domingo, 16 de março de 2014

ABERTA OUTRA VEZ A CAVERNA DO ALI BABÁ


Carlos Chagas 
Publicado: 16 de março de 2014 às 7:48 -

Amanhã ecoará outra vez em Brasília  a tradicional exortação do “abre-te Sézamo”, quer dizer, de novo será aberta a caverna do Ali Babá. 

No caso, as portas do palácio do Planalto, para a posse de mais seis ministros. É verdade que nem todos os 40 cavaleiros do PMDB estarão presentes. 


Parte da  bancada do partido na Câmara já participou a disposição de não comparecer. Por certo para ficar  aumentando  ainda mais o tesouro da quadrilha.

Raras vezes se tem visto tamanho festival de chantagem.   Depois de derrotada, a  presidente Dilma contemplou o partido a nomeação dos novos ministros da Agricultura e do Turismo.  


E mais a liberação de 400 milhões de reais para atender emendas individuais ao orçamento já caducadas ano passado. Só que os amigos do Ali Babá querem mais.


O PMDB está comprometido com a reeleição de Dilma mas finge que não. E a presidente cede à extorsão,  atendendo as exigências do PMDB, como se dependesse de Eduardo Cunha para conquistar o segundo mandato. 

Tem algo de inexplicável nessa equação de mentirinha. 

Não aconteceria nada de importante se os deputados peemedebistas votassem dois ou três projetos contrários aos interesses do governo, ou mesmo se derrubassem o veto presidencial à criação de novos municípios. 

Do jeito que os trabalhos parlamentares são vistos pelo Executivo, porém, seria o fim do mundo. Por quê? Só pode ser porque Dilma tem medo da reeleição. 

Melhor dizendo, não tem certeza de sua candidatura, capaz de a qualquer momento ser substituída pelo Lula. Por isso aceita ser humilhada pelos 40 proprietários da caverna.


No fundo dessa pantomima afoga-se o governo. Nenhum ministério, desde a proclamação da República, apresentou tamanha conjunção de nulidades. 

Podem, os 39 ministros atuais, ser gente séria e honesta, mas ministros,nunca. 


Desafia-se quem puder identificá-los, mais ainda quem definir suas qualidades. 


Uns impostos pelos partidos da base oficial, outros designados pelos antecessores, estes escolhidos por sorteio, aqueles por simpatia, formam um grupo insosso, amorfo e inodoro.   Governar não é com eles.

O pior é que nada vai mudar,  pelo menos até a previsível reeleição de Dilma, mais por falta de adversários do que pela canhestra estratégia por ela desenvolvida atualmente. 


Pode ser que depois de conquistado o segundo mandato ela se disponha a um  grito de independência, livrando-se de um péssimo ministério, da tutela do Lula e da chantagem do PMDB. Milagres sempre acontecem.




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