domingo, 6 de julho de 2014

Argentinos secam o Brasil, mas admitem esperar por uma final dos sonhos


Hermanos se unem em torcida para a Colômbia, mas, no fundo, admitem que esperam encontrar a Seleção no dia 13 de julho no Maracanã

Publicação: 05/07/2014 06:04 Correio Braziliense

Na Granja do Torto, os argentinos que estão acampados assistiram ao jogo entre Brasil e Colômbia em um telão. A cada investida colombiana sobre a zaga brasileira, eles torciam para que ocorresse um gol (Carlos Moura/CB/D.A Press)
Na Granja do Torto, os argentinos que estão acampados assistiram ao jogo entre Brasil e Colômbia em um telão. A cada investida colombiana sobre a zaga brasileira, eles torciam para que ocorresse um gol

Na corrida para ver quem é a melhor seleção do mundo, o Brasil saiu na frente dos rivais argentinos depois de vencer a Colômbia por 2 x 1. Durante toda a partida, nos bares, nas festas ou no acampamento dos hermanos, a ordem entre eles parecia ser torcer contra a Seleção Canarinho, apesar da vontade de enfrentá-la na final da Copa. Houve quem comemorou o único gol da Colômbia e aqueles que ficaram escondidos, sem revelar a nacionalidade. Mesmo com a energia negativa, o Brasil conseguiu avançar à semifinal.

Os amigos argentinos Alberto French, Tomas Meabe e Nicolas Franchino, todos com 27 anos, estão na cidade há três dias para ver o jogo de hoje no Mané Garrincha. Para secar a Seleção Canarinho, os três foram a um bar na Asa Sul. “Não queremos nem falar nisso, mas se a Argentina perder, vamos torcer para qualquer time, menos para o Brasil”, revelou Alberto. 



Em vez das tradicionais troca de farpas, o grupo optou pela discrição e garantiu que a rivalidade fica dentro de campo. “Os brasileiros são legais e amigáveis”, completou. Mesmo sem torcer para a equipe de Neymar, eles esperam uma final entre os dois times.

No Centro de Exposição da Granja do Torto, os argentinos assistiram ao jogo em um telão. Loucos por futebol, o engenheiro de sistemas Sebastian Andrade, 33 anos, e o comerciante Mathias Valle Nari, 33, acompanharam a maioria dos hermanos. Nos dois gols do Brasil ou quando a bola se aproximava da área colombiana, ficavam quietos. Mas se o ataque era dos adversários, ouvia-se suspiros pela chance perdida. 



Torcedores do River Plate, disseram não se incomodar com a vitória da seleção da casa. “Queremos a final com Argentina e Brasil, que definitivamente, vai perder. O time não aguenta a pressão de pegar um adversário forte, ficarão brancos, parecendo fantasmas. Será o segundo Maracanazo”, decretou Sebastian.

A festa no Taguaparque foi marcada por música e canções de provocação entre torcedores durante o jogo. Com a presença marcante de argentinos na arena, não faltaram versos de comparação entre Pelé e Maradona e vibração pelo gol colombiano. Ainda assim, a convivência foi, na maior parte do tempo, pacífica. 



O primeiro gol do Brasil, nos minutos iniciais da partida, fez os 35 mil espectadores explodirem em um grito de emoção. Aos hermanos, restou o silêncio. “Estava do lado de um argentino, que cantava e torcia pela Colômbia. Com o passar do tempo ele percebeu que a nossa seleção jogava bem e foi se calando. Quando o Brasil fez o segundo gol, olhei para o lado e ele estava com um bico enorme”, descreveu o agrônomo Marcos Lima, 45 anos, que disse não se importar com a presença dos torcedores do time portenho.

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