A conceituada
revista científica Nature publicou recentemente um estudo assinado pela
Universidade de Yale (EUA) que calculou a quantidade de árvores
existentes no mundo: três trilhões. Portanto, se dividirmos pela
população global, dá 420 árvores para cada pessoa na Terra. Coordenada
por Thomas Crowther, a pesquisa analisou métricas topográficas e fotos
de satélite para chegar a um resultado mais preciso. O estudo,
inclusive, já servirá como base para outras pesquisas sobre
biodiversidade e reflexos de mudanças climáticas.
“Não se trata de boas ou más notícias
que chegamos a esse número. Estamos simplesmente descrevendo o estado do
sistema global florestal em números que as pessoas entendam e que
cientistas e responsáveis por políticas ambientais possam usar”, afirmou
Crowther.
Segundo Thomas, além da tecnologia de
ponta essencial para a pesquisa, algumas medições locais também foram
vitais para a conclusão do estudo. Para tal, foram levantados dados
sobre densidade arbórea, por exemplo, em mais de 400 mil florestas. Este
procedimento contribuiu diretamente para computar árvores que não
podiam ser registradas pelos satélites, devido à má qualidade das
imagens.
Outro dado interessante é que de todas
as árvores da Terra, 40% (1,39 trilhão) das espécies estão em florestas
como a Amazônia. Já 0,61 trilhão está localizado em regiões
caracterizadas pelo clima temperado e mais 0,74 trilhão de árvores em
florestas boreais, aquelas formadas por coníferas que ficam pouco abaixo
do Polo Norte.
Influência humana
O estudo liderado por Thomas Crowther
apontou ainda que mais de 15 bilhões de árvores são retiradas da
natureza todo ano, sendo que apenas cinco bilhões são “devolvidas” à
natureza.
“Estamos falando de 0,3% de perda global
anual. Não é uma quantia insignificante e deveria levar a uma reflexão
sobre o papel do desflorestamento nas mudanças em ecossistemas. Sem
falar que essas perdas de árvores estão ligadas à exploração madeireira e
à atividade agrícola. Com o crescimento da população mundial poderemos
ver essas perdas aumentarem”, comentou Henry Click, um dos coautores da
pesquisa.
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