domingo, 16 de março de 2014

Por que não conseguimos aprender com os erros cometidos no passado?Kassab diz que faltou planejamento do Estado de SP para conter falta de água



ISABELA PALHARES
DE RIBEIRÃO PRETO
15/03/2014  12h16

Pré-candidato ao governo de São Paulo, o presidente nacional do PSD e ex-prefeito da capital Gilberto Kassab afirmou neste sábado (15) que faltou planejamento do Estado para conter o problema da falta de água.


Ele disse, porém, que para ser "justo", o desabastecimento e a discussão sobre racionamento não podem ser tratados como "assunto de palanque".

"Faltou chuvas em um período que, historicamente, chove mais. Mas também faltou planejamento do Estado, em função dos alertas já dados em diversos diagnósticos sobre o setor. Falta investimentos para o abastecimento", afirmou Kassab.



"Falta sinceridade ao governo estadual para esclarecer à população o que de fato está acontecendo, qual é a situação real. Falta franqueza e transparência para mostrar os riscos e apontar alternativas", disse o petista.





Governo de SP precisa de dois novos sistemas Cantareira em 20 anos

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
14/03/2014  04h00

O governo de São Paulo vai precisar construir represas equivalentes a dois novos sistemas Cantareira até 2035 para que grande parte do Estado não fique sem água –principalmente as zonas metropolitanas da capital, Campinas e Baixada Santista.

O complexo de represas do Cantareira é considerado um dos maiores sistemas de abastecimento do mundo. Somente na Grande São Paulo, ele produz 30 mil litros de água por segundo para abastecer 8,8 milhões de pessoas.

O desafio, considerado difícil de ser atingido por especialistas do setor, consta de um grande estudo, contratado pelo próprio governo paulista e que demorou mais de cinco anos para ficar pronto.

As estimativas do relatório indicam a necessidade de um investimento exclusivo para isso que pode ir de R$ 4 bilhões a R$ 10 bilhões.

A conclusão do estudo, citado nos últimos dias pelo secretário Édson Giriboni (da pasta de Saneamento e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin), indica que haverá uma série de conflitos por água no Estado de São Paulo se nada for feito.

Ele menciona, de forma específica, uma corrida contra o tempo, que já começou.
Os estudos apontaram as obras necessárias para os anos de 2018, 2025 e 2030.

Editoria de Arte/Folhapress
"Resta, portanto, um período curto para a tomada de decisões, realização dos estudos preliminares, detalhamento dos projetos básicos e executivos e implementação de obras, serviços e intervenções", diz o texto do relatório feito pelo governo paulista.

Do papel para o mundo real, as diferenças existem.

A Sabesp, que inicialmente anunciou a inauguração do sistema produtor de água São Lourenço para 2016, agora diz que a obra será finalizada em 2018. Ele vai jogar mais 5 mil litros de água por segundo na rede da empresa de saneamento.


Outras duas barragens projetadas há anos para aumentar a reserva de água para a região de Piracicaba e de Campinas, no interior, também estão só no papel.
Apenas agora, no meio da crise de escassez hídrica na região, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o início da desapropriação dos terrenos para a obra.

Segundo Mateus Simonato, geólogo da empresa Servmar, as próximas décadas não precisam apenas de obras de infraestrutura.

"Reduzir as perdas de água, mudar a cultura por parte da população e cobrar mais do setor industrial também são caminhos", diz. 


Folha de São Paulo

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