sábado, 22 de março de 2014

Reedição da Marcha da Família quer mobilizar conservadores em SP


Protesto organizado pelas nas redes sociais celebra manifestação que precedeu o golpe militar de 1964 e pede o fim da "influência comunista no país"

Bruno Toscano Franco, organizador da Marcha da Família com Deus
Bruno Toscano Franco, organizador da reedição da Marcha da Família 

Com slogans como “pela reconstrução da ordem nacional”, “em solidariedade ao povo da Venezuela”, “fora Dilma” e “contra a ditadura branca do PT”, é organizada nas redes sociais a reedição da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, programada para este sábado na Praça da República, em São Paulo.

A mobilização é uma comemoração aos 50 anos da série de manifestações públicas organizadas entre 19 de março e 8 de junho de 1964 — primeiro em oposição ao governo João Goulart, depois em apoio ao golpe militar que o depôs.

O aniversário da primeira manifestação deveria ter sido comemorada na última quarta-feira, mas, segundo o organizador, o grupo preferiu se reunir no sábado para não atrapalhar o trânsito. 

Um manifesto publicado em blog criado especialmente para o evento é assinado por 17 entidades que, segundo o organizador, o fotógrafo Bruno Toscano Franco, de 40 anos, são formadas por “brasileiros democráticos, legalistas e constitucionais que estão cansados  de pagar impostos e vê-los gasto em metrô na Venezuela e para revitalizar a rede hoteleira em Cuba”.

“Nosso movimento é contra a corrupção”, diz Franco. Mas o fotógrafo também acredita que, 50 anos depois do golpe de 64, os militares deveriam ser chamados novamente a desempenhar um papel na arena política brasileira. 

“Defendemos a intervenção militar para que haja uma transição de governo", diz ele. As eleições marcadas para este ano não bastam para Franco. "Não temos confiança nas urnas eletrônicas.”
A marcha inspirou memes nas redes sociais. 

Em tom de brincadeira, foram convocadas a Marcha pela Família Adams, pela Família Mussarela e pela Família Caymmi. Outras páginas na internet acusam Franco de homofobia e de ser adepto do nazismo. “É um absurdo. 

Trabalhei como comissário de bordo e sempre respeitei meus colegas de trabalho gays. Sou descendente de judeus, nunca poderia defender o nazismo”, diz ele.

O fotógrafo se inquieta com o fato que as críticas na rede influenciam negativamente a opinião dos seus 5.000 seguidores no Facebook e tem feito alguns conterrâneos lhe virar as costas.

 “Sou de uma família influente em Belém do Pará, não posso ser difamado dessa forma.”

Para garantir distância dos black blocs, e evitar atos de vandalismo, Franco afirma que a marcha será seguida pela tropa de choque da Polícia Militar. 

Ventilam nas redes sociais informações de que um protesto antifascista é organizado para o mesmo dia na cidade. 

Diario do Poder

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