ISABELA PALHARES
DE RIBEIRÃO PRETO
DE RIBEIRÃO PRETO
Pré-candidato ao
governo de São Paulo, o presidente nacional do PSD e ex-prefeito da
capital Gilberto Kassab afirmou neste sábado (15) que faltou
planejamento do Estado para conter o problema da falta de água.
Ele disse, porém, que para
ser "justo", o desabastecimento e a discussão sobre racionamento não
podem ser tratados como "assunto de palanque".
"Faltou
chuvas em um período que, historicamente, chove mais. Mas também faltou
planejamento do Estado, em função dos alertas já dados em diversos
diagnósticos sobre o setor. Falta investimentos para o abastecimento",
afirmou Kassab.
A Folha mostrou neste sábado que o também pré-candidato ao governo paulista Alexandre Padilha (PT) disse que falta "sinceridade e responsabilidade" ao Estado para gerenciar o problema da falta de água.
"Falta sinceridade ao
governo estadual para esclarecer à população o que de fato está
acontecendo, qual é a situação real. Falta franqueza e transparência
para mostrar os riscos e apontar alternativas", disse o petista.
Governo de SP precisa de dois novos sistemas Cantareira em 20 anos
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O
governo de São Paulo vai precisar construir represas equivalentes a
dois novos sistemas Cantareira até 2035 para que grande parte do Estado
não fique sem água –principalmente as zonas metropolitanas da capital,
Campinas e Baixada Santista.
O complexo de represas do
Cantareira é considerado um dos maiores sistemas de abastecimento do
mundo. Somente na Grande São Paulo, ele produz 30 mil litros de água por
segundo para abastecer 8,8 milhões de pessoas.
O desafio, considerado
difícil de ser atingido por especialistas do setor, consta de um grande
estudo, contratado pelo próprio governo paulista e que demorou mais de
cinco anos para ficar pronto.
As
estimativas do relatório indicam a necessidade de um investimento
exclusivo para isso que pode ir de R$ 4 bilhões a R$ 10 bilhões.
A conclusão do estudo,
citado nos últimos dias pelo secretário Édson Giriboni (da pasta de
Saneamento e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin), indica que
haverá uma série de conflitos por água no Estado de São Paulo se nada
for feito.
Ele menciona, de forma específica, uma corrida contra o tempo, que já começou.
Os estudos apontaram as obras necessárias para os anos de 2018, 2025 e 2030.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"Resta,
portanto, um período curto para a tomada de decisões, realização dos
estudos preliminares, detalhamento dos projetos básicos e executivos e
implementação de obras, serviços e intervenções", diz o texto do
relatório feito pelo governo paulista.
Do papel para o mundo real, as diferenças existem.
A
Sabesp, que inicialmente anunciou a inauguração do sistema produtor de
água São Lourenço para 2016, agora diz que a obra será finalizada em
2018. Ele vai jogar mais 5 mil litros de água por segundo na rede da
empresa de saneamento.
Outras duas barragens
projetadas há anos para aumentar a reserva de água para a região de
Piracicaba e de Campinas, no interior, também estão só no papel.
Apenas
agora, no meio da crise de escassez hídrica na região, o governador
Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o início da desapropriação dos terrenos
para a obra.
Segundo Mateus Simonato, geólogo da empresa Servmar, as próximas décadas não precisam apenas de obras de infraestrutura.
"Reduzir as perdas de água, mudar a cultura por parte da população e cobrar mais do setor industrial também são caminhos", diz.
Folha de São Paulo
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