Carla Rodrigues e Renan Bortoletto
redacao@jornaldebrasilia.com.br
“O nosso medo é que alguém morra por causa da falta de ação do governo. Trabalhamos com medo de morrer na mão de um bandido desses. Medo de não voltar para a casa. E eu tenho um pai e uma mãe que me esperam em casa”.
O relato de um cobrador de ônibus de 23 anos resume a tensão dos rodoviários que trabalham na Estrutural. Vítima dos recorrentes assaltos a coletivos dentro da região, a categoria paralisou os serviços para pedir por segurança. Enquanto isso, moradores ficaram sem transporte.
A manifestação aconteceu ontem no terminal da Estrutural, logo depois de cinco assaltos em menos de meia hora. Os rodoviários estacionaram 42 coletivos na entrada da cidade. “Eles gostam de roubar cedo, umas 5h. E o pior disso é que nós conhecemos os bandidos, são sempre os mesmos e ninguém faz nada. A polícia diz que prende, mas depois solta. E, quando é menor, aí não tem jeito mesmo”, reclama o motorista Fábio Viana, 36 anos. Morador da região, ele garante: “aqui é terra de ninguém”.
Por volta de meio-dia, os rodoviários decidiram voltar com as atividades. Porém, antes, o compromisso dos policiais com a categoria foi de “reforços nos pontos mais críticos”. Desde que a Operação Tartaruga foi instaurada, a média de assaltos a coletivos na Estrutural, ressalta o Sindicato dos Rodoviários, chegou a três por dia. “Estamos completamente jogados”, afirmou o presidente da entidade que representa a categoria, Marcos Júnior Duarte.
Do dia 10 de janeiro até ontem, foram registradas 20 ocorrências de assaltos a ônibus da região. Procurado pela reportagem, o DFTrans afirmou que a situação já foi resolvida pelo órgão, a administração regional e a PM. “Além de fazer a ronda normal, a polícia se comprometeu em concentrar ações nos locais mais críticos”, disse a assessoria de imprensa da autarquia. Porém, um dos rodoviários contesta a resposta: “não há policiamento ostensivo na Estrutural”, afirma o motorista de ônibus Orivaldo Ferreira, 37 anos.
Versão Oficial
Sobre as denúncias dos rodoviários, a Administração Regional da Estrutural respondeu ao Jornal de Brasília que a Polícia Militar faz ronda ostensiva em toda a cidade; e que a administração, como poder público, tem informado aos órgãos competentes sobre a criminalidade e os mesmos têm agido para combatê-la.
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“O nosso medo é que alguém morra por causa da falta de ação do governo. Trabalhamos com medo de morrer na mão de um bandido desses. Medo de não voltar para a casa. E eu tenho um pai e uma mãe que me esperam em casa”.
O relato de um cobrador de ônibus de 23 anos resume a tensão dos rodoviários que trabalham na Estrutural. Vítima dos recorrentes assaltos a coletivos dentro da região, a categoria paralisou os serviços para pedir por segurança. Enquanto isso, moradores ficaram sem transporte.
A manifestação aconteceu ontem no terminal da Estrutural, logo depois de cinco assaltos em menos de meia hora. Os rodoviários estacionaram 42 coletivos na entrada da cidade. “Eles gostam de roubar cedo, umas 5h. E o pior disso é que nós conhecemos os bandidos, são sempre os mesmos e ninguém faz nada. A polícia diz que prende, mas depois solta. E, quando é menor, aí não tem jeito mesmo”, reclama o motorista Fábio Viana, 36 anos. Morador da região, ele garante: “aqui é terra de ninguém”.
Por volta de meio-dia, os rodoviários decidiram voltar com as atividades. Porém, antes, o compromisso dos policiais com a categoria foi de “reforços nos pontos mais críticos”. Desde que a Operação Tartaruga foi instaurada, a média de assaltos a coletivos na Estrutural, ressalta o Sindicato dos Rodoviários, chegou a três por dia. “Estamos completamente jogados”, afirmou o presidente da entidade que representa a categoria, Marcos Júnior Duarte.
Do dia 10 de janeiro até ontem, foram registradas 20 ocorrências de assaltos a ônibus da região. Procurado pela reportagem, o DFTrans afirmou que a situação já foi resolvida pelo órgão, a administração regional e a PM. “Além de fazer a ronda normal, a polícia se comprometeu em concentrar ações nos locais mais críticos”, disse a assessoria de imprensa da autarquia. Porém, um dos rodoviários contesta a resposta: “não há policiamento ostensivo na Estrutural”, afirma o motorista de ônibus Orivaldo Ferreira, 37 anos.
Versão Oficial
Sobre as denúncias dos rodoviários, a Administração Regional da Estrutural respondeu ao Jornal de Brasília que a Polícia Militar faz ronda ostensiva em toda a cidade; e que a administração, como poder público, tem informado aos órgãos competentes sobre a criminalidade e os mesmos têm agido para combatê-la.
Algo precisa mudar
Cinquenta pessoas participaram de uma manifestação pacífica por
melhorias na área da segurança, em frente ao Palácio do Buriti.
O
protesto foi organizado pelas redes sociais e contou com o apoio dos
familiares de Leonardo Monteiro, assassinado em frente ao prédio onde
morava, em Águas Claras.
Manifestantes reivindicavam revisão do Código Penal Brasileiro,
responsabilidade criminal para menores, entre outras ações e
investimentos na segurança pública.
“Pelo menos um terço dos crimes hoje no Brasil são praticados por
menores. Estamos aqui, sete dias depois da nossa primeira manifestação,
pedindo ações imediatas ao governador do DF. Não vamos parar enquanto
medidas não forem tomadas para o bem comum”, disse Leila Ferreira,
organizadora da manifestação.
A mãe de Leonardo, Ana Cleide de Almeida, participou do protesto e
deu as mãos a familiares em frente ao Buriti. “Toda vez que participo de
algo como esta manifestação, meu peito dói. Mas sei que é preciso para
mudar alguma coisa”.
Segurando uma cruz de dois metros de altura, Paula Matos, 30,
representava o grupo Mães Amigas de Águas Claras. “A sociedade está
crucificada. Se tornou um caos.”
Sem confusão
Integrantes do movimento ‘black blocs’ se juntaram ao movimento, mas não houve ação violenta.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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