O Ibama informou que mais de um milhão de metros cúbicos de rejeitos de minério se deslocaram da Barragem de Fundão; a mineradora Samarco – cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP – não confirma o volume de material que se deslocou da barragem e disse que ainda está fazendo o levantamento; a empresa explicou o ocorrido como um deslocamento de "massa residual"
Minas 247 - O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que mais de um milhão de metros cúbicos de rejeitos de minério se deslocaram da Barragem de Fundão, nesta quarta-feira (27). A mineradora Samarco – cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP – não confirma o volume de material que se deslocou da barragem e disse que ainda está fazendo o levantamento.
A empresa explicou o ocorrido como um deslocamento de "massa residual". O episódio aconteceu na mesma barragem que se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. O desastre, que completa quase três meses, deixou 17 mortos e dois desaparecidos.
Por segurança, 450 funcionários que trabalhavam em obras foram retirados às pressas do complexo de barragens, na quarta-feira. Segundo a empresa, a ocorrência aconteceu dentro da área das barragens, entre Fundão e Santarém, e não houve vazamento externo.
A mineradora informou que o deslocamento de lama ocorreu em consequência das chuvas dos últimos dias.
Em nota, o governo de Minas disse que equipes da Defesa Civil estadual e da Polícia Militar também foram enviadas ao local. De acordo com o executivo, a ocorrência foi registrada por volta das 12h e foi emitido um alerta amarelo, que é voltado a segurança dos trabalhadores.
Representantes do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foram deslocados para o local com o objetivo de fazer uma avaliação ambiental da ocorrência.
A Samarco minimizou o deslocamento de rejeitos e disse que as estruturas das barragens de Germano e Santarém permanecem estáveis com base no continuo monitoramento.
O Ibama informou, na semana passada, que o material depositado na barragem de Fundão estaria atingindo o meio ambiente. "Dentro da barragem rompida de Fundão permanecem lá dentro 20 milhões de metros cúbicos. Eles estão numa área totalmente degradada, expostos à chuva e ao carreamento desses rejeitos. Então, está havendo um contínuo fornecimento de rejeito aos rios", disse o superintendente Marcelo Belisário, conforme relato do G1.
Sobre a informação do Ibama de que os rejeitos ainda estão indo para os cursos d'água, a mineradora afirmou que a construção de diques servirá para conter o carreamento de sedimentos durante o período de chuvas. As ações ainda preveem a reconstituição das margens e das calhas dos cursos d'água.
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