quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Veja repercussão política do início da reforma ministerial de Dilma


G1 30/01/2014 15h50 - Atualizado em 30/01/2014 18h55



Aloizio Mercadante vai para Casa Civil e Arthur Chioro assume na Saúde.


Outros sete ministros devem sair; mudanças visam as eleições de outubro.



Do G1, em Brasília



O início das mudanças na equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira (30) causou repercussão entre políticos no Congresso Nacional. A alteração visa substituir os ministros que concorrerão a cargos eletivos nas eleições de outubro.


Nesta quinta (30), a Presidência da República anunciou a ida do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para a chefia da Casa Civil; e a escolha do atual secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro, para assumir o Ministério da Saúde. 

No lugar de Mercadante, assumirá o atual secretário-executivo do MEC, José Henrique Paim. Deixam os cargos Gleisi Hoffman (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Saúde), que devem ser candidatos no Paraná e em São Paulo, respectivamente.

Ao menos outros sete ministros atualmente no governo também devem deixar seus postos para se candidatar. Há também expectativa de troca do comando da Secretaria de Relações Institucionais, ocupada atualmente por Ideli Salvatti, responsável pela articulação política com o Congresso, em uma segunda etapa da reforma ministerial a ser anunciada posteriormente, que deve reacomodar no Executivo os partidos que compõem a base de apoio ao governo Dilma.


Veja abaixo a repercussão:

André Figueiredo (CE), líder do PDT na Câmara

"Esses três nomes eram esperados. O Paim, indicado para o Ministério da Educação, é um técnico competente e vai dar continuidade aos trabalhos na pasta. Não conheço bem o Chioro, que vai para o Ministério da Saúde, mas esperamos que ele possa concretizar a destinação anual de 15% da receita corrente líquida da União para a área da saúde. 


A interlocução com o Planalto melhorou bastante no final do ano passado e acredito que o Aloizio Mercadante vai ajudar a melhorar a comunicação. Ele tem uma boa experiência e pode ser um bom canal de diálogo juntamente com a Secretaria de Relações Institucionais. Estamos na expectativa de que melhore a comunicação e de que ele faça parte disso."


Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara

“Eu acho ótima a entrada do Mercadante na Casa Civil. Ele vem do parlamento, tem experiência, acho que só vai contribuir com o governo e com a relação com o Congresso. Agora, a Gleisi Hoffmann já estava assumindo este papel de participar da articulação política. Há muito tempo que a Gleisi participava da interlocução. Acho que o Mercadante vai dar continuidade a isso.  O Paim para o Ministério da Educação eu acho um bom nome. Ele é muito competente. O Chioro eu não conheço.”



Eduardo Braga (AM), líder do governo no Senado

"O senador Mercadante tem experiência no Senado e na Câmara. Demonstrou no Ministério da Tecnologia e no Ministério da Educação aptidão também na área de gestão. Ele chega na Casa Civil, substituindo nossa senadora Gleisi Hoffmann, que fez um bom trabalho, se dedicou, buscou representar tudo o que havia de expectativa em torno dela, mas agora a missão está com Mercadante, que acreditamos que será muito bem sucedido."



Eduardo da Fonte (PE), líder do bloco PP-PROS na Câmara

“O Aloizio Mercadante tem todas as credenciais para conduzir a pasta mais importante do governo. Foi uma decisão mais do que acertada da presidente, e a expectativa é positiva. O secretário-executivo do Ministério da Educação tem todas as condições para assumir o comando da pasta, já que tem conhecimento sobre o funcionamento, e dar sequência ao trabalho implementado por Fernando Haddad e Aloizio Mercadante. O novo ministro da Saúde a gente conhece pouco, mas com certeza a presidenta colocará uma pessoa à altura da importância da pasta.”



Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado

"Mercadante vai dar novo impulso à Casa Civil. Ele tem uma relação próxima com a presidenta Dilma, se projetou bem desde que entrou no governo, na Ciência e Tecnologia. Tem toda qualificação para fazer um grande trabalho. Para a Casa Civil, é preciso alguém que possa articular do ponto de vista político, o que ele já vinha fazendo, mas agora o Mercadante está livre para fazer o seu trabalho."



José Agripino (RN), líder do DEM no Senado

"Foi uma ação entre amigos. Não vejo nenhum brilho especial em nenhum dos indicados. É uma montagem de governo que se confunde com uma ação entre amigos. É sabido que o ministério da presidente Dilma não tem nenhum brilho. Ela perdeu a oportunidade de dar brilho ao seu ministério".


José Guimarães (CE), líder do PT na Câmara

"São as pessoas certas nos lugares certos. Mercadante na Casa Civil é um grande político, uma cabeça política de gestor. O Chioro na Saúde tem experiência acumulada grande da gestão em São Bernardo do Campo. E o Paim já era uma chave pensante no Ministério da Educação. A presidenta acertou em cheio. Para mim, são a alma do governo, os nomes necessários para os pactos da educação, da saúde e da responsabilidade fiscal que a presidenta Dilma assumiu.”



Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM na Câmara

"É mais uma mudança mais voltada para atender a interesses eleitorais e não do país. Serve para aparelhar o Estado e preparar caminho para a campanha eleitoral. Não seriam essas as pessoas mais apropriadas para tratar de educação e saúde, áreas prioritárias do país.
Quanto ao indicado para o Ministério da Saúde, ele é um profundo conhecedor de plano de saúde. Já o Paim, no comando do Ministério da Educação, vai ser mais um para cumprir ordens da política do PT e não da política de interesse nacional. E essa dupla de Ideli Salvatti e Aloizio Mercadante no Planalto e na interlocução com o Congresso, sinceramente, isso aí não ganha jogo em lugar nenhum do mundo. São duas pessoas que a história pregressa mostra que não são agregadoras. Mercadante e Ideli juntos formam a dupla dos aloprados, dupla do barulho, que não vai a lugar nenhum."



Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara

“O que nós avaliamos é que o governo busca de todas as formas sustentação de candidaturas em 2014 e coloca no ministérios aqueles que vão dar suporte necessário para a campanha ser interessante. Os nomes não alteram nada, porque o sistema é o mesmo, de poder pelo poder.  O fato eleitoral se sobressai nessa reforma ministerial. O objetivo único é a campanha eleitoral.


No caso do Mercadante, é o nome de alguém que tem experiência, foi senador, foi deputado federal e tem convívio muito antigo com o Congresso, mas não sei se isso melhora a relação do governo com os parlamentares. O interesse dessa mudança é exclusivamente eleitoral.”

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