- 29/01/2016 10h04
- Brasília
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Durante cerimônia de mobilização contra o mosquito Aedes aegypti no próprio prédio do ministério, Castro disse que os servidores da pasta precisam dar o exemplo em primeiro lugar. "Não temos ainda a vacina, o remédio para combater o vírus. O que nos resta é o trabalho cotidiano e ininterrupto para destruir os criadouros do mosquito."
O ministro lembrou que o Aedes aegypti circula atualmente em pelo menos 113 países e está no Brasil há cerca de 30 anos. Para ele, acabar com os criadouros é uma tarefa difícil, mas não impossível. "O governo está fazendo a sua parte. Nunca houve na história deste país uma mobilização tão efetiva", disse. "São fundamentais e mais necessárias ainda a participação e a mobilização da sociedade".
Edição: Talita Cavalcante
2/12/2015 15h26 - Atualizado em 12/12/2015 15h26
Com a chegada do verão, aumenta a temperatura e também o risco de transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya, vírus que têm o mosquito Aedes aegypti como vetor.
O calor faz o ciclo de vida do mosquito se acelerar e também potencializa a multiplicação da virose dentro do mosquito, o que aumenta as chances de contágio por enfermidades.
A BBC Brasil entrevistou Sebastião Amaral Campos, agente da secretaria de Saúde de Piracicaba, no interior de São Paulo, que atua e coordena a linha de frente de combate ao mosquito.
Com ele, procuramos entender onde estão os focos de reprodução frequentemente ignorados e que se tornam um risco ainda maior durante o período das férias.
Campos destacou que o inseto é adaptável e persistente e gosta de água limpa e parada. Ele coloca os ovos nas paredes desses criadouros, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre ela. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, os objetos onde pode haver focos.
Um ovo pode sobreviver em média por um ano no seco. Mesmo que o local onde ele foi depositado fique sem água, não significa que a ameaça acabou. Assim que encontrar humidade novamente o ovo volta a ficar ativo e pode se transformar em pupa, larva e, então, chegar à fase adulta em até sete dias.
A seguir, cinco locais que merecem atenção especial no combate ao mosquito.
Piscina de criança
Casas de praia, que são apenas utilizadas durante os fins de semana, apresentam um grande risco de serem criadouros do mosquito, pois a água ficaria parada por exatamente uma semana.
Ao fechar o imóvel, os proprietários têm de tomar o cuidado de esvaziar
todos os recipientes contendo água limpa e parada e não deixar ao
relento objetos com superfícies que podem acumular chuva.
Sebastião chama atenção especial para as piscinas infláveis de criança. É necessário esvaziar e guardar, para não juntar água entre as dobras do plástico.
"Se quiser deixar cheia, é muito importante colocar cloro. Só assim a larva do mosquito não sobrevive", ressalta Campos.
Brinquedos abandonados no jardim são outro fator de risco. "O baldinho de areia e o potinho do cachorro têm de ser esvaziados, escovados e guardados na garagem".
Vaso sanitário
Derramar água sanitária nos ralos de varanda e cobrir a tampa do vaso são ações importantíssimas.
Lugares da casa que não são muito frequenteados e podem acabar esquecidos, como um banheiro de serviço ou uma varanda de fundos, merecem atenção redobrada.
Nessas áreas, Campos recomenda usar muito cloro. "Às vezes, as pessoas não pensam que o mosquito poderá utilizar o banheiro dentro da casa, mas, sim, ele vem, pois é um bicho doméstico. Tem de tampar o vaso sanitário para não deixar entrar".
Bromélias
As plantas de folhas largas e cálice profundo podem acumular água nas suas reentrâncias, gerando um criadouro ideal. Em muitos jardins, a flor fica presa às paredes em placas de fibra de coco.
A sensação visual vertical passa a falsa idéia de que não há água acumulada ali, pois, em teoria, ela escorreria. "Esse é um problema principalmente nos bairros mais abastados", diz Campos.
"O pessoal rico pensa que dengue é coisa de pobre. Quando vamos visitar a residência, já de cara não nos deixam entrar. Pensam que é assalto. Aí depois entramos e está lá a bromélia cheia de água parada."
Tampinha de garrafa
Tampa de garrafa, canudos de plástico, lata de alumínio. Esses são alguns lugares inusitados onde as equipes de Campos já encontraram ovas de Aedes aegypti. O agente de saúde também ressalta que o lixo reciclado guardado em casa pode ser um risco em potencial.
"O mosquito gosta de água limpa e o chamado 'lixo seco', que pode acumular ao relento até o dia da coleta seletiva e também virar foco de reprodução do inseto. Tem de guardar dentro de casa. Não pode deixar nada descoberto, na rua".
Casquinha de caramujo
A casquinha vazia de um caramujo pode parecer pequena, mas guarda nela o potencial para uma colônia de ovos do Aedes aegypti. Limpar com persistência os cantos mais isolados do jardim é uma medida de sucesso do controle do mosquito.
"Já encontramos mosquitos em casquinha de caramujo, de ovo, cada coisinha pequeninha… Dá em tudo. Se bobear, o mosquito abusa", comenta Campos.
"Pare e pense: esse é o bicho que mais mata no mundo hoje. Não tem como não levar a sério. É preciso acabar com ele", conclui.
2/12/2015 15h26 - Atualizado em 12/12/2015 15h26
Conheça cinco focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti frequentemente ignorados
O calor do verão favorece a proliferação do inseto e eleva o risco de transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya; entenda como se proteger.
Mosquito Aedes aegypti precisa de água parada para se reproduzir (Foto: AFP Photo/Patrice Coppee)
Com a chegada do verão, aumenta a temperatura e também o risco de transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya, vírus que têm o mosquito Aedes aegypti como vetor.
O calor faz o ciclo de vida do mosquito se acelerar e também potencializa a multiplicação da virose dentro do mosquito, o que aumenta as chances de contágio por enfermidades.
A BBC Brasil entrevistou Sebastião Amaral Campos, agente da secretaria de Saúde de Piracicaba, no interior de São Paulo, que atua e coordena a linha de frente de combate ao mosquito.
Com ele, procuramos entender onde estão os focos de reprodução frequentemente ignorados e que se tornam um risco ainda maior durante o período das férias.
Campos destacou que o inseto é adaptável e persistente e gosta de água limpa e parada. Ele coloca os ovos nas paredes desses criadouros, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre ela. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, os objetos onde pode haver focos.
Um ovo pode sobreviver em média por um ano no seco. Mesmo que o local onde ele foi depositado fique sem água, não significa que a ameaça acabou. Assim que encontrar humidade novamente o ovo volta a ficar ativo e pode se transformar em pupa, larva e, então, chegar à fase adulta em até sete dias.
A seguir, cinco locais que merecem atenção especial no combate ao mosquito.
Piscina de criança
Casas de praia, que são apenas utilizadas durante os fins de semana, apresentam um grande risco de serem criadouros do mosquito, pois a água ficaria parada por exatamente uma semana.
Sebastião chama atenção especial para as piscinas infláveis de criança. É necessário esvaziar e guardar, para não juntar água entre as dobras do plástico.
"Se quiser deixar cheia, é muito importante colocar cloro. Só assim a larva do mosquito não sobrevive", ressalta Campos.
Brinquedos abandonados no jardim são outro fator de risco. "O baldinho de areia e o potinho do cachorro têm de ser esvaziados, escovados e guardados na garagem".
Vaso sanitário
Derramar água sanitária nos ralos de varanda e cobrir a tampa do vaso são ações importantíssimas.
Lugares da casa que não são muito frequenteados e podem acabar esquecidos, como um banheiro de serviço ou uma varanda de fundos, merecem atenção redobrada.
Nessas áreas, Campos recomenda usar muito cloro. "Às vezes, as pessoas não pensam que o mosquito poderá utilizar o banheiro dentro da casa, mas, sim, ele vem, pois é um bicho doméstico. Tem de tampar o vaso sanitário para não deixar entrar".
Bromélias
As plantas de folhas largas e cálice profundo podem acumular água nas suas reentrâncias, gerando um criadouro ideal. Em muitos jardins, a flor fica presa às paredes em placas de fibra de coco.
A sensação visual vertical passa a falsa idéia de que não há água acumulada ali, pois, em teoria, ela escorreria. "Esse é um problema principalmente nos bairros mais abastados", diz Campos.
"O pessoal rico pensa que dengue é coisa de pobre. Quando vamos visitar a residência, já de cara não nos deixam entrar. Pensam que é assalto. Aí depois entramos e está lá a bromélia cheia de água parada."
Tampinha de garrafa
Tampa de garrafa, canudos de plástico, lata de alumínio. Esses são alguns lugares inusitados onde as equipes de Campos já encontraram ovas de Aedes aegypti. O agente de saúde também ressalta que o lixo reciclado guardado em casa pode ser um risco em potencial.
"O mosquito gosta de água limpa e o chamado 'lixo seco', que pode acumular ao relento até o dia da coleta seletiva e também virar foco de reprodução do inseto. Tem de guardar dentro de casa. Não pode deixar nada descoberto, na rua".
Casquinha de caramujo
A casquinha vazia de um caramujo pode parecer pequena, mas guarda nela o potencial para uma colônia de ovos do Aedes aegypti. Limpar com persistência os cantos mais isolados do jardim é uma medida de sucesso do controle do mosquito.
"Já encontramos mosquitos em casquinha de caramujo, de ovo, cada coisinha pequeninha… Dá em tudo. Se bobear, o mosquito abusa", comenta Campos.
"Pare e pense: esse é o bicho que mais mata no mundo hoje. Não tem como não levar a sério. É preciso acabar com ele", conclui.
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