremo então tem argumentos para manter Cunha na presidência da Câmara, agindo para que os holofotes da imprensa possam ser mantidos sobre o deputado, que funciona como uma espécie de anteparo para a presidente, ao atrair as atenções do noticiário.
Por fim, quanto à comunização ou bolivarização do governo e do PT, trata-se de denúncias destinadas a entrar para o folclore político. Os petistas não têm e jamais terão a mínima competência para conduzir um projeto de tamanha envergadura. Para eles, continuar no poder é o que basta.
Bom dia,
O que estou expondo, não tem nada ou tem a haver com o contexto, mas é apenas fazendo uma comparação.
Sei que o poder concede benesses a quem ocupa o maior cargo, porém há de haver bom senso, pois o bom governante, por mais que pareça correto, não se aproveita de tais benesses e esquece o principal, o povo que o elegeu.
Quem viveu na clandestinidade, na época dura, sabe que não há escolha, comem pão com manteiga, toma banho e se enxuga com toalha simples, mas hoje, os que passaram por tais situações, esquecem e querem viver no deslumbre, emperiquitadas, fazem transplantes de cabelos, querem comer em talheres de prata, louças caríssimas, licitações superfaturadas para escolha do cardápio de manjares babilônicos, mas não veem o sofrimento de que faz sua própria licitação nos supermercados da vida, com salários corroídos pela alta da inflação, juros exorbitantes de créditos bancários (cheque especial e cartão de crédito) e assim o pai vai alimentando suas esperanças de uma vida melhor.
Sabemos que o poder dá tais maravilhas, mas o deslumbre muda o ser humano, os quais esquecem da onde veio e qual sua função quando ocupa um cargo de tal magnitude, não devem abusar, devem viver com simplicidade, pois o maior administrador viveu humilde e nem tinha a mídia a seu favor, são gastos bilhões para estar sempre em evidência, administram mal os impostos pagos pelo o povo e oferecem péssimos serviços a quem o elegeu, é preciso mudar esta natureza humana, o verdadeiro governante não dorme pensando no povo e não no seu bem estar, é assim que um estadista de verdade vive, vejam onde morreu Getúlio Vargas, o que fez pelo povo, morreu em uma cama simples, com uma pijama que se compra nos mercados populares, não era de seda, nem vivia em camas suntuosas, com travesseiros de pena de ganso, vivia simples e criou uma administração que trouxe benesses para o povo e que os atuais apenas destroem, se locupletam, vivem seus sonhos e esquecem do povo sofrido nas periferias, procurando um meio de sobrevivência, é por isto que a senhora Dilma Rousseff nunca poderá se comparar a Getúlio Vargas.
Creio que exista uma maneira de , no futuro, a Dilma ser comparada ao Getúlio Vargas: Sendo o segundo presidente a cometer suicídio…
Abraços.
o Senhor TAMBÉM acha que o foro de São Paulo é “apenas um picadeiro” ???