03/04/2014 19h25
Conselho decidiu reduzir de 20% para 5% o total de vagas pelo sistema.
Medida foi aprovada pelo Conselho de Ensino e Extensão por 27 votos a 11.
Por maioria, UnB decide manter cota racial em 5%. Decisão
passa a valer no próximo vestibular.
passa a valer no próximo vestibular.
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília (UnB) aprovou nesta quinta-feira (3) a redução da reserva de vagas pelo sistema de cotas raciais dos atuais 20% para 5% do total de alunos.
A medida começa a valer para o próximo vestibular da universidade, previsto para julho deste ano.
Duas votações foram realizadas durante a reunião no auditório da reitoria nesta tarde. Na primeira, o conselho aprovou a manutenção do sistema de cotas, com 32 votos a favor e 8 contra. Em seguida, por 27 votos a 11, o grupo escolheu reduzir de 20% para 5% o percentual de cotistas.
"A votação ocorreu hoje, mas nós estamos discutindo isso há mais de um ano. Temos que a política de cotas foi um processo positivo, que inclusive levou a discussão para o nível nacional", afirma o reitor da UnB, Ivan Camargo.
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Segundo ele, com a manutenção dos 50% das vagas definidas por critérios
sociais, adotado pelo Ministério da Educação (MEC), o número de
estudantes negros tende a ser maior do que os 5%."A discussão foi sobre acabar completamente com as cotas ou diminuir a participação dos cotistas. No entendimento do conselho, com os 50% de cotas sociais mais os 20% de cotas raciais, o concurso ficaria muito pequeno [com poucas vagas]", diz Camargo.
A votação desta quinta deveria ter acontecido há três semanas, mas foi adiada a pedido dos alunos. Eles queriam a realização de uma audiência pública para discutir o tema, o que ocorreu no último dia 24.
O reitor da UnB, Ivan Camargo, durante entrevista
O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), Nelson Inocêncio, afirma que foi importante manter o sistema de cotas, ainda que com um número menor de participação. "Gostaria que fosse um percentual maior, mas sabíamos que com o sistema de cotas sociais adotado pelo MEC seria difícil manter o percentual", afirma.
Para Inocêncio, a política de cotas sociais deveria levar em consideração outros fatores além dos econômicos. "Sabemos que a violência contra as minorias é fator determinante [para a desigualdade e a exclusão social]. O racismo é um fenômeno que deve debatido, discutindo e criticado."
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