quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Acusado de mandar matar adolescente, ex-distrital Carlos Xavier vai a júri.


O jovem teria sido amante da ex-mulher do então deputado, que foi o primeiro a ser cassado pela Câmara Legislativa


Helena Mader

Publicação: 23/01/2014 06:03 
 
Uma década depois do assassinato do jovem Ewerton da Rocha Ferreira, o ex-deputado distrital Carlos Xavier, acusado de ser o mandante do crime, vai ao banco dos réus. Primeiro parlamentar cassado na história da Câmara Legislativa, Xavier será julgado no Tribunal do Júri em 26 de fevereiro. Segundo investigações da Polícia Civil, o então distrital teria encomendado a morte do rapaz, à época com 16 anos, depois de descobrir que ele era amante da ex-mulher. A defesa alega que o ex-parlamentar é inocente e garante que a acusação teve interesses políticos. As duas teses serão confrontadas diante dos jurados, que decidirão o futuro do ex-deputado. Carlos Xavier, que era filiado ao PMDB, teve o mandato cassado depois de ser denunciado por envolvimento no crime.

Ewerton foi assassinado em março de 2004 e o corpo encontrado atrás de uma parada de ônibus do Recanto das Emas. Pouco depois, o nome de Carlos Xavier surgiu em meio às investigações do crime e, em agosto do mesmo ano, a Câmara decidiu pela cassação do então parlamentar. Se o processo político foi rápido, o caso se arrasta na Justiça há quase 10 anos, com a apresentação de recursos até em tribunais superiores. Desde que o Conselho Especial do TJDFT acatou a denúncia contra Carlos Xavier, em junho de 2004, ele responde ao processo em liberdade.

Em 2007, o capoeirista Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Risadinha, foi condenado a 19 anos e três meses de prisão pelo homicídio de Ewerton. Recebeu ainda pena de um ano e meio de prisão por corrupção de menor. A apuração mostrou que Risadinha teria planejado o assassinato de Ewerton, contratando um adolescente e Leandro Dias Duarte, que também foi condenado a 15 anos de detenção. Leandro e Risadinha hoje cumprem prisão domiciliar, mas já foram flagrados descumprindo as regras do regime aberto.

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